Dor das mulheres é subestimada em atendimentos de urgência, diz estudo

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Quando sentem uma dor sem causa aparente e buscam atendimento médico em um pronto-socorro, mulheres não recebem o mesmo tratamento que homens em situação semelhante. Elas são menos questionadas sobre a intensidade do sintoma, medida por meio de uma escala, esperam mais tempo pela consulta e recebem menos prescrições de remédios para alívio da dor.

A conclusão é de um estudo com mais de 20 mil registros de hospitais dos Estados Unidos e de Israel. Os resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Embora tenha sido realizada em outros países, a pesquisa reflete uma realidade que também é observada no Brasil, segundo Telma Zakka, especialista em dor crônica da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). "Avaliar a dor é uma coisa muito difícil. Eu preciso crer naquilo que você me conta, porque eu não tenho como mensurar", afirma.

Ela explica que, diferentemente da febre, por exemplo, medida pela temperatura corporal do paciente, a dor é subjetiva. "Depende do outro acreditar na sua subjetividade", diz. Para ela, os resultados do estudo reforçam a desvalorização da queixa feminina.

Reforço às evidências

Os resultados não são novidade. Estudos anteriores já apontaram a disparidade no atendimento médico de urgência para a dor a depender do gênero do paciente. As evidências mostram que, nos hospitais, as mulheres com dores abdominais têm menor probabilidade de receberem analgésicos. Já aquelas com dor no peito têm maior dificuldade de ter diagnóstico e tratamento adequado para um enfarte do que os homens.

Para Telma, há um preconceito enraizado com as queixas femininas. "Desde os primórdios, é dado à mulher o direito de sofrer, de se queixar e de ter dor", afirma, exemplificando com o fato de que meninas, quando caem, são acolhidas pelos pais, enquanto meninos são incentivados a não demonstrar sofrimento.

Além disso, a especialista da SBED aponta que mulheres sofrem com mais flutuações hormonais do que os homens. Especialmente no período pré-menstrual, isso leva a uma maior sensibilidade ao estímulo doloroso. "Também existem dores que são muito mais prevalentes na mulher do que no homem, como a enxaqueca, a fibromialgia e a síndrome do intestino irritável", diz.

Por fim, ela destaca o fato de as mulheres serem mais afetadas pela violência doméstica. "A mulher tem muito mais queixas dolorosas", analisa. Isso pode levar a uma procura maior por serviços de saúde, o que alimenta o preconceito com seus relatos de sintomas. "Veem a mulher como uma pessoa queixosa", sintetiza.

Como resultado, muitas pacientes não recebem tratamento adequado. O preconceito pode fazer com que as mulheres sejam medicadas com antidepressivos em vez de analgésicos, por exemplo. No contexto de emergência considerado no novo estudo, o erro diagnóstico pode levar à morte.

O tratamento diferenciado não é exclusivo da área da dor. A chamada histeria feminina, por exemplo, foi usada como diagnóstico para uma ampla gama de sintomas relatados por mulheres.

Não à toa, a Organização Pan-Americana de Saúde encara a desigualdade de gênero como um limitante ao acesso a serviços de saúde, o que contribui para taxas de morbidade e mortalidade evitáveis.

Mudanças necessárias

De acordo com a nova pesquisa, o viés foi percebido durante o atendimento de profissionais da saúde homens e mulheres, evidenciando que os estereótipos de gênero influenciam o comportamento de uma maneira geral.

Para Telma, isso mostra como o problema está na capacitação de quem atende pacientes. "Os profissionais de saúde - não só os médicos, os enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos - precisam ter esse olhar diferenciado para a mulher, sim", opina.

Ela acredita ser importante que alunos de graduação e residência em cursos da área da saúde sejam introduzidos no estudo da dor, uma vez que todas as especialidades lidam com o problema. Para a médica, isso pode melhorar a capacidade profissional de ouvir e compreender os relatos dos pacientes, o que é essencial para um diagnóstico assertivo.

"Quando você interrompe a queixa de um doente, dificilmente ele volta para o mesmo ponto (do relato). E aí você perde a chance de fazer um bom diagnóstico", finaliza.

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Celso Freitas reapareceu na tela da Globo nesta terça-feira, 22, em um vídeo enviado ao Encontro com Patrícia Poeta. A participação fez parte da homenagem à Fátima Bernardes, que relembrava sua trajetória na emissora. O jornalista e a apresentadora dividiram a bancada do Fantástico na década de 1990.

"Durante anos nós transmitimos muitas alegrias e também momentos marcantes que ficam registrados na memória do público brasileiro", disse Celso em sua mensagem. Ele também parabenizou Fátima pelo trabalho: "Quero aqui cumprimentar e dar parabéns pela sua trajetória profissional e por fazer parte desses 60 anos da Globo".

