Delegado que investigava acidente com Porsche em SP é transferido e deixa o caso

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O delegado Nelson Alves, que estava à frente das investigações sobre o acidente com o Porsche que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, no dia 31 de março, em São Paulo, foi transferido do 30º Distrito Policial, no Tatuapé (zona leste), e deixou o caso. Para o cargo de Alves, que assume agora o 81º DP, Belém, também na zona leste, foi escolhido o delegado Milton Burguese.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) nega que a autoridade tenha sido afastada do distrito e justifica a troca como uma "mudança administrativa". Segundo a pasta, o delegado Burguese foi para o 30° DP por ter experiência em apurações de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

"A unidade vem desenvolvendo investigações complexas contra membros de uma facção criminosa que atua em várias regiões do Estado, motivo pelo qual se faz necessária a experiência do delegado citado", disse a pasta.

"A investigação sobre a morte do motorista de aplicativo foi conduzida pelo delegado Nelson Alves, que assume o 81º DP, e está em fase final para ser relatado à Justiça".

A reportagem tentou contato com delegado Nelson Alves, mas não teve retorno.

O delegado investigava as circunstâncias da morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Ele morreu na madrugada do dia 31 de março (domingo de Páscoa), depois que o seu carro foi atingido por uma Porsche em alta velocidade, conduzida pelo empresário Fernando Sastre Filho, na Avenida Salim Farah Maluf. Viana foi socorrido, mas morreu por traumatismos múltiplos horas depois do acidente.

Havia a possibilidade de abertura de outro inquérito para averiguar se houve prevaricação dos policiais militares que atenderam a ocorrência, no dia 31 de março. Diligências indicam que o Fernando Sastre Filho teria fugido do local do acidente e, por esse motivo, as imagens das câmeras corporais dos policiais foram requisitadas pela Polícia Civil. A defesa nega a fuga.

O empresário foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal - o amigo de Fernando, que estava no banco do carona, entrou em coma - e fuga do local do crime (não prestou socorro e não fez bafômetro). A Justiça de São Paulo negou os dois pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil contra o empresário, que responde ao processo em liberdade.

Marcus Vinicius Rocha, amigo de Fernando e que estava no banco de carona do Porsche, precisou ser internado na UTI, ficou em coma induzido e teve o baço retirado em uma cirurgia. O empresário não teve lesões graves e só se apresentou à polícia cerca de 40 horas depois do acidente.

Antes de acertar o carro de Viana, Sastre Filho estava com a namorada e um casal de amigos em um bar, e teriam ido a uma casa de pôquer na sequência. As investigações conduzidas por Alves apuraram que o empresário teria ingerido bebida alcóolica antes da batida, e que estaria alterado quando dirigiu o carro de luxo. Testemunhas ouvidas no caso, incluindo o casal de amigos, e diligências também reforçam a hipótese.

Fernando Sastre Filho e a namorada negam a ingestão de álcool. No depoimento à polícia, o empresário afirmou também que dirigia o Porsche "um pouco acima" do limite de velocidade da Avenida Salim Farah Maluf quando bateu na traseira do veículo de Ornaldo Silva, mas não determinou qual era a velocidade que conduzia o carro de luxo.

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Uma vaquinha online foi aberta para ajudar a atriz Maidê Mahl, de 32 anos, que segue em recuperação após ter sido encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel de São Paulo, em setembro do ano passado. A informação foi divulgada na noite de domingo, 20, no Instagram dela.

De acordo com a publicação, Maidê saiu da UTI, mas ainda requer cuidados especiais. Ela está sendo acompanhada por uma mulher chamada Mariá, que deixou o trabalho para se dedicar integralmente à recuperação da atriz.

"Os gastos com medicamentos, alimentação e cuidados básicos são altos, e elas precisam da nossa ajuda. Qualquer valor faz diferença. Se puder, contribua e compartilhe. Juntos, podemos garantir que a Maidê siga vencendo essa batalha!", dizia a publicação.

A atriz ficou conhecida por interpretar Elke Maravilha na série O Rei da TV (2022) e por atuar em Vale dos Esquecidos. Em setembro de 2024, ela desapareceu após ser vista com uma mochila nas costas no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo.

Três dias depois, em 5 de setembro, a atriz foi localizada em um hotel na região central da cidade, com ferimentos graves e inconsciente. Ela ficou internada na UTI por um mês, em coma, e recebeu alta hospitalar apenas no fim de janeiro deste ano.

