Ziraldo, escritor e cartunista, criador de 'o menino Maluquinho', morre aos 91 anos

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O cartunista, desenhista e escritor brasileiro Ziraldo morreu, na tarde deste sábado (6), aos 91 anos. A causa da morte não foi divulgada por sua assessoria. O escritor estava com a saúde debilitada há algum tempo, desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2018.

Nome essencial da literatura para crianças, mas não só, ele marcou e ajudou a formar gerações de leitores com livros como O Menino Maluquinho e Flicts e a série Os Meninos dos Planetas, todos no catálogo da Melhoramentos.

O Menino Maluquinho é considerado um dos maiores fenômenos editorais brasileiros de todos os tempos. Estimativas dizem que foram mais de 110 milhões de livros do personagem vendidos desde 1980, quando ele apareceu.

Mas Ziraldo começou sua carreira nas letras nos anos 1950, escrevendo para veículos de peso como o Jornal do Brasil e a revista O Cruzeiro, e construindo seu trabalho de pintor, chargista, teatrólogo e escritor.

A Turma do Pererê, provavelmente a primeira revista em quadrinhos feita por um só autor lançada no Brasil, fez seu nome no início dos anos 1960, e pavimentou sua entrada na turma de O Pasquim, do qual é fundador. O jornal satírico permaneceu como peça de criatividade e resistência política à ditadura militar brasileira (1964-1985).

Seu trabalho mais recente foi o crossover com A Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Eles já haviam trabalhado juntos antes, mas num projeto que em nada se assemelha à ambição de MMMMM - Mônica e Menino Maluquinho na Montanha Mágica, lançado na Bienal do Livro de São Paulo (onde ele era atração disputada e presença constante). O livro é assinado por Manuel Filho e ilustrado pelos dois artistas. "O Mauricio é muito criativo e um desenhista extraordinário que acabou virando um império. Vendeu na Europa, no Japão; é um êxito. E eu fiquei fazendo a minha historinha", disse.

Em 2012, quando completou 80 anos, disse ao Estadão que já se sentia um ancião. "Eu agora não busco mais nada não (risos). Eu sou velho, que coisa impressionante! É como ver o anúncio do Papai Noel e pensar: "Nossa, chegou o Natal!" Fazer 80 anos é assim: como a chegada do Natal, de repente. Fico me lembrando o tempo todo que tenho 80 anos, para eu não ficar ridículo. Outro dia, falei para a minha neta: "Que coisa feia ficar com esse bico na boca, você já é grande para isso!". Ela olhou para mim e respondeu: "Vô, não seja ridículo". E é isso mesmo, tem de tomar cuidado para não ser ridículo com 80 anos (risos)."

Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932. Seu primeiro desenho publicado apareceu na Folha de Minas quando ele tinha apenas 6 anos. Depois de uma infância entre o interior de Minas e o Rio de Janeiro, formou-se em direito em Belo Horizonte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Começou a trabalhar na Folha da Manhã em 1954 e ganhou notoriedade com textos de humor na revista O Cruzeiro e depois no Jornal do Brasil, no início dos anos 1960. Alguns de seus personagens mais célebres, como Jeremias, o Bom e a Supermãe, apareceram nesta época. A Turma do Pererê durou apenas quatro anos, sendo fechada pelo regime militar em 1964. Em 43 edições, porém, teve uma tiragem média de 120 mil exemplares, consolidou o personagem principal (às vezes apenas chamado de Saci), inspirado no folclore brasileiro.

Ele participou da primeira turma de O Pasquim. Logo com sua primeira edição, em 26 de junho de 1969, o Pasquim abriu uma brecha na imprensa brasileira ao utilizar a inteligência e o deboche como resistência à rigorosa censura imposta pelo regime militar, principalmente após o AI-5 em dezembro de 68.

