Ministério Público do Trabalho vai apurar responsabilidade da Voepass no acidente em Vinhedo

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que abrirá uma investigação para apurar se houve responsabilidade da companhia Voepass no acidente aéreo que vitimou 62 pessoas - incluindo quatro tripulantes da empresa - na última sexta-feira, 9. Procurada pelo Estadão, a companhia disse não ter conhecimento da citação até o momento, mas reiterou estar "à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários".

Segundo a justificativa do procurador Marcus Vinícius Gonçalves, responsável por instaurar o procedimento, "é evidente a lesão a direitos sociais indisponíveis ligados à segurança no meio ambiente de trabalho".

Para possibilitar a investigação trabalhista o procurador determinou a expedição de um ofício à Voepass, requisitando da empresa as Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT) e os contratos de trabalho dos 4 tripulantes falecidos. Ele ainda requisitou ao Departamento de Polícia Federal de Campinas, à Força Aérea Brasileira (FAB) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) os dados já apurados pelas investigações instauradas pelos órgãos a respeito do acidente.

Como mostrado pelo Estadão, a FAB já declarou que as caixas-pretas foram encontradas ainda na sexta-feira, e que elas seriam enviadas a Brasília para extração de dados em perícia. Além disso, apontou que o avião que caiu em Vinhedo não comunicou emergência durante voo.

O procurador do MPT acrescentou ainda que a atuação do ministério deve ser no sentido de "verificar a extensão dos fatos denunciados, apurar as devidas responsabilidades e adotar medidas que contribuam para obstar novos acidentes como o ora investigado". A investigação deve partir da sede do MPT em Campinas (SP), que tem jurisprudência sobre o município paulista de Vinhedo, onde caiu o avião.

Excesso de trabalho e desrespeito a folgas

A investigação do Ministério Público do Trabalho tem ligação direta com as condições trabalhistas dos quatro colaboradores da Voepass que foram vítimas do acidente. Como mostrado pelo Estadão, um outro piloto já acusou a companhia aérea de desrespeitar folgas e impor um excesso de trabalho à equipe, o que poderia levar a fadiga e ao risco de acidentes.

A acusação ocorreu durante uma audiência pública da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizada em junho deste ano. Na ocasião, o piloto Luís Cláudio de Almeida afirmou que a empresa fazia pressão para os pilotos trabalharem mesmo quando estão fora da escala. "Às vezes, quando você acorda, tem oito ligações da escala, quando você está de folga. Eu estava de folga e precisei desligar meu celular", relatou Almeida.

Ele diz ainda que, além do excesso de trabalho, os pilotos muitos vezes não recebem alimentação adequada durante os voos e não têm condução para realizar o deslocamento até o aeroporto, o que aumenta o desgaste e o tempo dedicado ao trabalho.

Procurada pelo Estadão, a Voepass afirmou que "cumpre com todos os requisitos legais, considerando jornadas e folgas, de acordo com o regulamento brasileiro da Aviação Civil RBAC-117 que disciplina a jornada e gestão da fadiga dos tripulantes".

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Um ônibus que transportava o cantor Ferrugem e sua equipe se envolveu em um acidente de trânsito na manhã deste domingo, 20, na região de Porto Alegre. Ninguém ficou ferido.

Na noite anterior, o artista havia se apresentado no festival Festimar, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho.

Segundo comunicado divulgado pela empresa responsável pelo veículo, o acidente ocorreu por volta das 6h45 da manhã na BR-290, próximo à Ponte do Guaíba, que liga a capital ao interior do Estado.

Ferrugem falou sobre o ocorrido em suas redes sociais, compartilhando uma foto da frente do ônibus com os vidros estilhaçados. "Livramento! Um senhor acidente, mas graças a Deus todos estão bem", escreveu.

Mais tarde, gravou um vídeo explicando o acidente: "Destruiu tudo ali, a frente do ônibus, a porta foi arrancada, mas, graças a Deus, ninguém se machucou. Todo mundo bem, todo mundo inteiro."

O cantor também esclareceu que o acidente não atrapalharia o show que fará na noite deste domingo, 20, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.

Durante a tarde, ele mostrou que estava almoçando com a família antes de se encaminhar para a apresentação.

Em nota, a Mônica Turismo, responsável pelo ônibus, disse que os danos do acidente foram apenas materiais.

"A empresa imediatamente solicitou a substituição do veículo, mas não houve necessidade, a equipe preferiu ir até o aeroporto com o mesmo veículo para evitar atrasos", diz o comunicado.

Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.