'Pequeno manual antirracista' vira peça de teatro; veja onde assistir

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A filósofa e escritora Djamila Ribeiro gosta de dizer que seu livro Pequeno Manual Antirracista "furou a bolha" ao ser lido e estudado em escolas, empresas e virar até presente de amigo secreto. A obra agora ganha outra linguagem e novas perspectivas ao se transformar em uma peça de teatro.

O espetáculo Pequeno Manual Antirracista - A peça chega ao Centro Cultural São Paulo após uma bem-sucedida temporada em Salvador (BA), com todas as sessões esgotadas. Por aqui também é preciso correr - as reservas online do ingresso já acabaram; os bilhetes só estão disponíveis na bilheteria física.

Com texto e direção do ator, diretor e dramaturgo Aldri Anunciação, o espetáculo é uma adaptação livre do texto vencedor do Prêmio Jabuti de Ciências Humanas e que se tornou quase obrigatório quando se fala de educação antirracista no País.

"Fico muito feliz quando outras linguagens se interessam pelo Pequeno Manual porque acho que conseguimos comunicar e tocar as pessoas de outra forma. Acredito que o teatro tenha esse poder da narrativa, de levar as pessoas para uma reflexão em outro lugar que muitas vezes nós, escritores de não ficção, não conseguimos", diz Djamila.

Anunciação revela que a obra começou a cativá-lo logo a partir do título. "O que me estimulou a mergulhar especificamente no Pequeno Manual Antirracista, transformando essa obra não ficcional numa ficção, foi justamente o componente irônico desse título", explica um dos roteiristas do filme "Medida Provisória", de 2020. "Precisarmos de um manual para fazer com que as pessoas se relacionem no Brasil é de uma crítica social imensa".

O diretor conta que a peça é uma confluência de suas vivências pessoais e trechos das biografias de Djamila e da atriz Luana Xavier, protagonista do espetáculo. "O processo de escrita foi baseado na pesquisa sobre as motivações que levaram a autora original a escrever o livro, misturando aspectos da minha vida pessoal, pedaços biográficos também da Djamila, assim como da atriz Luana Xavier".

Trata-se de um monólogo onde a professora de ensino médio Bell vê sua aula interrompida por causa de uma manifestação fora da escola. Confinada na sala, a educadora fala com sua turma - a plateia - sobre racismo estrutural, negritude, branquitude e, sobretudo, a luta antirracista.

Bell é vivida por Luana Xavier, neta da atriz Chica Xavier e uma das apresentadoras do programa Saia justa, do canal GNT, em 2022. "Pequeno Manual Antirracista apareceu num momento em que eu precisava retornar ao teatro. Teatro é a minha base. Meu desabrochar foi no teatro. É o lugar onde eu realmente me reconecto", aponta a atriz, que esteve em obras como "Dona Flor e seus dois maridos" e "Sessão de Terapia". "Podendo fazer ativismo através da minha arte encontrei a ferramenta que eu precisava para existir e para resistir", diz Luana, que vive seu primeiro monólogo no teatro.

Produção e controle das narrativas negras

O espetáculo é um projeto do Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio do Instituto Cultural Vale e co-realização da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e Centro Cultural São Paulo.

A produção é da Melanina Acentuada Interactions, fundada pelo próprio Aldri Anunciação para fomentar e produzir "ideias narrativas a partir da criação de criadoras e criadores negros". Atualmente desenvolve seu primeiro projeto de série para streaming.

"Os segmentos identitários, indígenas, negros, negras, mulheres, estão cada vez mais promovendo as produções de suas narrativas. É importante que a gente tome controle mesmo. O surgimento da Melanina Acentuada vem com esse objetivo de fazer com que a gente não terceirize mais nossas histórias e a gente crie, escreva e produza as nossas próprias narrativas".