A ideia do jornal, porém, surgiu antes do Ato Institucional, para preencher o espaço deixado pela morte de Sergio Porto, em 1968. Tarso de Castro, Jaguar, Sérgio Cabral, Claudius Ceccon e Carlos Prósperi, os dois últimos cuidando do projeto gráfico, elaboraram o Pasquim, e já na sua primeira edição reuniram um time de craques que incluía Millor Fernandes, Luiz Carlos Maciel, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa - e Ziraldo.

Contrariando até seus admiradores mais otimistas, o jornal foi um sucesso e em dez semanas de existência pulou de 20 para 200 mil exemplares por edição. A perseguição política, porém, aconteceu e tornou-se violenta em 1970, quando

Ziraldo, Tarso, Francis, Cabral, Maciel, Fortuna, Jaguar, o fotógrafo Paulo Garcez e o funcionário Haroldo passaram dois meses presos (ou "gripados", como noticiava o jornal, driblando o cerco). Foram 1.072 edições e 22 anos de circulação.

Carreira premiada no Brasil e no exterior

Em 1969, Ziraldo ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina. Também foi convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef. Na década seguinte, começou a se dedicar mais à literatura infantil.

Seu primeiro livro no gênero é Flicts, mas foi com O Menino Maluquinho, de 1980, que chegou a consagração definitiva. Vencedor do Jabuti e dando início a uma trajetória de sucesso com poucos paralelos na história editorial brasileira, o livro que apresenta o personagem começava com a frase: "Era uma vez um menino que tinha o olho maior que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés". Ainda na década de 1980, seus personagens voltaram a aparecer em tiras de jornais, inclusive no Estadão.

Ziraldo teve seus livros traduzidos para dezenas de idiomas. Nos anos 1990, seus personagens também viajaram o mundo ao se transformarem em selos comemorativos de Natal dos Correios. Por pelo menos duas vezes, foi homenageado por escolas de samba no Carnaval do Rio.

Ele teve diversas passagens na televisão, apresentando e participando de programas e produções. O fim de sua vida foi marcado também por polêmicas na Justiça. Em 2011, a Justiça Federal do Paraná condenou o cartunista a dois anos de prisão pelo registro indevido da marca do Festival Internacional do Humor de Foz do Iguaçu, realizado em 2003. Ziraldo foi enquadrado no crime de estelionato. A pena foi substituída por multa e prestação de serviços.

Em outra confusão envolvendo o mesmo festival, ele foi condenado a dividir a devolução de R$ 290 mil num caso de improbidade administrativa referente à edição de 2005. Ele foi absolvido pela segunda instância em 2015 e 2017.

Em 2012, em entrevista ao Estadão, ele propunha uma maneira de ajudar o Brasil: "Eu tenho a solução para a questão da educação no Brasil. É simples: a criança tem de chegar na universidade lendo e escrevendo como quem respira. É só isso que a criança tem de aprender na infância: ler, escrever e contar. A única maneira é ela tendo uma professora só. Não pode a criança ter uma professora nova a cada ano. A criança fica traumatizada de ficar longe da mãe, a professora é aceita como uma segunda mãe, ela se encanta com a professora, volta pra casa, depois, no ano que vem, cadê? Não tem jeito! Nós temos que fazer essa escola." Controvérsias à parte, Ziraldo consolidou seu nome na cultura do País, e sua perda deixa órfã mais de uma geração de brasileiros.

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Fafá de Belém usou suas redes sociais nesta quinta-feira, 27, para revelar que foi diagnosticada com quadro de burnout. Por esse motivo, ela precisou cancelar sua participação em uma palestra que aconteceria na mesma data.

A cantora começou seu discurso falando que assistiu uma entrevista de Alexandre Coimbra Amaral sobre o tema. Na ocasião, ele afirmou que "a pergunta não é mais: 'Eu terei um burnout?' Mas sim: 'Quando terei um burnout?'"