A breve aparição chamou a atenção por ser a primeira vez que o jornalista voltou à programação da Globo desde sua saída da Record, em março deste ano. Após 21 anos na emissora, ele deixou a bancada do Jornal da Record, onde dividia a apresentação com Christina Lemos. O desligamento foi confirmado em comunicado oficial.

Desde então, Freitas não anunciou novos projetos e tampouco foi confirmado oficialmente como parte do time de jornalistas da Globo. Portanto, sua presença no programa de Patrícia Poeta não indica um retorno definitivo, apenas uma participação pontual na comemoração do aniversário da emissora carioca.

Na época em que deixou a Record, ele publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo pela trajetória e se dizendo aberto a novos desafios. "Acompanhei e noticiei os principais fatos do Brasil e do mundo. A partir de agora, sigo para novos desafios. Experiente, ligado à tecnologia e sempre disposto para aprender cada vez mais", disse.

Regina Duarte, atriz que interpretou Raquel na primeira versão de Vale Tudo, relembrou o conselho que deu a Taís Araújo para o remake da novela.

Ela explicou que a atriz, que dá vida à mesma personagem que Regina interpretou, lhe mandou uma mensagem. A revelação foi feita durante o Conversa Com Bial desta segunda-feira, 21.

A atriz elogiou a colega de profissão, afirmando que a nova versão de Raquel está muito boa.

"Que novelão, coisa linda, impressionante. Taís me mandou uma mensagem linda e respondi também lindamente como ela merecia e merece [...] Falei para ela: 'Relaxa e se solta, se joga nessa mulher. O que a gente faz é um parque de diversões, vai brincar'. A brincadeira é falar e fazer o que você não faria nunca. A liberdade de ser outro ser, com outras convicções. Sempre tive sorte de fazer personagem muito parecido com a pessoa que meus pais criaram", disse.

No início do mês, após a estreia da novela de Manuela Dias, Regina Duarte já havia declarado não gostar muito de remakes.

"Preciso confessar que não sou simpatizante de remakes, especialmente aqueles que se baseiam em grandes sucessos", disse em entrevista à Marie Claire. Uma das alterações que mais a incomodam envolve a relação da protagonista com outro personagem.

Na versão original, Raquel criava laços afetivos com um menino chamado Gildo. Agora, no remake, a relação é com Gilda, uma mulher. "Fico toda arrepiada de pânico com tal subversão. Aí penso, indignada: 'não mexe, cara! Faz outra!'", declarou, em tom de brincadeira.

Aviso: Este artigo contém spoilers da série 'The Last of Us' e do jogo 'The Last of Us Part 2'.

Pedro Pascal, que interpreta Joel Miller em The Last of Us, revelou sua reação ao segundo episódio da série que foi ao ar neste domingo, 20, durante uma entrevista ao Entertainment Weekly.

Com o começo da temporada, poucos esperavam que a jornada de Joel Miller, personagem que protagonizou a primeira temporada ao lado de Ellie (Bella Ramsey), chegasse ao final. Com a morte do personagem, Pedro Pascal reagiu: "Estou em negação".

"Eu percebo que, quanto mais velho fico, mais eu me vejo em negação sobre o final das coisas. Eu sei que estarei para sempre ligado aos membros da experiência e que tenho que vê-los em diferentes circunstâncias, mas nunca estarei [novamente] sob as circunstâncias de interpretar Joel em The Last of Us".

"Eu não passo muito tempo pensando nisso porque me deixa triste", completou.

Entretanto, o ator revelou que já sabia sobre o destino de Joel. A trama, que é uma adaptação do jogo de homônimo, trazia o mesmo fim para um dos personagens mais emblemáticos do enredo. Com relação a isso, ele emendou: "Era só uma questão de como e quando".

A cena da morte de Joel foi gravada por ele, entretanto, com um sentimento de "relaxamento".

"Eu estava sempre colocando de lado como eu realmente me sentia sobre o meu fim na série [...] Acho que o mais estranho de passar por isso foi o laço que criei com todos da série após os desafios da primeira temporada, não só com a Bella mas com toda a equipe e o elenco".

"Então ter esse 'adeus' foi muito triste para mim, e eu tive uma manifestação física, um espelho violento do quão triste estava pela morte do Joel. Para ser honesto, [atuar na cena] foi como um sonho", finalizou, sobre sua morte.

Pascal afirmou ao portal americano que a maquiagem e os efeitos fizeram grande parte do trabalho, o que causou outro choque: "Eu matei a 'vibe' completamente depois que entrei no set [com a maquiagem]. Eu podia sentir esse luto tomar conta do olhar das pessoas".

The Last of Us estreou sua segunda temporada na Max em 13 de abril. Os sete episódios serão lançados semanalmente aos domingos, 22h, simultaneamente na HBO e na Max.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais.