Novo ensino médio: como secretários de Educação avaliaram mudança no Senado

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) divulgou nesta segunda-feira, 17, nota contra as mudanças no projeto de lei sobre o novo ensino médio que tramita na Comissão de Educação do Senado. Segundo os gestores, as alterações desconsideram a posição dos Estados e atrasam ainda mais a implementação da reforma.

Na semana passada, a senadora Dorinha Seabra (União-TO) apresentou o relatório a respeito do PL aprovado na Câmara dos Deputados para modificar a estrutura da reforma do ensino médio. A relatora propôs mudanças significativas em relação à carga horária, adoção obrigatória do Espanhol como idioma estrangeiro, entre outras proposições.

Com isso, caso o texto seja aprovado dessa forma no Senado, deverá retornar à Câmaras atrasando o planejamento do próximo ano letivo e a implementação do modelo. O texto deve ser analisado pelos senadores nesta terça-feira, 18.

"O Consed representa os interesses dos Estados brasileiros e observa que o texto do substitutivo não apenas desconsidera contribuições e sugestões feitas pelos secretários estaduais de Educação, mas também ignora necessidades e realidades locais que foram cuidadosamente ponderadas durante anos de debates e reflexões", diz a nota do conselho.

A reforma do ensino médio foi sancionada em 2017, na gestão Michel Temer (MDB). A medida previa, entre outros pontos, o aumento progressivo da carga horária da etapa para que chegue a um modelo de ensino integral.

Estabelecia ainda um currículo flexível, em que os alunos tenham a possibilidade de escolher um itinerário formativo relacionado às áreas do conhecimento (Linguagens; Matemática; Ciências Humanas; e Ciências da Natureza) ou à educação profissional.

Um dos principais pontos alterados por Dorinha foi justamente a configuração da carga horária da etapa. O tema é alvo de controvérsia desde o início da tramitação do projeto na Câmara. A configuração aprovada pelos deputados foi fruto de acordo entre governo e oposição.

O Consed defende outro modelo, com um mínimo de 1,8 mil horas para a formação geral básica (FGB) e mínimo de 900 horas para os itinerários. Mas ainda assim reconhece que o texto aprovado pela Câmara "resultou do acordo possível para dar seguimento ao projeto de lei".

Com a mudança proposta no Senado, todos os alunos terão o mesmo número de horas de FGB: 2,2 mil horas. O total, porém, é menor do que as 2,4 mil horas previstas no texto da Câmara para todos (exceto para alunos do ensino técnico, cuja carga geral mínima poderia ser de 2,1 mil horas).

No caso da educação técnica, esse limite poderá ser flexibilizado. Isto é, até 400 horas da FGB poderão ser aproveitadas pelos cursos técnicos desde que o conteúdo seja relacionado ao que está previsto na Base Nacional Curricular Comum do Ensino Médio (BNCC).

Consequentemente, fica determinado que os itinerários formativos (carga horária flexível do currículo, como os aprofundamentos de estudos em Linguagens, Matemática etc) devem ter, obrigatoriamente, pelo menos 800 horas. No texto da Câmara, os itinerários tinham, no mínimo, 600 horas.

Além da carga horária, o Consed critica a forma como foi estabelecida a obrigatoriedade do Espanhol no ensino médio. O idioma era opcional antes da modificação proposta pela relatora.

Os secretários defendem que os Estados tenham autonomia para ofertar essa disciplina, "inclusive com a mediação de tecnologias e com diferentes configurações de carga horária". A nota do Consed argumenta ainda que a oferta deve considerar a possibilidade de investimento por parte dos Estados, já que alguns estão em regime de recuperação fiscal, a exemplo do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

"O caráter opcional da oferta da língua espanhola, previsto no texto aprovado pela Câmara dos Deputados, atende mais adequadamente a esse posicionamento", diz a nota.

Enem e ensino a distância

Outro ponto questionado pelos secretários é a alteração sobre o ensino mediado por tecnologia. Antes, o texto da Câmara deixava dúvida sobre o uso do dispositivo. Um dos receios era de que o PL deixasse brecha para uso de educação à distância em circunstâncias variadas.

Devido a isso, a senadora especificou a situação em que é previsto o uso de tecnologia em substituição ao presencial, como em epidemias e eventos relacionados à mudança do clima - a exemplo da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

O Consed critica, porém, reivindica mais flexibilidade para a adoção do ensino remoto. "A eventual falta de professores e situações em que precise compatibilizar os horários do ensino médio e dos anos finais do fundamental, em razão de logística de transporte escolar, infraestrutura das escolas e jornada dos professores, são fatores adicionais em favor da manutenção da oferta do ensino mediado por tecnologia", argumenta.

O conselho também defende que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalie a Formação Geral Básica e os itinerários formativos, como aprovado pela Câmara. Já a proposta da relatora no Senado é de que o Enem avalie apenas a formação básica.

Em outra categoria

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.