Para dar visibilidade a essas narrativas, Aldri criou também a Melanina Digital, portal que cataloga as narrativas dramatúrgicas negras. "Ali, você consegue perceber que tem uma série de escritores ficcionistas negros em diversos níveis e momentos de sua carreira. Esse é o objetivo: difundir e divulgar os trabalhos da Melanina Acentuada e também catalogar outros criadores que estão conduzindo suas narrativas sempre no segmento da negritude".

* Este conteúdo por produzido em parceria com a produtora Melanina Acentuada Interactions, voltada para fomentar narrativas dramatúrgicas de criadores negros e negras

Serviço

Pequeno Manual Antirracista - A Peça"

Temporada São Paulo: 4 a 14 de abril de 2024

Sessões: 4 a 7 de abril, quinta a domingo às 20h

11 e 12 de abril, quinta e sexta às 20h

13 e 14 de abril, sábado e domingo às 16h e 20h

Local: Teatro do CCSP (Centro Cultural São Paulo)

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade, São Paulo

Ingressos: gratuitos

Como retirar os ingressos: esgotados (no site) - Entrega somente na bilheteria presencial, enquanto houver disponibilidade.

Horário da bilheteria física: Terça a sábado das 13h-22h / Domingos e feriados 12h-21h

Classificação: 12 anos

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Tony Ramos interpretou Roberto Marinho, que herdou o jornal O Globo de seu pai e fundou a TV Globo em 1965, na novela Garota do Momento. O capítulo foi ao ar neste sábado, 26, em que diversos programas celebram os 60 anos da inauguração da emissora.

Na trama, ele comparece à transmissão de um programa de Alfredo Honório (Eduardo Sterblitch). Ao fim da atração, o personagem sugere que Marinho compre um horário na TV Ondas do Mar para a exibição de um telejornal diário.

"Alfredo, é uma ótima ideia, sem dúvida. Mas eu aceitei seu convite para vir aqui e conhecer esse estúdio justamente porque eu pretendo fundar a minha própria emissora de televisão", diz Roberto. Alfredo pergunta sobre qual será o nome, e vem a resposta: "Rede Globo de Televisão". Em seguida, tocou em uma campainha, que fez o característico "plim plim".

Depois da cena, foi exibido um trecho dos bastidores de Garota do Momento em que Tony Ramos é entrevistado sobre viver o personagem: "Imaginem você representar a história de um homem que, aos 62 anos, cria a TV Globo. Claro que me assustei."

"Falei: 'Não sou parecido'. 'Mas vamos ter uma caracterização'. Não tenho essa obrigação de ser igual ao seu Roberto. Para mim, foi fundamental reproduzir o espírito de um homem visionário e comunicador", relatou.

Davi Brito, campeão do BBB 24, passa por uma cirurgia neste sábado, 26, segundo informações divulgadas por sua equipe em seu perfil oficial no Instagram.

O comunicado não informa a causa da operação, mas, no último dia 23, Davi anunciou que passaria por um procedimento estético, uma lipoaspiração na região do abdômen.

"No momento, estamos aguardando a liberação dos próximos boletins médicos para dar a notícia", complementa a assessoria de Davi Brito na nota.

Gutto Xibatada, cantor paraense de forró, morreu aos 39 anos de idade, no último dia 22 de abril, após ter sido diagnosticado com vírus Monkeypox (Mpox) no mês de março.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Belém, no Pará, o diagnóstico foi feito no mês de março, quando o cantor foi mantido em isolamento e, posteriormente, recebeu alta hospitalar e encaminhamento para ser tratado em uma unidade de referência.

No dia 22 de abril teria voltado a um pronto socorro por conta de uma piora em seu estado de saúde relacionada à evolução de comorbidades pré-existentes e infeccções oportunistas". Gutto Xibatada teria morrido cerca de oito horas depois de chegar ao hospital.

A secretaria informa que monitorou pessoas que tiveram contato direto com o paciente, mas que todos foram liberados após não terem apresentado sintomas. "As causas da morte seguem sob investigação da Vigilância Epidemiológica de Belém", conclui a nota.

