Lula mantém contato com Mauro Vieira, que representa Brasil no Brics, diz Padilha

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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, têm mantido contato para coordenar a participação brasileira na cúpula dos Brics. Lula iria para a Rússia participar do evento, mas cancelou a viagem por causa de um acidente doméstico sofrido no fim de semana.

Segundo Padilha, Vieira repassará a Lula possíveis demandas de participação do presidente da República nas atividades do bloco. Pelo que disse o ministro, não há certeza sobre participações de Lula até o momento. No fim de semana, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que o petista faria aparições por videoconferência.

O ministro das Relações Institucionais falou a jornalistas depois de reunião com Lula. Padilha mencionou que não deve haver sessões para votação no Congresso nesta semana. Reuniões do ministro com o presidente da República nas segundas-feiras para planejar o trabalho dos dias seguintes são comuns.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou pela primeira vez após ter sofrido um acidente doméstico no sábado, 19, e disse que sua queda foi "grave", mas que não afetou "nem uma parte mais delicada". Segundo o petista, os médicos pediram para esperar de três a quatro dias para conseguirem calcular as consequências da batida na cabeça.

"Estou bem. Eu tive um acidente aqui mas, uma bobagem minha. Foi grave mas não afetou nenhuma parte mais delicada. Eu estou cuidando porque qualquer coisa na cabeça é muito forte, né?", disse Lula.

A declaração foi feita durante uma conversa do presidente com o candidato do PT à prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano. O diálogo foi filmado e publicado no perfil da rede social do candidato no Instagram nesta segunda-feira.

"Estou aguardando, porque os médicos dizem que eu tenho que esperar pelo menos uns 3 ou 4 dias para eles saberem qual foi o estrago que fez a batida", completou. "Eu preciso sobreviver para ir na sua posse", brincou o petista com o candidato.

O chefe do Executivo federal deu entrada no Hospital Sírio-Libanês em Brasília na noite de sábado, após sofrer um acidente doméstico que resultou em um ferimento na cabeça. Ele tinha uma viagem marcada para Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula do BRICS, com ida prevista para ontem e retorno na quinta-feira, 24. Por orientação médica, Lula cancelou a viagem e vai participar do encontro apenas por videoconferência.

O presidente caiu no banheiro do Palácio da Alvorada no final da tarde, após retornar de São Paulo, onde participou de uma live com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O presidente foi levado à unidade do Sírio na capital federal onde seu ferimento na cabeça foi tratado. Ele levou três pontos no local. Após o atendimento médico, o presidente foi liberado para retornar ao Alvorada.

No domingo, 20, Lula retornou ao Sírio-Libanês para novos exames. Foi quando os médicos orientaram o presidente a cancelar a longa viagem de avião para a Rússia.

Nesta segunda-feira, o petista despacha do Palácio da Alvorada e cumpre agendas de trabalho. Nesta manhã, ele recebeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim, o Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e o Chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do GPPR, Oswaldo Malatesta. Já nesta tarde, ele se reúne com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar uma ação de improbidade administrativa contra o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O processo tramita na 13.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

Alckmin responde por suposto caixa dois de R$ 8,3 milhões da Odebrecht na campanha ao Governo de São Paulo, em 2014, quando foi reeleito. Ele nega irregularidades.

Em nota, o advogado Fábio de Oliveira Machado, que representa Geraldo Alckmin, afirmou que a decisão "só confirma o que sempre foi defendido pela defesa: a inexistência dos fatos empregados nessa ação judicial".

"Essa importante decisão proferida pela Suprema Corte põe fim a uma injustiça que representou uma grave ofensa à honra do vice-presidente, cuja trajetória pessoal e política sempre foi pautada pelos mais elevados padrões éticos e morais", diz a defesa.

Provas anuladas

O processo foi aberto a partir de depoimentos de delatores da Odebrecht, registros de pagamentos, e-mails e planilhas do departamento de propinas da construtora, extraídas dos dos sistemas Drousys e My Web Day B.

Com a anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht, em setembro de 2023, Toffoli mandou remover da ação de improbidade "quaisquer elementos probatórios" obtidos a partir da confissão dos executivos da empreiteira.

