Flávio Dino proíbe municípios brasileiros de pagarem honorários a advogados estrangeiros

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, proibiu municípios com ações judiciais no exterior, como Brumadinho e Mariana, ambos em Minas, de pagarem honorários aos escritórios estrangeiros que os representam nas ações fora do País. Segundo o ministro, é necessário que a Corte máxima examine os pagamentos, considerando as "consequências para parcela do patrimônio público nacional".

A decisão foi dada no bojo da ação em que o Instituto Brasileiro de Mineração pede ao STF que barre a participação de municípios em processos judiciais no exterior. O instituto alega que as cidades buscam "fugir" do regime constitucional brasileiro.

Ao acionar o Supremo, o IBRAM deu destaque às ações movidas na esteira de Mariana e Brumadinho, tragédias ambientais que chocaram o mundo. Mariana, em novembro de 2015, deixou 19 mortos. Brumadinho fez 270 mortos, sob um mar de lama, em janeiro de 2019. Milhares de famílias ficaram desamparadas.

A decisão assinada por Flávio Dino determina ainda que todas as cidades que mantenham contratos com escritórios de advocacia no exterior, para representação em processos fora do Brasil, apresentem os respectivos acordos.

O ministro quer saber se os contratos são de risco, baseados em "honorários de êxito" - casos em que a remuneração dos escritórios se dá por meio de percentuais elevados (de no mínimo 30%) do valor da indenização eventualmente deferida.

Em seu despacho, o ministro apontou que o Tribunal de Contas da União já decidiu que cláusulas de êxito em contratos com a administração pública são "ilegais, ilegítimas e antieconômicas, ainda mais quando associadas a elevadas taxas de retorno sobre o valor obtido em favor do poder público".

Dino considera que é preciso avaliar as condições em que as cidades brasileiras litigam diante das Cortes de outros países em razão das consequências para a "parcela do patrimônio público nacional e para a efetiva e integral reparação de danos perpetrados em solo brasileiro".

Ele ressaltou que sua decisão não está ligada ao mérito da ação no qual foi proferida: a validade das ações judiciais movidas por municípios perante tribunais estrangeiros.

O IBRAM argumentou ao ministro que teria constatado uma nova "irregularidade": "a celebração de contratos de risco, baseados em honorários de êxito ("taxa de sucesso"), com previsão de remuneração dos causídicos mediante elevados percentuais do valor indenizatório eventualmente alcançado".

Para o Instituto, há risco de lesão econômica às vítimas e aos cofres públicos nos contratos. O IBRAM lançou mão do pedido alegando que se aproxima o julgamento do caso Samarco na Justiça Inglesa. Neste processo, previsto para ser analisado em outubro, há pedido de indenização de R$ 260 bilhões.

Na ação, o IBRAM alega que o ajuizamento de ações judiciais no exterior, por municípios brasileiros implica em "violações aos princípios que devem reger toda a atividade administrativa, como a publicidade, a moralidade e a legalidade".

O Instituto sustenta que a avaliação dos desastres de Mariana a Brumadinho por Cortes estrangeiras gera um "esvaziamento da jurisdição brasileira" que prejudica "esforços de operacionalização da reparação dos danos dos dois acidentes".

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".