A irmã de Gutto Xibatada usou as redes sociais do cantor para falar sobre o caso: "Estamos passando por um momento muito difícil e delicado. Em meio a tanta dor estamos tendo que enfrentar postagens querendo se beneficiar de likes, visualizações, coisas que não têm nada a ver. Não estão tendo respeito com o nosso luto, nossa perda."

"Por pedidos do meu irmão, ele não queria que se expusesse. Por isso, muitos não sabiam. Se não tivesse vindo a óbito, ninguém saberia. Vim esclarecer a causa [da morte]. Estou cansada de tanta mentira que estão postando por aí. Inclusive da página oficial, que postou uma foto do ser humano no hospital. Que falta de empatia. Meu irmão contraiu um vírus chamado Mpox", continuou.

"A primeira vez que ele foi pro pronto socorro, a médica deu encaminhamento em casa. Devido a ele ter esse histórico de, há muito tempo, ser asmático, esse vírus foi se manifestando em diversos lugares. Atacou os pulmões. Meu irmão ficou sem fala, sem visão, sem toque [tato]. No último dia ele passou a madrugada inteira ruim, obstruiu o nariz inteiro, a boca. Meu irmão sofreu muito."

Em seguida, a irmã relatou que a piora de Gutto Xibatada aconteceu entre os dias 21 e 22: "Ele teve um agravamento muito forte. Eu liguei para o Samu que o levou de ambulância para o pronto-socorro."

"Ele não chegou a ter nenhuma parada cardíaca e nem sepultamento às pressas. Deu entrada no hospital às 9h30 da manhã. No horário das visita, às 16h, minha mãe foi fazer a visita. Ele fez a tomografia e deu entrada no CTI. Ele estava convulsionando."

"Depois que parou, veio o coma, por falta de assistência médica, porque eles não entravam na sala. Devia ficar alguém assistindo direto e não ficava. Foi um sofrimento muito grande. No mesmo dia que deu entrada no hospital, às 17h, veio a óbito. Foi muito rápido, uma situação muito delicada. E meu irmão não queria em nenhum momento se expor", concluiu.

Haverá a realização de uma missa neste domingo, 27, em memória do cantor - a data marca o que seria seu aniversário de 40 anos. Outra cerimônia será feita na segunda-feira, 28. Ambas na Basílica de Nazaré, em Belém.

Posicionamento da Secretaria de Saúde de Belém

"A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informa que um paciente com diagnóstico confirmado de Mpox (monkeypox) foi atendido, no mês de março, no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, onde recebeu assistência médica especializada e foi mantido em isolamento. Após melhora clínica, o paciente recebeu alta hospitalar com orientações e encaminhamento para o seguimento do tratamento em unidade de referência.

Posteriormente, em 22 de abril, o paciente foi readmitido no Pronto-Socorro Municipal com agravamento do estado de saúde, relacionado à evolução de comorbidades pré-existentes e infecções oportunistas. A médica infectologista, responsável pelo atendimento determinou o imediato encaminhamento do paciente para um leito de isolamento no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HPSM da 14 de Março. Novamente foram adotadas todas as medidas clínicas e de isolamento recomendadas, porém, apesar da assistência prestada, o paciente morreu 8 horas após dar entrada no HPSM da 14 de março. As causas da morte seguem sob investigação da Vigilância Epidemiológica de Belém.

A Sesma informa, ainda, que acompanhou todas as pessoas indicadas pelo paciente como tendo tido contato com ele. Esses contatos foram monitorados durante o período estabelecido pelos protocolos de saúde e, ao final do prazo, foram liberados, uma vez que não apresentaram sintomas.

A Sesma reforça que todas as condutas adotadas seguiram os protocolos técnicos do Ministério da Saúde, com o compromisso de garantir o cuidado integral, a ética e a dignidade no atendimento."