No último dia 18, Maidê fez sua primeira publicação nas redes sociais desde o ocorrido. "Meu coração é pura saudade quando vejo esse vídeo. Quando eu falava, cantava, eu andava e dançava. Agora esse sonho está perto de se realizar", escreveu ela, sem dar detalhes sobre o tratamento. A atriz disse estar em reabilitação no maior centro especializado da América Latina e demonstrou otimismo com a recuperação.

O texto abaixo contém spoilers do segundo episódio da nova temporada de 'The Last of Us'.

A HBO e a Max exibiram no domingo, 20, o segundo episódio da nova temporada de The Last of Us. A produção trouxe um dos momentos mais aguardados e polêmicos do videogame: a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal. A cena, marcada por violência, foi debatida pelos criadores Craig Mazin e Neil Druckmann em entrevista à revista Variety.

Na trama, Joel é atacado por Abby (Kaitlyn Dever) durante uma patrulha, após ajudá-la a escapar de infectados. Ela o atrai até uma cabana, onde o personagem é ferido e espancado diante de Ellie (Bella Ramsey), que tenta intervir. A motivação da personagem está ligada aos acontecimentos do final da primeira temporada. Enquanto isso, a cidade de Jackson lida com uma invasão de infectados, ampliando a tensão.

Druckmann explicou que o momento precisava ocorrer ainda no começo da temporada para dar início ao novo arco narrativo da série - no jogo, a morte de Joel também acontece no início. Para ele, atrasar essa virada poderia enfraquecer o impacto da história.

Mazin completou dizendo que o desafio era equilibrar a surpresa para quem ainda não conhecia o jogo e a expectativa de quem já sabia o que viria.

"Existe o risco de atormentar o público, e não é isso que queremos fazer. Se as pessoas souberem que isso vai acontecer, vão começar a se sentir atormentadas. E quem não sabe, vai acabar descobrindo, porque todo mundo comentaria sobre a ausência da cena", explicou o criador. "Nosso instinto foi garantir que, quando acontecesse, parecesse natural dentro da história - e não como uma escolha pensada apenas para abalar o público."

A versão televisiva da história também expande elementos que, no jogo, aparecem apenas como menções. A crise em Jackson, por exemplo, foi mostrada de forma mais direta, o que ajuda a consolidar o local como um personagem dentro da narrativa. "Queríamos que o público levasse Jackson em consideração daqui para frente", disse Druckmann.

O episódio também aprofunda a relação entre Joel e Dina (Isabela Merced), que não chega a ser mostrada no jogo. A adaptação sugere que, ao longo dos anos em Jackson, Joel e Dina desenvolveram uma conexão próxima, o que reforça o impacto emocional do ataque. Já a dinâmica entre Ellie e Dina ainda está em construção, com diferenças importantes em relação ao material original.

O autor britânico Neil Gaiman, conhecido por obras como Sandman, Coraline e Deuses Americanos, abriu um processo contra Caroline Wallner, ceramista que o acusou de abuso sexual.

Ele cobra mais de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,6 milhões), alegando que ela quebrou o acordo de confidencialidade firmado entre os dois há três anos. As informações são da revista Vulture.

Wallner se mudou para a casa de Gaiman em Woodstock, nos Estados Unidos, onde trabalhou e morou, junto com o ex-marido. Segundo ela, os abusos teriam ocorrido entre 2018 e 2020, após o fim do casamento. Nesse período, o autor teria proposto relações sexuais em troca de moradia. Ele nega a acusação e diz que foi ela quem iniciou os encontros íntimos.

Em 2021, Gaiman e Wallner assinaram um acordo que incluía cláusulas de sigilo e não difamação. Como parte do acerto, o escritor pagou US$ 275 mil à ceramista, que ficou impedida de processá-lo ou relatar publicamente o que viveu. Agora, ele afirma que Wallner descumpriu os termos ao dar entrevistas a veículos de imprensa.

No novo pedido, o autor exige o reembolso total do valor pago, o pagamento de honorários advocatícios e uma compensação de US$ 50 mil para cada entrevista concedida. O ex-marido de Wallner, que também assinou o acordo à época, foi citado no processo.

Vincent White, advogado da ceramista, e especialista em casos de assédio, afirmou que raramente homens acusados recorrem à Justiça nesses casos, por conta da repercussão pública negativa. "Quando alguém tenta silenciar esse tipo de denúncia, muita gente acaba acreditando que ela é verdadeira", afirmou.