Série 'Cadernos Negros' completa 45 anos com festa cultural na Avenida Paulista

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Leitura de poemas e apresentações musicais e de dança e interação com os escritores vão marcar um momento importante da literatura afro-brasileira neste final de semana, dias 20 e 21, em São Paulo: o lançamento do 45º volume dos Cadernos Negros, uma das principais vitrines para autores e autoras negras no País há quatro décadas.

Produzido pelo coletivo cultural Quilombhoje Literatura, o evento apresentará no Itaú Cultural, na Avenida Paulista, vasta programação com diversas linguagens artísticas. Quarenta e um autores - dos 56 presentes no livro -, vão compartilhar suas obras e experiências.

A música estará de braços dados com a literatura. No sábado, performances de samba-rock serão inspiradas em poemas, além de um pocket show da banda Clube do Balanço. Nos dois dias, apresentação da cantora Liah Jones.

Os Cadernos Negros representam mais que uma simples coleção de textos. São testemunhos do poder da literatura como resistência contra o preconceito.

Ao longo dos anos, a publicação desempenha papel fundamental na ampliação do debate sobre a identidade negra no Brasil, abrindo caminho para uma nova geração de escritores e leitores. Neste ano, ela se dedica à poesia negra.

"É possível ser um escritor e uma escritora em um país racista, que tentou sempre nos colocar em lugares inferiorizados. Não reconhecer que escrevemos e publicamos é de uma violência tamanha", diz a escritora Esmeralda Ribeiro, uma das organizadoras da publicação desde 1982.

Cadernos Negros é uma série literária independente fundamental para a descoberta e promoção de novos talentos literários. Criada em 1978, a publicação surgiu em um contexto de avanço dos movimentos de afirmação da população negra, como o Black Panthers e Black is beautiful.

Em São Paulo, ganhava força a Imprensa Negra Paulista. Além disso, ecoava o ativismo dos líderes negros Rosa Parks, Nelson Mandela, Abdias do Nascimento e Lélia Gonzalez.

A série foi criada pelos escritores Cuti e Hugo no final dos anos 1970, quando a população negra tentava se inserir, ainda de forma tímida, no ensino superior. Então aluno de Letras da Universidade de São Paulo, Cuti se desencantou com seu curso. A carreira não contemplava a cultura afro-brasileira; os textos literários com temática racial não eram bem recebidos nem pelos colegas nem pelas editoras. A área das Letras se mostrou mais um ambiente de exclusão.

Partilhando a sensação de deslocamento, Cuti, Oswaldo de Camargo, Paulo Colina e Abelardo Rodrigues, entre outros nomes, fundam o Quilombhoje, grupo propunha o debate sobre o apagamento do negro e sua representação distorcida nos discursos literários. Como combater essa exclusão?

Como resposta, nasceu a primeira edição dos Cadernos: um espaço de expressão com a temática "ser negro no Brasil". Alguns exemplares da série encontram-se disponíveis para leitura na biblioteca do CCSP, incluindo a primeira edição e uma seleção à parte, de dois volumes (Os Melhores Poemas e Os Melhores Contos), que foi traduzida para o inglês.

*Este conteúdo foi produzido em parceria com o Quilombhoje, coletivo que incentiva a leitura, difusão de conhecimentos e produção de estudos sobre literatura e cultura negra

Serviço

- Lançamento do livro Cadernos Negros - Volume 45 - Poemas Afro-brasileiros

- Data: 20 e 21 de abril

- Horários: Sábado (18h) e domingo (17h)

- Local: Itaú Cultural

- Endereço: Av. Paulista, 149 - Bela Vista - São Paulo

- Para mais informações, visite o site do Quilombhoje Literatura https://www.quilombhoje.com.br/site/

Em outra categoria

Última eliminada do BBB 25, com 54,52%, Vitória Strada participou do Mais Você, nesta segunda-feira, 21, e falou sobre o rompimento com Camilla e Thamiris. A atriz e as duas irmãs formaram uma aliança ao longo do programa, mas se afastaram após informações reveladas pelo quadro RoBBB Seu Fifi.

Durante a conversa com Ana Maria Braga, Vitória reconheceu que demorou a perceber o comportamento delas. "Tão bobinha eu. A gente não tem o pay-per-view, então eu só tinha o que os meus olhos podiam ver. E ninguém me contava muita coisa", disse. "Na minha vida aqui fora também sou assim, eu não sou de largar nenhum aliado meu na primeira briga, tentativa, e foi o que eu tentei fazer com elas ali. Estava agindo com o que eu tinha, e eu não sabia de todo o resto."

Segundo a atriz, ela passou a perceber o distanciamento das duas após uma votação. Ao comentar sua liderança no jogo, quando dividiu o quarto com Diego Hypolito e Thamiris, Vitória explicou que não conseguiu indicar Camilla ao Paredão, pois preferiu seguir o que sentia.

