Senado marca votação da PEC das drogas para a próxima terça-feira, dia 16

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O Senado marcou para a próxima terça-feira, 16, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que endurece a criminalização do porte de drogas no País. A quinta e última sessão de debates da PEC será realizada na segunda-feira, 15. A definição veio após reunião do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com líderes da Casa na manhã desta quinta-feira, 11.

A PEC é de autoria do próprio Pacheco e coloca na Constituição a criminalização do porte de drogas. O relator da proposta é o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), líder do União Brasil na Casa.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está discutindo, nos últimos meses, se descriminaliza o porte para consumo pessoal de maconha. O julgamento foi interrompido em março deste ano pelo ministro Dias Toffoli, que pediu mais tempo para analisar o caso. O placar, até agora, é de cinco votos favoráveis à descriminalização e três votos contrários.

A PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em março. O apelo a favor da proposta é tão grande que a votação foi simbólica - ou seja, quando não há o registro individual do voto de cada congressista. Apenas quatro senadores se manifestaram contra: Marcelo Castro (MDB-PI), Fabiano Contarato (PT-ES), Jaques Wagner (PT-BA) e Humberto Costa (PT-PE).

Outras votações

O Senado também marcou para a semana que vem a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para dois salários mínimos. A proposta será votada na quarta-feira, 17.

Na quinta-feira, 18, o Congresso Nacional realizará sessão deliberativa para analisar vetos presidenciais. A principal expectativa é com o veto ao Orçamento deste ano, mais especificamente o trecho que trata das emendas de comissão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou cerca de R$ 5,6 bilhões dessas emendas. O Congresso articula retomar ao menos parte desse montante.

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Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira aos 80 anos, deixando viúvo o ator, escritor e diretor Edi Botelho, com quem mantinha um relacionamento desde 1995. Ney e Edi mantiveram o relacionamento fora dos holofotes, mas, em 2022, o ator concedeu entrevista ao jornal O Globo e falou em público pela primeira vez sobre o companheiro: "Vivo com uma pessoa maravilhosa, um grande companheiro, amigo e bom ator que é o Edi Botelho".

Os dois dividiram o palco em pelo menos cinco produções. A primeira vez foi em Quartet, de 1996, uma peça experimental de Heiner Müller, com direção de Gerald Thomas, na qual Ney e Edi interpretaram diversos personagens em um cenário de açougue, com elementos viscerais como sangue, facas e carne.

Em 1999, eles novamente dividiram palco no espetáculo O Martelo, de Renato Modesto, com direção de Aderbal Freire Filho, no qual Ney contracenou com Bárbara Bruno Goulart, enquanto Edi atuou como parte do elenco.

Em Três Vezes Teatro, de 2000, Ney foi dirigido pelo companheiro. A montagem reunia três peças curtas de autores clássicos (Tchekhov, Pirandello e Cocteau), dando a Ney a oportunidade de revisitar grandes autores.

O casal esteve no palco novamente em 2020, no espetáculo Capitanias Hereditárias, comédia de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, dirigida por Falabella. No palco, estavam ainda José Wilker, Natália do Vale e Bia Nunnes.

Os dois subiram ao palco juntos novamente com Entredentes, escrita por Gerald Thomas especialmente para Ney.

Antes do relacionamento com Edi, Ney foi casado com a atriz Inês Galvão por quatro anos.

Família de Ney Latorraca

Ney nasceu em Santos, no litoral paulista, em uma família de artistas. Seus pais o influenciaram fortemente a sua paixão pela atuação.

Nena, a mãe, foi uma figura emblemática na vida de Ney. Trabalhou em cassinos como dançarina e assistente de palco em shows, dividindo espaço com nomes como Grande Otelo. Ela foi a grande incentivadora, apoiando o filho em busca de uma carreira artística. Herdou da mãe muito do seu humor.

Já o pai, Alfredo, era um crooner de estilo intimista. O seu temperamento forte e a sua sinceridade eram características que Ney reconhecia em si. "Meu pai tinha um gênio terrível, não fazia média com ninguém, achava tudo muito chato, um horror, e era de uma sinceridade quase ferina. (...) Durante muitos anos falei mal dele, mas hoje não falo mais. Muita coisa dele está em mim", deixou registrado no livro Ney Latorraca: Uma celebração, publicado pela Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

A mãe morreu em 1994. Foi no amigo Marco Nanini que Ney buscou refúgio. Os dois já tinham feito enorme sucesso com O Mistério de Irma Vap. Com a morte da mãe, Nanini propôs a montagem de O Médico e o Monstro como forma de manter o amigo ativo e conectado à vida.

