OAB cria Comissão de Segurança Pública de olho no aumento da letalidade da PM de SP

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A Ordem dos Advogado do Brasil (OAB) criou uma Comissão de Segurança Pública, que reunirá advogados criminalistas e representantes de entidades da sociedade civil, como o Instituto Sou da Paz, para tratar do controle do uso da força letal pela polícia. A nova comissão será presidida pelo criminalista Alberto Zacharias Toron, que tomou posse nesta sexta-feira, 16, no cargo em uma cerimônia que contou com a presença do secretário nacional de segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo.

"Quando se tem o aumento da letalidade policial registrado nos últimos dois anos, é preciso verificar o que está acontecendo", afirmou o vice-presidente da comissão, o professor de Direito da FGV e advogado criminalista Theo Dias. O objetivo, segundo ele, neste primeiro momento, é tratar da regulamentação do uso da força letal. "Polícia violenta gera insegurança, além de ser ineficiente, pois não conta com a cooperação da sociedade."

No primeiro trimestre deste ano, o Estado de São Paulo registrou um crescimento de 138% na letalidade policial ante o mesmo período de 2023. Foram 179 casos neste ano enquanto no passado esse total ficara em 75. A reportagem procurou a Secretaria da Segurança Pública para ouvi-la sobre a instauração da comissão da OAB. Esta disse que está investindo em câmeras e armas não letais para diminuir a letalidade. O Estadão também ouviu o presidente da comissão sobre o tema. E fez essas perguntas:

A comissão vai se debruçar sobre as acusas do aumento da letalidade da polícia de São Paulo? Esse é um dos objetivos dela?

Sem dúvida.

Ela vai verificar que tipo de modelo de câmera corporal seria o melhor para se fazer o controle da letalidade?

Nós também vamos nos debruçar sobre a questão das câmeras e os softwares que as alimentam. A nós nos parece, pelo menos à primeira vista, que essa ideia de acionamento na hora que mais interessar é errada. A câmera deve funcionar, a nosso juízo, ininterruptamente. E esse será um tema objeto de nossa atenção.

A ideia também é analisar a cadeia de custódia nesse tipo novo de prova?

Não só sobre a cadeia de custódia, mas algo mais importante é a questão da legitimidade da ação da polícia. O sujeito muitas vezes diz: o morador consentiu com a nossa entrada. A câmera vai mostrar se pôs o pé na porta e se o morador consentiu mesmo.

Quando se fala em segurança pública, o foco sempre é direcionado para as forças de segurança, mas existem também outros atores, como o Poder Judiciário. Há uma ideia de a comissão fazer alguma análise sobre o impacto do Poder Judiciário na segurança?

A nossa atuação está hoje muito focada na atuação regular das forças policiais, isso ligada à letalidade e a questão das câmeras que os policiais militares devem usar. Obviamente, nós, como advogados, temos um relacionamento diuturno com o Poder Judiciário, mas nós temos outras comissões para trabalhar com o Judiciário. E quando se fizer necessária a crítica ao Poder Judiciário, ela será feita com serenidade e firmeza.

Tem acontecido reiteradamente neste ano operações policiais relacionadas á venda de sentenças, muitas delas para integrantes do crime organizado. O que muitas vezes é usado para mostrar que o Judiciário também tem problemas, que a polícia prende e o juiz solta...

Acho que isso é mais uma exceção. Nó temos de pensar as duas pontas. Existe esses problema de eventual corrupção no Judiciário? Pode existir. Até onde eu percebo, eu enxergo, é uma exceção. O que precisamos pensar é o que no funcionamento regular do Judiciário possa estar errado e precisa ser objeto de atenção porque cria insegurança pública.

Por exemplo, no uso de novos tipos de provas e como isso pode ser admitido nos tribunais?

Claro, isso sim.

Leia a íntegra da nota da Secretária de Segurança Pública:

Para reduzir a letalidade, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) tem investido continuamente em treinamento e capacitação dos policiais, além de adquirir e utilizar equipamentos de menor potencial ofensivo, como teasers. Há um forte trabalho de correição das forças de segurança, com todas as ocorrências desse tipo sendo rigorosamente investigadas pelas respectivas corregedorias, com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. Em casos de irregularidades, os envolvidos são responsabilizados administrativa e criminalmente.

Paralelamente, as forças de segurança mantêm um processo contínuo de atualização e modernização dos procedimentos operacionais, assim como das grades curriculares das academias de formação e dos cursos de educação continuada dos policiais, com a ampliação da carga horária das disciplinas voltadas aos direitos humanos e a cidadania. Além disso, a atual gestão está ampliando o uso das câmeras operacionais portáteis (COPs), com a aquisição de 12 mil novos dispositivos, representando um aumento de 18,5% em relação ao número atual de equipamentos.

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Um ônibus que transportava o cantor Ferrugem e sua equipe se envolveu em um acidente de trânsito na manhã deste domingo, 20, na região de Porto Alegre. Ninguém ficou ferido.

Na noite anterior, o artista havia se apresentado no festival Festimar, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho.

Segundo comunicado divulgado pela empresa responsável pelo veículo, o acidente ocorreu por volta das 6h45 da manhã na BR-290, próximo à Ponte do Guaíba, que liga a capital ao interior do Estado.

Ferrugem falou sobre o ocorrido em suas redes sociais, compartilhando uma foto da frente do ônibus com os vidros estilhaçados. "Livramento! Um senhor acidente, mas graças a Deus todos estão bem", escreveu.

Mais tarde, gravou um vídeo explicando o acidente: "Destruiu tudo ali, a frente do ônibus, a porta foi arrancada, mas, graças a Deus, ninguém se machucou. Todo mundo bem, todo mundo inteiro."

O cantor também esclareceu que o acidente não atrapalharia o show que fará na noite deste domingo, 20, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.

Durante a tarde, ele mostrou que estava almoçando com a família antes de se encaminhar para a apresentação.

Em nota, a Mônica Turismo, responsável pelo ônibus, disse que os danos do acidente foram apenas materiais.

"A empresa imediatamente solicitou a substituição do veículo, mas não houve necessidade, a equipe preferiu ir até o aeroporto com o mesmo veículo para evitar atrasos", diz o comunicado.

Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

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"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

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