EUA vão construir nova embaixada em Brasília com profundidade de 9 andares

Internacional
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O governo dos Estados Unidos vai gastar R$ 3,5 bilhões (US$ 623 milhões) para construir uma nova embaixada em Brasília. A menos de 5 minutos do Palácio do Planalto, o edifício vai substituir o prédio existente no local e terá 22 mil m². A área equivale ao tamanho da Praça da República, no Centro de São Paulo.

As obras já começaram e o espaço ocupado pela embaixada está tomado por contêineres e materiais de construção. O projeto vem sendo divulgado pela própria representação diplomática dos EUA, mas com algumas restrições. A embaixada prefere não dar detalhes sobre as áreas localizadas no subsolo do edifício por motivos de segurança. No momento, a edificação está na fase das fundações, que têm profundidade de 29 metros. A título de comparação, essa metragem seria equivalente à altura de um prédio de nove andares.

A planta exibida pela embaixada mostra que o novo prédio de fundações profundas terá apenas três andares e capacidade para abrigar 450 funcionários.

Segundo o porta-voz da embaixada americana, Luke Ortega, o investimento no novo edifício mostra o comprometimento da importância que os EUA dão às relações com o Brasil.

Ortega afirma que, com a ampliação das instalações, a representação diplomática poderá aumentar a capacidade de emitir vistos de brasileiros para os EUA. "Iremos aumentar a capacidade do novo prédio em 40%, o quer dizer que teremos mais janelas onde o consulares fazem as entrevistas para os solicitantes de vistos", explica Ortega. "É importante destacar que 1,1 milhão de vistos que foram emitidos no ano passado corresponde a todos os vistos em todo o Brasil".

Para se adaptar melhor ao clima de Brasília, o projeto arquitetônico da embaixada incluirá elementos de outros edifícios da capital - as curvas do prédio são inspiradas nos trabalhos do Oscar Niemeyer - e soluções sustentáveis, como placas solares e captação de chuva.

A construção irá manter a praça original, projetada pelo paisagista Burle Max, que contém uma árvore de mais de cem anos. Segundo Ortega, as placas irão fornecer 25% das necessidades energéticas. A água da chuva será reciclada para regar os jardins da embaixada.

Ortega diz que a construção simboliza uma renovação nas relações diplomáticas dos Estados Unidos com o Brasil, ressaltando que o país norte-americano foi o primeiro a ter uma embaixada em solo brasileiro em 1961. "A gente fez uma reforma em 1974 e agora a gente está fazendo essa obra para fazer uma atualização da nossa presença diplomática aqui no Brasil". Atualmente, o Brasil é a sexta maior missão diplomática dos Estados Unidos no mundo.

Independente de quem vença as eleições em novembro, o porta-voz assegurou que nenhuma mudança ocorrerá na construção da embaixada. "Isso aqui é um projeto que tem sido planejado faz anos, vai demorar anos para ser terminado", explica. A expectativa é que o prédio esteja pronto em 2028 e, depois, levará mais dois anos para construção de outras instalações, como área de lazer e moradias para forças de segurança dos fuzileiros navais.

A vegetação da embaixada terá plantas típicas do cerrado, além de outras plantas tropicais. As 92 árvores do antigo jardim foram transplantadas e estarão no Brasília Country Club enquanto as obras da nova sede estão em andamento.

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Horas antes de vencer o segundo turno da eleição em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) "lançou" Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas, como candidato a deputado nas eleições gerais de 2026. No domingo, 27, Nunes acompanhou a votação de Tomás Covas, que foi questionado durante uma fala à imprensa sobre a possibilidade de se candidatar a algum cargo no próximo pleito. Nesse momento, Nunes interveio e disse: "Vai ser deputado. Estou lançando ele aqui para 2026".

"É uma responsabilidade muito grande, então vou procurar me preparar agora para estar pronto daqui a dois anos", afirmou o filho de Bruno Covas, que também admitiu que o cargo pretendido, por ora, é na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). "Eu, pessoalmente, acho que deputado estadual seria um primeiro passo mais interessante e tranquilo do que federal", disse.

Tomás Covas Lopes carrega o sobrenome do ex-governador paulista Mário Covas, de quem é bisneto. Ele também é parente de Mário Covas Neto, ex-vereador da capital paulista e tio de Bruno. Aos 18 anos, ele já possui um cargo comissionado na Prefeitura de São Paulo, atuando como coordenador de políticas para a juventude na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. A remuneração bruta da função é de R$ 10,5 mil. Em valor líquido, o rendimento mensal é de R$ 8,1 mil.

