'Amor Estranho Amor', filme vetado por Xuxa por décadas, volta a ser exibido

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Um filme cuja exibição em território nacional estava proibida desde os anos 1980 finalmente poderá ser visto: Amor Estranho Amor, dirigido por Walter Hugo Khouri em 1982, será exibido pelo Canal Brasil na madrugada de quinta, 12, para sexta-feira, à 0h30. Será o fim de um grande período em que o longa ficou fora de circulação a pedido da apresentadora Xuxa Meneghel, que conseguiu manter o veto na Justiça até 2018, quando finalmente desistiu da ação. Hoje, Xuxa reviu sua opinião e até incentiva as pessoas a assistirem ao filme.

Uma cena em especial se tornou a grande causadora do problema: Xuxa (então com 18 anos) vive Tamara, menina de 16 anos obrigada a se prostituir e que tem uma relação sexual com um garoto de 12. Excluída do contexto, a cena se torna vulgar, o que não é a marca dos filmes dirigidos por Khouri (1929-2003), cineasta cujos trabalhos lembram os de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, sofisticados desde o roteiro até a concepção da cena e da elegância na movimentação da câmera.

Amor Estranho Amor acompanha a trajetória de Hugo, homem que, na meia-idade, se lembra quando era garoto, em 1937, e foi deixado diante de um bordel de luxo, onde a mãe trabalhava e era amante de um influente político paulista. Lá, ele convive com garotas de programa como a jovem Tamara, que teve sua falsa virgindade leiloada entre os frequentadores e que inicia Hugo nos prazeres do sexo.

Estrelado por um elenco respeitável (Tarcísio Meira, Vera Fischer, Otávio Augusto, Mauro Mendonça, Walter Foster), o filme tem, como pano de fundo, o momento político do País às vésperas do golpe que instituiu o Estado Novo. O trabalho conquistou elogios até no exterior - no jornal Los Angeles Times, o crítico Kevin Thomas comparou o longa de Khouri a Menina Bonita e Sopro no Coração, dois grandes trabalhos do francês Louis Malle, que tratam de prostituição infantil e incesto, respectivamente. "Se Khouri não é um estilista seguro como Malle, compartilha a discrição e o bom gosto do francês no manuseio de um material potencialmente explosivo", escreveu.

Na época das filmagens, início dos anos 1980, Xuxa era uma jovem modelo em ascensão e foi convencida a participar do filme pelo seu então namorado, Pelé. "Apesar de ter Tarcísio Meira e Vera Fischer, odiei fazer. Foi uma experiência péssima", conta ela em seu livro Memórias (Globo). "Tem gente que, quando quer me atacar, fala desse longa como sendo um filme pornô. Nada a ver!"

Como logo começou a comandar programas com e para os pequenos (estreou o Clube da Criança, na extinta TV Manchete, em 1983, rumando para a Globo em 1986, onde iniciou o Xou da Xuxa), ela percebeu que sua nova imagem não combinava com a mostrada no filme. Assim, logo que Amor Estranho Amor começou a ser distribuído em videocassete, a já apresentadora iniciou uma disputa legal com os produtores para impedir que o filme também voltasse aos cinemas. Foi o início de um longa disputa judicial.

Em 2009, em entrevista ao Estadão, Xuxa negou agir como censora. "Não quero proibir Amor, Estranho Amor nem banir o filme da minha carreira", disse ela, embora, àquela altura, não incluísse o filme de Khouri na lista de suas produções cinematográficas. "Também não renego que posei para a Playboy. O que há é que o filme de Khouri foi feito antes que eu começasse a trabalhar com crianças. Era um papel minúsculo, que os produtores, astutamente, resolveram explorar de forma que considero inadequada. Fizeram aquele cartaz e criaram slogan 'Veja o que Xuxa faz com seu baixinho'. Sou contra exploração grosseira. Quer transformar numa safadeza, quer mostrar? Vai ter de pagar. Não dou mole. Ponho advogado em cima."

E foi o que fez ao longo dos anos, a um custo estimado de R$ 345 mil por ano. Em 2010, por exemplo, iniciou outra disputa jurídica, agora com o Google, solicitando que o site de buscas retirasse de seus resultados fotos em que aparece nua no filme e também frases que a relacionem à prática de pedofilia.

A disputa se arrastou por diversos tribunais até que os advogados de Xuxa recorreram ao Supremo, em 2017, quando o ministro Celso de Mello negou seguimento do recurso. Segundo ele, não foi verificada, na decisão do Superior Tribunal de Justiça, "a existência de qualquer juízo, ostensivo ou disfarçado, de inconstitucionalidade das normas legais". Ele considerou a reclamação da artista "inacolhível".