Coube à juíza de primeira instância, que conduz o processo, analisar se a ação se mantinha de pé mesmo sem as provas do acordo, ou seja, se o processo poderia seguir após a exclusão das informações declaradas inválidas pelo STF.

A juíza Luíza Barros Rozas Verotti, 13.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, considerou que havia provas "imunes de contaminação" e manteve a tramitação do caso.

"Vale ressaltar que os elementos probato´rios constantes do inque´rito civil sa~o imunes de contaminac¸a~o, uma vez que na~o te^m nenhuma relac¸a~o, seja direta, seja por derivac¸a~o, com o acordo de delac¸a~o premiada. Assim, entendo que na~o esta~o presentes, desde logo, circunsta^ncias que permitam afastar a suposta pra´tica de atos de improbidade administrativa, devendo-se dar prosseguimento ao processo, sob pena de se negar acesso a` Justic¸a", escreveu a magistrada.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi contra o arquivamento do processo.

Em nova decisão, na sexta, 18, Tofffoli mandou trancar a ação alegando que as informações obtidas a partir do acordo da Odebrecht foram "fonte primária" do processo.

"Analisadas as premissas do caso concreto, anoto que não vislumbro a existência de elementos probatórios mínimos que justifiquem o prosseguimento da ação de improbidade em face do ora reclamante, estando efetivamente contaminadas as provas referidas pela autoridade reclamada como suficientes para a persecutio", escreveu o ministro.

Relembre o processo

O Ministério Público afirma que o ex-governador recebeu recursos não declarados da Odebrecht por meio do tesoureiro de sua campanha, Marcos Monteiro, que também é réu no processo. O tesoureiro era chamado pelo codinome "M&M" no sistema Drousys.

As supostas entregas de dinheiro vivo em hotéis de São Paulo teriam sido organizadas pelo doleiro Álvaro Novis, usado pela empreiteira para o pagamento de propinas, por meio de transportadoras de valores.

Um novo levantamento divulgado pelo instituto Atlas nesta segunda-feira, 21, mostra que Ricardo Nunes (MDB) lidera as intenções de voto dos eleitores da cidade de São Paulo, com 54,8% no segundo turno. Seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), acumula 42,2% do eleitorado paulistano.

Os votos brancos e nulos somam 2,1%. Já os entrevistados que não souberam responder, são 0,8%. Considerando apenas os votos válidos, ou seja, desconsiderando os eleitores que declararam voto em branco, nulo ou que não souberam responder, o atual prefeito soma 56,5% das intenções, ante 43,5% do deputado federal.

O instituto Atlas entrevistou 2.000 eleitores da cidade de São Paulo entre os dias 15 e 21 de outubro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-02116/2024.

Entre os eleitores que votaram em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições, 84,4% declararam voto em Ricardo Nunes, enquanto 11,1% devem votar em Guilherme Boulos. O cenário se inverte em relação à população que depositou o voto em Tabata Amaral (PSB) na primeira etapa do pleito. Dos eleitores da deputada, 73,9% dizem ter a intenção de votar no psolista, enquanto 20,3% no emedebista.

A imagem de Nunes é melhor do que a de Boulos para os eleitores paulistanos. 45% dos entrevistados dizem ter uma visão positiva do atual prefeito, enquanto para 44% essa imagem é negativa. Por sua vez, 40% dos entrevistados do levantamento avaliam que a imagem do deputado federal é boa, ante 59% que têm uma percepção oposta sobre o psolista.

Os três maiores problemas para a população de São Paulo, de acordo com a pesquisa Atlas desta segunda, 21, são criminalidade (64,6%), saúde (52%) e educação (39,6%). Os temas que menos afetam a cidade são a poluição (7,4%), a limpeza urbana (6,4%) e a burocracia e barreiras para negócios (4,4%).

O instituto também pesquisou a aprovação dos líderes de governo das esferas municipal, estadual e federal. O prefeito Ricardo Nunes é aprovado por 42% dos eleitores paulistanos, ante 50% que desaprovam sua gestão. 8% não souberam responder.

Por sua vez, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 55% de aprovação e 40% de desaprovação dos paulistanos. São 5% os entrevistados que não souberam responder. O presidente Lula (PT) apresenta o índice de aprovação mais baixo entre os três: 40%. Sua taxa de desaprovação chegou a 57%, e apenas 3% não souberam opinar.