Ney Latorraca, que morreu nesta quinta-feira, 26, aos 80 anos, marcou a história da dramaturgia. Entre seus papéis grandiosos está o personagem Conde Vlad, o "vampirão" da novela de sucesso Vamp, que foi ao ar em 1991, na Globo.

A trama foi para o teatro. O espetáculo Vamp: O Musical estreou em 2017 em comemoração aos 26 anos da novela e manteve diversos aspectos da produção original, contando também com Claudia Ohana, que interpretou a icônica Natasha, protagonista da história. A direção continuou a cargo de Jorge Fernando, mesmo diretor da novela - que faleceu em 2019.

O espetáculo contava a vida de Natasha, uma cantora que vende a alma para Conde Vlad em troca do sucesso na carreira. Ele, apaixonado por sua presa, faria de tudo para conquistá-la. Com o passar do tempo, ela tentava se livrar de Vlad e da maldição de ser vampira para sempre.

"É como condensar sete meses de novela em pouco mais de duas horas", resumiu Latorraca ao Estadão na época. "Vlad é um dos meus grandes personagens e acho que o segredo de seu sucesso está na opção que fiz de não criar um galã, mas um vampiro sedutor e principalmente engraçado."

'Virei dono do meu personagem'

Em 2021, Ney Latorraca revelou curiosidades do personagem Vlad em Vamp: "Virei dono do meu personagem, fazia o que eu queria em cena", contou ele em entrevista ao portal Na Telinha. Anárquica, a trama permitia ao veterano deitar e rolar na pele do personagem, disposto a tudo para possuir Natasha (Cláudia Ohana).

Tanta liberdade em cena resultou em um puxão de orelha nos bastidores, como ele contou à publicação. "Chegou um momento em que queriam que eu diminuísse na interpretação. Falei que, se fosse assim, preferia sair da novela, isso lá pelo quarto mês de exibição. Fiquei uns dias sem gravar, mas me chamaram correndo de volta", relembrou.

A novela fez um enorme sucesso e ganhou uma espécie de continuação em O Beijo do Vampiro, que foi ao ar em 2002. Na trama, Tarcísio Meira (1935 - 2021) ficou a cargo do vilão chamado Bóris.

Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira, 26. Ele tratava de um câncer e morreu de sepse em decorrência de uma infecção nos pulmões, no Rio de Janeiro. O ator deixou um testamento indicando que seus bens deveriam ser doados. Ele falou sobre isso em entrevistas recentes.

Em 2021, ao jornal Extra, ele revelou que a sua herança deveria ir para instituições de caridade. Na época, ele disse que esta seria também a vontade da mãe, que também era artista. "É um desejo da minha mãe também. Acho que é assim que tem que ser. O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim", disse na entrevista.

O ator, que foi casado por quatro anos com a também atriz Inês Galvão, era casado desde 1995 com o escritor, diretor e ator Edi Botelho. Ney Latorraca não teve filhos em nenhuma das relações.

Ele já tinha falado sobre a questão da herança em outra entrevista, desta vez à revista Veja Rio - em 2020. Ney Latorraca disse que conquistou a segurança financeira graças a imóveis que tinha comprado ao longo da sua vida. "Eu já fui bem pobre e só comecei a ganhar dinheiro na década de 1980, com a peça Irma Vap", disse na ocasião.

Naquela entrevista o ator revelou que tinha quatro imóveis - a cobertura onde vivia, na Lagoa, na zona sul do Rio, e apartamentos na Rua Rainha Elisabeth, em Ipanema, outro no Jardim Botânico, também na zona sul carioca, e mais um em Higienópolis, na área central de São Paulo.

"Botei no meu testamento que vou doar os quatro. Um vai para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação); o outro para o Retiro dos Artistas. Os outros dois, um fica para o Grupo de Apoio às Crianças com AIDS, de Santos, e mais um para um grupo dedicado às vítimas de hanseníase. Está tudo no meu testamento. Fiz questão", revelou.

Ney Latorraca nasceu em Santos, no dia 27 de julho de 1944.