Ao longo do primeiro semestre, o PSDB da capital paulista rachou entre os adeptos de uma candidatura própria e os que defendiam um apoio da sigla à reeleição de Ricardo Nunes. O impasse levou a uma debandada da bancada do partido na Câmara Municipal, que perdeu todos os seus integrantes durante a janela partidária.

O dilema também rachou a família Covas: enquanto Mário Covas Neto apoiou a candidatura própria dos tucanos, com o apresentador de TV José Luiz Datena, Tomás Covas apoiou Ricardo Nunes, que havia sido o vice-prefeito de seu pai. Enquanto Nunes se reelegeu para mais quatro anos à frente do Executivo paulistano, Datena foi derrotado no primeiro turno com 1,84% dos votos válidos, a pior votação da história do PSDB na cidade de São Paulo.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta quarta-feira, 30, que não tem intenção de disputar a Presidência da República em 2026. O ex-governador do Ceará foi o cabo eleitoral petista mais bem-sucedido nas eleições municipais, em que o partido elegeu Evandro Leitão para a prefeitura de Fortaleza.

"Tenho um mandato de Senador, são oito anos ainda. Então, não tenho intenção de disputar nada em 2026. Minha motivação é agora contribuir com o Ministério da Educação e com o presidente Lula", disse o ministro, que ainda descreveu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o "maior presidente da história desse país, que está reconstruindo a educação pública".

O ministro participou ativamente da campanha de Leitão na capital cearense. O petista teve 50,38% dos votos e bateu por pouco o deputado federal André Fernandes (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 49,62%.

Na terça-feira, 29, Lula recebeu o prefeito eleito em Brasília. Santana, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o senador Cid Gomes (PSB-CE) participaram da reunião. Segundo o ministro, o encontro foi promovido pelo presidente, que quis parabenizar Leitão pessoalmente.

O ministro avaliou a corrida eleitoral como "dura" e disse que Lula se colocou à disposição de Leitão para ajudar no governo. Para Santana, o PT terá "responsabilidade muito grande", pois pela primeira vez na história do Estado um mesmo partido ocupa a chefia do Executivo nas esferas federal, estadual e municipal na capital cearense.

Os principais partidos da Câmara dos Deputados tiveram movimentos contrastantes na tarde desta quarta-feira, 30, sobre a eleição na Casa. Enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL), o Partido Liberal (PL) terminou sua reunião com a bancada sem definição.

A ala bolsonarista defende uma postura mais intransigente na disputa, com uma lista de reivindicações para condicionar o apoio a determinado candidato ou até mesmo uma candidatura própria. Por outro lado, um grupo majoritário quer apoiar Motta, nome do próprio Lira para sua sucessão.

A costura feira por Lira para conseguir amplo apoio ao seu nome na disputa pela sucessão, no entanto, vem desagradando bolsonaristas. Nesta semana, Lira tirou da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o projeto de lei que prevê anistiar os bolsonaristas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos ataques de 8 de Janeiro e o transferiu a uma comissão especial - o que deve atrasar a sua tramitação. O projeto é peça-chave para a tentativa de reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP) deixou o auditório nesta quarta-feira chamando Lira de o "pior presidente da Câmara na história do Brasil". Ele diz que a bancada deve divulgar nos próximos dias uma longa lista de demandas para condicionar o apoio da bancada.

Júlia Zanatta (SC), por sua vez, defendeu postergar a discussão de modo a dar tempo para viabilizar uma candidatura que agrade a ala bolsonarista. A deputada, da tropa de choque de apoio a Bolsonaro na Câmara, se incomoda com o apoio dos petistas a Motta.

"Alguns deputados têm desejo por candidatura própria, mas acho que foi bastante entendido que esse encaminhamento do (apoio a) Hugo Motta já é uma realidade no partido. Estamos formando essa maioria dos deputados", afirmou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ). "Diante do posicionamento da maioria da bancada, isso (candidato próprio) está descartado".

A medida teve apoio de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e o próprio ex-presidente, mas desagradou a deputados federais, como Caroline de Toni (SC), presidente da CCJ e que colheria os louros por ter aprovado uma pauta tão estimada pela militância bolsonarista. Os parlamentares têm relatado pressão cada vez maior do eleitorado para dar um jeito de atenuar a punição aos condenados. Algumas penas chegam a 17 anos de prisão.

A insatisfação dos deputados vêm ao lado de uma sensação de que eles não podem fazer nada para acelerar a tramitação da anistia. Os parlamentares dizem que Lira ofertou ao PL que a comissão especial daria seu parecer ainda neste ano, mensagem reverberada pelo próprio Bolsonaro na terça-feira, mas eles mesmos descreem que isso pode acontecer. Um deles lembrou que foi numa comissão especial, inclusive, que o voto impresso foi derrubado na Câmara dos Deputados.