Ela tentou uma reconciliação com Thamiris, com quem sentia mais "abertura", mas depois que ouviu os relatos do RoBBB Seu Fifi, ficou surpresa com o que descobriu. Após o quadro, afirmou que foi o momento de se priorizar. "Ali eu estava vendo muito mais o lugar do outro do que o meu sentimento", desabafou.

Ao final da entrevista, Vitória refletiu sobre o que faria diferente. "Tenho certeza de que tudo que vivi foi porque eu tinha que aprender alguma coisa. [...] Mas, se a gente está falando objetivamente, talvez ter confiado, me entregado demais para as pessoas", concluiu.

Uma vaquinha online foi aberta para ajudar a atriz Maidê Mahl, de 32 anos, que segue em recuperação após ter sido encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel de São Paulo, em setembro do ano passado. A informação foi divulgada na noite de domingo, 20, no Instagram dela.

De acordo com a publicação, Maidê saiu da UTI, mas ainda requer cuidados especiais. Ela está sendo acompanhada por uma mulher chamada Mariá, que deixou o trabalho para se dedicar integralmente à recuperação da atriz.

"Os gastos com medicamentos, alimentação e cuidados básicos são altos, e elas precisam da nossa ajuda. Qualquer valor faz diferença. Se puder, contribua e compartilhe. Juntos, podemos garantir que a Maidê siga vencendo essa batalha!", dizia a publicação.

A atriz ficou conhecida por interpretar Elke Maravilha na série O Rei da TV (2022) e por atuar em Vale dos Esquecidos. Em setembro de 2024, ela desapareceu após ser vista com uma mochila nas costas no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo.

Três dias depois, em 5 de setembro, a atriz foi localizada em um hotel na região central da cidade, com ferimentos graves e inconsciente. Ela ficou internada na UTI por um mês, em coma, e recebeu alta hospitalar apenas no fim de janeiro deste ano.

No último dia 18, Maidê fez sua primeira publicação nas redes sociais desde o ocorrido. "Meu coração é pura saudade quando vejo esse vídeo. Quando eu falava, cantava, eu andava e dançava. Agora esse sonho está perto de se realizar", escreveu ela, sem dar detalhes sobre o tratamento. A atriz disse estar em reabilitação no maior centro especializado da América Latina e demonstrou otimismo com a recuperação.

O texto abaixo contém spoilers do segundo episódio da nova temporada de 'The Last of Us'.

A HBO e a Max exibiram no domingo, 20, o segundo episódio da nova temporada de The Last of Us. A produção trouxe um dos momentos mais aguardados e polêmicos do videogame: a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal. A cena, marcada por violência, foi debatida pelos criadores Craig Mazin e Neil Druckmann em entrevista à revista Variety.

Na trama, Joel é atacado por Abby (Kaitlyn Dever) durante uma patrulha, após ajudá-la a escapar de infectados. Ela o atrai até uma cabana, onde o personagem é ferido e espancado diante de Ellie (Bella Ramsey), que tenta intervir. A motivação da personagem está ligada aos acontecimentos do final da primeira temporada. Enquanto isso, a cidade de Jackson lida com uma invasão de infectados, ampliando a tensão.

Druckmann explicou que o momento precisava ocorrer ainda no começo da temporada para dar início ao novo arco narrativo da série - no jogo, a morte de Joel também acontece no início. Para ele, atrasar essa virada poderia enfraquecer o impacto da história.

Mazin completou dizendo que o desafio era equilibrar a surpresa para quem ainda não conhecia o jogo e a expectativa de quem já sabia o que viria.

"Existe o risco de atormentar o público, e não é isso que queremos fazer. Se as pessoas souberem que isso vai acontecer, vão começar a se sentir atormentadas. E quem não sabe, vai acabar descobrindo, porque todo mundo comentaria sobre a ausência da cena", explicou o criador. "Nosso instinto foi garantir que, quando acontecesse, parecesse natural dentro da história - e não como uma escolha pensada apenas para abalar o público."

A versão televisiva da história também expande elementos que, no jogo, aparecem apenas como menções. A crise em Jackson, por exemplo, foi mostrada de forma mais direta, o que ajuda a consolidar o local como um personagem dentro da narrativa. "Queríamos que o público levasse Jackson em consideração daqui para frente", disse Druckmann.

O episódio também aprofunda a relação entre Joel e Dina (Isabela Merced), que não chega a ser mostrada no jogo. A adaptação sugere que, ao longo dos anos em Jackson, Joel e Dina desenvolveram uma conexão próxima, o que reforça o impacto emocional do ataque. Já a dinâmica entre Ellie e Dina ainda está em construção, com diferenças importantes em relação ao material original.