Durante esse período de batalhas, o filme foi lançado no mercado externo, desde os Estados Unidos e a então União Soviética, até Grécia e Japão, onde recebeu o título de The Experience. Foi em 2018 que Xuxa desistiu do bloqueio e o filme, desde então, está liberado.

O Canal Brasil comprou os direitos de exibição no final do ano passado, quando o longa foi oferecido pelo produtor Anibal Massaini. "Eu, que era coprodutora, e o Massaini sentimos no bolso o efeito da proibição", disse Vera Fischer ao programa Cinejornal, do Canal Brasil, em novembro. "Tinha um elenco enorme. Pena que o público só viu por um tempo. Ele entrou em cartaz nos cinemas, fez ótimo público, mas saiu de circulação."

Nessa mesma época, Xuxa já defendia que o público visse o longa. "Assistam ao filme. E não deixem que o mais importante dele se perca: que é necessário combater o aliciamento sexual de menores para prostituição", escreve ela, em suas memórias.

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As Patricinhas de Beverly Hills, comédia adolescente icônica dos anos 1990, vai ganhar série. A trama funcionará como uma continuação do filme, com Alicia Silverstone de volta ao papel de Cher Horowitz depois de 30 anos.

A atriz de 48 anos também será produtora executiva do projeto, de acordo com a revista The Hollywood Reporter. Por trás da série estão Josh Schwartz e Stephanie Savage, que idealizaram dois grandes sucessos voltados para o público jovem nos anos 2000: as séries The O.C. e Gossip Girl. Jordan Weiss, roteirista da sequência Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda, também está envolvida.

Mais detalhes sobre o enredo ainda não foram divulgados. A série está em desenvolvimento pelo streaming Peacock, da NBC. As produções originais da plataforma, indisponível no Brasil, costumam chegar ao País pelo Universal+.

Anteriormente, em 2020, uma outra série derivada de As Patricinhas de Beverly Hills havia sido anunciada. A história seria um mistério sobre o desaparecimento de Cher, investigado por sua melhor amiga, Dionne (vivida por Stacey Dash no filme). A produção, no entanto, foi descartada, e a ideia não deve ser reaproveitada.

As Patricinhas de Beverly Hills foi lançado em 1995. É uma adaptação moderna do clássico Emma, romance de Jane Austen de 1815. Até hoje, o filme segue conquistando novas gerações por sua ótima trilha sonora e figurinos fashionistas.

Na trama, Cher é a garota mais popular de sua escola em Beverly Hills, em Los Angeles, na Califórnia. Rica, mimada e superficial, a jovem pega gosto pela "caridade" e resolve presentear uma nova colega, cujo visual a desagrada, com uma transformação completa. A crise começa quando essa garota supera a popularidade de Cher, tomando seu posto como abelha-rainha.

A Globo anunciou que, em 2026, haverá mais uma edição do Big Brother Brasil. O apresentador Tadeu Schmidt falou, no programa da última quinta-feira, 17, que as inscrições para participar já estão abertas.

Para tentar uma chance de entrar na casa, é preciso acessar este link. Segundo instruções da produção, ao entrar no link de inscrição, primeiro, é preciso selecionar a região onde mora ou nasceu.

Depois, é preciso responder um questionário. A produção ainda recomenda caprichar nas fotos e nos vídeos. As vagas são limitadas e se esgotam rapidamente.

Na noite de quinta-feira, 17, Diego Hypólito foi eliminado com 59,77% dos votos. Ele disputava a permanência na casa com Vitória e Renata. A temporada de 2025 do BBB tem data marcada para acabar no dia 22 de abril.

A icônica Odete Roitman está prestes a fazer sua aguardada estreia no remake de Vale Tudo. A personagem, agora vivida por Debora Bloch, entra na trama no capítulo previsto para ir ao ar em 26 de abril. Dona da companhia aérea TCA, Odete promete movimentar o núcleo empresarial da novela das 21h.

Enquanto Maria de Fátima (Bella Campos) tenta aplicar um golpe em Afonso Roitman (Humberto Carrão), a chegada da executiva pode virar o jogo. Com sua postura implacável e calculista, a personagem retorna ao Brasil com intenções que devem impactar diretamente o futuro dos Roitman.

De acordo com informações divulgadas pelo site gshow, a entrada de Odete coincide com uma nova crise envolvendo Marco Aurélio (Marcos Caruso), que deve sofrer um grande prejuízo financeiro nos próximos capítulos. A trama da TCA e os conflitos internos da família devem ganhar ainda mais destaque.

Além disso, o remake assinado por Manuela Dias deve trazer outras reviravoltas nos próximos dias - incluindo a morte de um personagem querido pelo público, Rubinho (Júlio Andrade).