Conheça passageiros que não embarcaram no avião da Voepass que caiu em Vinhedo

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Um grupo de dez passageiros não conseguiu embarcar no avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP) nesta sexta-feira, 9, matando 58 passageiros e quatro tripulantes. Dois deles não estavam na aeronave porque perderam o horário para o check-in no aeroporto de Cascavel, no Paraná.

No aeroporto de Cascavel (PR), onde o ATR 72-500 da Voepass decolou, às 11h56, em direção ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, Adriano Assis ligou para a filha e disse com a voz embargada: "Eu perdi o voo. Papai te ama".

"Você tá onde? Eu também, minha filha (ao fundo dá para ouvir a filha dizendo que estava com saudade dele). O papai já está indo para casa. Eu perdi o voo. Ô, filha, porque eu perdi o voo. Porque o voo que eu perdi, ele caiu, o avião. Deus é muito bom, filha. O papai te ama, tá?", disse o passageiro.

Assis chegou ao terminal de Cascavel às 9h40, mas o guichê estava fechado. Então, ele saiu para tomar um café e retornou ao atendimento às 10h40, mas não conseguiu embarcar. Ele foi informado que deveria estar uma hora antes no atendimento. De Guarulhos, ele pretendia pegar outro avião para ir ao Rio, onde mora.

Maranhense confundiu empresas e perdeu check-in

José Felipe Araújo, de 21 anos, também foi barrado de embarcar no voo. Ele confundiu a empresa que faria o trajeto até Guarulhos, e não teve tempo de embarcar no ATR da Voepass.

"Aconteceu que eu me enganei com as empresas. Eu pensei que ia sair pela Latam, não pela Voepass, que infelizmente foi o que caiu", disse o passageiro em depoimento ao Estadão.

De acordo com José Felipe, um grupo de 10 pessoas reclamou com o balconista por ser impedido de entrar na aeronave. De Guarulhos, ele pretendia ir para Teresina (PI) e depois seguiria ao Maranhão, onde vive. O passageiro relatou que soube do acidente pelos noticiários e recebeu ligações da mãe dele.

"Quando saiu a notícia, todo mundo falou que o avião que ia para Guarulhos caiu. Aí eu já fiquei sem pé. Fiquei todo tremendo. (...) A mãe aqui está me ligando e tudo. Eu não estou nem conseguindo falar com a mãe direito. Mas agradeço muito a Deus", declarou o maranhense.

Médica troca passagem a pedido do pai e não embarca

A médica Juliana Chiumento iria de Cascavel, no Paraná, para o Rio de Janeiro na sexta-feira, 9, com conexão em Guarulhos, mas, a pedido do pai, trocou a passagem para esse sábado, 10.

"Estou bem nervosa, bem emocionada. Não tinha como eu chegar nesse aeroporto e não lembrar dos meus amigos que estavam ontem nesse voo, que embarcaram", disse Juliana neste sábado, no aeroporto de Cascavel, onde pegou um voo da Gol para retornar ao Rio. "Foi Deus que falou para o meu pai me mandar mensagem. Pra eu não ir na sexta, pra eu ir no sábado de manhã."

Juliana trabalhava no Hospital do Câncer de Cascavel (Uopeccan). Entre os profissionais do hospital que morreram no acidente aéreo de sexta-feira estão as residentes de oncologia clínica Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim.

"Perdi amigas. Muitas pessoas que estavam no voo eram meus colegas de trabalho, meus amigos", lamentou Juliana. "Que Deus conforte o coração de todos os familiares e dê força. Uma hora dessas podia ser meu pai aqui, atrás de mim, atrás do meu corpo."

Causas da queda

As condições climáticas estão entre as hipóteses que explicam a queda do avião, que despencou quatro mil metros em um minuto. Imagens feitas por moradores de Vinhedo mostram a aeronave caindo em "parafuso chato" e indicam que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, conhecido no meio aeronáutico como "estol".

Segundo especialistas, a perda de sustentação da aeronave pode estar associada à formação de gelo nas asas do avião. Porém, apenas a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a análise da caixa-preta serão capazes de elucidarem os motivos do desastre.

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Um ônibus que transportava o cantor Ferrugem e sua equipe se envolveu em um acidente de trânsito na manhã deste domingo, 20, na região de Porto Alegre. Ninguém ficou ferido.

Na noite anterior, o artista havia se apresentado no festival Festimar, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho.

Segundo comunicado divulgado pela empresa responsável pelo veículo, o acidente ocorreu por volta das 6h45 da manhã na BR-290, próximo à Ponte do Guaíba, que liga a capital ao interior do Estado.

Ferrugem falou sobre o ocorrido em suas redes sociais, compartilhando uma foto da frente do ônibus com os vidros estilhaçados. "Livramento! Um senhor acidente, mas graças a Deus todos estão bem", escreveu.

Mais tarde, gravou um vídeo explicando o acidente: "Destruiu tudo ali, a frente do ônibus, a porta foi arrancada, mas, graças a Deus, ninguém se machucou. Todo mundo bem, todo mundo inteiro."

O cantor também esclareceu que o acidente não atrapalharia o show que fará na noite deste domingo, 20, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.

Durante a tarde, ele mostrou que estava almoçando com a família antes de se encaminhar para a apresentação.

Em nota, a Mônica Turismo, responsável pelo ônibus, disse que os danos do acidente foram apenas materiais.

"A empresa imediatamente solicitou a substituição do veículo, mas não houve necessidade, a equipe preferiu ir até o aeroporto com o mesmo veículo para evitar atrasos", diz o comunicado.

Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.