Após revelar seu diagnóstico, ela agradeceu a equipe médica que cuidou dela no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

"Estou bem! Fiquem tranquilos! Decidi falar sobre o tema porque isso pode ajudar outras pessoas. Por favor se cuidem, cuidem de sua saúde mental e não pensem duas vezes a qualquer sinal de esgotamento e procurem ajuda médica. A todos que me abraçam e enchem de amor pelos palcos da vida saibam que vocês sempre me curam", disse.

Nesta quinta-feira, ela participaria de uma roda de conversa promovida por Patrícia Poeta e mediada por Cátia Fonseca. Fafá falaria sobre etarismo ao lado de Ju Ferraz.

Burnout é um quadro emocional que se caracteriza por exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A banda Linkin Park anunciou nesta quinta-feira, 27, que irá realizar três shows no Brasil em 2025. O anúncio ocorreu no perfil do Instagram da produtora Live Nation e, apesar de conter certo mistério, foi rapidamente decifrado pelos fãs do grupo.

Ao todo, três imagens foram compartilhadas nas redes sociais. Em cada uma delas, uma bandeira com o logo do Linkin Park pode ser vista nas estruturas de três estádios de futebol diferentes - no Couto Pereira, em Curitiba, no MorumBIS, em São Paulo, e no Mané Garrincha, em Brasília.

Além de anunciar os três locais que a banda se apresentará em 2025, a Live Nation também adicionou uma simples legenda na postagem: "HOJE - 20h". É provável que, quando chegar o horário, a produtora revele mais informações sobre os shows, como as datas e os horários.

A notícia de que o Linkin Park se apresentaria no Brasil em 2025 não é exatamente novidade. Em 2024, além de se apresentar em São Paulo em novembro, o grupo divulgou os países que iria visitar ao longo de sua turnê From Zero World Tour.

Entre as mais de 50 cidades escolhidas, quatro municípios brasileiros foram destacados. Além deles, a banda também divulgou as datas das apresentações: Rio de Janeiro (8 de novembro), São Paulo (10 de novembro), Brasília (13 de novembro) e Porto Alegre (15 de novembro).

As cidades do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, no entanto, não foram mencionadas na postagem da Live Nation desta quinta-feira, 27. Ainda não é certo se as datas divulgadas pela banda em 2024 serão mantidas ou se haverá algum tipo de alteração.

Os corpos de Gene Hackman e Betsy Arakawa, que foram encontrados mortos no dia 27 de fevereiro, ainda não foram reclamados pelos filhos do ator.

As informações são do TMZ, que também afirma que os nomes dos dois seguem na lista de falecidos para reclamar, liberada pelo Escritório do Examinador Médico do Novo México. O documento é atualizado semanalmente às segundas-feiras.

As autoridades do estado não consideram a situação anormal. É possível que a demora se deva ao fato de os familiares do casal ainda estarem organizando velório e outras homenagens póstumas.

Gene Hackman tinha três filhos: Christopher, de 65 anos, Elizabeth, de 62, e Leslie, de 58. Todos são frutos do casamento do ator com Faye Maltese e mantinham uma relação distante com o pai.

Relembre a morte do casal

No dia 7 de março, as autoridades revelaram que Betsy morreu pelos efeitos do hantavírus, que causa uma doença respiratória e está associado a fezes de roedores, aos 65 anos. A data estimada da morte da pianista é no dia 12 de fevereiro.

Já Hackman, de 95 anos, teria morrido uma semana depois, vítima de doença cardíaca. A médica legista chefe Heather Jarrel informou que a doença de Alzheimer foi um fator contribuinte para a morte do ator.

As mortes de Hackman e Arakawa foram consideradas como sendo de causas naturais, mas a polícia de Santa Fé ainda não concluiu a investigação, com o objetivo de fazer uma linha do tempo com informações obtidas dos celulares coletados na casa. "O caso é considerado aberto até que tenhamos as informações necessárias para fechar a linha do tempo", disse uma porta-voz à Associated Press.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais