Rebeldes sírios tomam aeroporto e controlam maior parte da cidade de Aleppo

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Rebeldes tomaram o aeroporto civil de Aleppo e controlam a maior parte da cidade, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) neste sábado, 30. O Exército da Síria admitiu que os insurgentes avançaram sobre grandes partes da cidade, a segunda maior do país, depois de uma ofensiva devastadora, que deixou mais de 300 mortos e reacendeu a guerra civil.

"Dezenas de homens de nossas forças armadas foram mortos e outros ficaram feridos", reconheceu o Exército. "Organizações terroristas conseguiram penetrar em grande parte dos bairros da cidade de Aleppo", afirmou, detalhando que os combates se estendiam por mais de 100 quilômetros.

Os rebeldes, fortemente armados e vestidos com uniformes camuflados, patrulhavam as ruas ainda decoradas com cartazes do presidente sírio Bashar al-Assad. Eles afirmam que, embora controlassem quase toda a cidade, ainda não haviam consolidado completamente sua posição.

O grupo armado Hayat Tahrir al Sham (HTS) e suas facções aliadas tomaram o aeroporto internacional de Aleppo depois que as forças do regime Bashar al-Assad se retiraram, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A ONG afirma que os rebeldes controlam a maior parte da cidade, incluindo prédios do governo e prisões, além dos avanços em Hama e Idlib, onde capturaram pontos estratégicos sem encontrar resistência.

Aliada do regime, a Rússia lançou ataques em Aleppo com aviões de guerra pela primeira vez desde 2016, quando Bashar al-Assad reestabeleceu a autoridade sobre a cidade. Pelo menos 16 civis foram mortos neste sábado em ataque com aviões, provavelmente russos, afirma o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Com isso, subiu para 327 o número de mortos desde o início da ofensiva de quarta-feira. Isso inclui 183 jihadistas, 100 soldados sírios ou integrantes de milícias pró-governo e 44 civis, de acordo com o OSDH.

A escalada é a mais intensa em anos de uma guerra civil que estava em grande parte adormecida e representa o desafio mais sério enfrentado pelo regime. A escolha do momento para o ataque sugere que os rebeldes podem estar explorando fraquezas em uma aliança que liga o Irã ao Hezbollah, no Líbano, e ao regime de Assad na Síria.

Para Dareen Khalifa, especialista do International Crisis Group, a operação vinha sendo preparada há meses. O HTS e seus aliados, diz, "perceberam a mudança regional e geoestratégica". "Eles acreditam que agora os iranianos estão enfraquecidos e o regime está encurralado", acrescentou.

Em meio à ofensiva, o Irã denunciou que o seu consulado em Aleppo foi atacado por terroristas armados. O Ministério das Relações Exteriores de Teerã condenou o ataque e afirmou que todos os integrantes da missão diplomática estão a salvo.

Foi graças ao apoio militar de Rússia, Irã e Hezbollah que o regime conseguiu recuperar o controle de grande parte da Síria, em 2015. No ano seguinte, Assad reestabeleceu a autoridade sobre Aleppo. Os rebeldes da aliança jihadista Hayat Tahrir al Sham, contudo, mantiveram o domínio sobre as províncias de Hama e Latakia, nos arredores de Aleppo, e partes de Idlib.

O avanço rápido sobre Aleppo neste sábado ocorre após a ofensiva surpresa que reviveu os temores em um país devastado por uma guerra civil que se arrasta desde 2011. "Pela primeira vez em cerca de cinco anos, ouvimos foguetes e artilharia o tempo todo e, às vezes, aviões", disse Sarmad, de 51 anos, morador de Aleppo. "Estamos com medo de que o cenário de guerra se repita e que sejamos obrigados a fugir." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a visita de 24 senadores e um deputado federal ao general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto na prisão. A determinação atende a pedidos apresentados pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) e pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

De acordo com a decisão, cada parlamentar terá direito a um dia de visita à Vila Militar do Rio de Janeiro, onde Braga Netto está detido. O limite máximo é de três visitas individuais por dia, em datas a serem definidas junto à unidade militar.

É proibida a entrada de assessores, seguranças ou da imprensa. Os congressistas também não podem entrar com celulares, equipamentos fotográficos ou qualquer outro dispositivo eletrônico, e é vedado qualquer registro de imagens dentro do local.

Parlamentares autorizados a visitar Braga Netto:

- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);

- Izalci Lucas (PL-DF);

- Plínio Valério (PSDB-AM);

- Rogério Marinho (PL-RN);

- Chico Rodrigues (PSB-RR);

- Marcio Bittar (União-AC);

- Luis Carlos Heinze (PP-RS);

- Hamilton Mourão (Republicanos-RS);

- Marcos Rogério (PL-RO);

- Sergio Moro (União-PR);

- Eduardo Girão (Novo-CE);

- Laercio Oliveira (PP-SE);

- Nelsinho Trad (PSD-MS);

- Mecias de Jesus (Republicanos-RR);

- Romario Faria (PL-RJ);

- Alan Rick (União-AC);

- Jorge Kajuru (PSB-GO);

- Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG);

- Styvenson Valentim (PSDB-RN);

- Teresa Cristina (PP-MS);

- Zequinha Marinho (Podemos-PA);

- Dr. Hiran (PP-RR);

- Carlos Portinho (PL-RJ);

- Damares Alves (Republicanos-DF).

Walter Braga Netto é um dos oito integrantes do primeiro núcleo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao lado de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia contra eles foi aceita pelo STF em 26 de março, tornando-os réus por tentativa de golpe de Estado.

O grupo é acusado de cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Braga Netto foi preso após pedido da Polícia Federal (PF) e com parecer favorável da PGR. Segundo a PF, o general tentou interferir na investigação do plano de golpe e obter acesso ao conteúdo da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e também réu no caso.

O Ministério Público de Contas de São Paulo (MPC-SP) recomendou a rejeição das contas da Câmara Municipal de Guarujá referentes ao exercício financeiro de 2020. Esta é a sétima vez consecutiva que o órgão se posiciona contra a aprovação das finanças do Legislativo guarujaense. Procurada pelo Estadão, a Câmara não se manifestou.

Entre as irregularidades apontadas estão o pagamento de salários acima do teto constitucional e o número excessivo de funcionários comissionados - ou seja, contratados sem concurso público.

O julgamento das contas será realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) na próxima terça-feira, dia 15. O TCE já rejeitou as contas da Câmara nos exercícios de 2013 a 2019. A expectativa é de que o parecer negativo se repita.

Durante sustentação oral sobre o caso, o procurador José Mendes Neto, do MPC-SP, destacou o excesso de gastos com pessoal no primeiro ano da pandemia de Covid-19. Ele chamou atenção para a reincidência das falhas, observando que as seis reprovações anteriores foram motivadas por irregularidades semelhantes.

"Excesso de dispêndio com o pessoal, excesso na estrutura dos cargos comissionados, elevado pagamento de horas extraordinárias, falta de observância do teto remuneratório (constitucional)", enumerou o procurador.

Segundo o relatório de fiscalização, em 2020, a Câmara contava com 122 servidores: 47 efetivos e 75 comissionados.

Com exceção dos procuradores legislativos, o teto remuneratório era estabelecido pelo subsídio do prefeito, que à época era de R$ 20,8 mil. No entanto, o órgão apontou que a Câmara vinha utilizando horas extras habituais e gratificações para burlar esse limite.

Apenas com pagamentos fora do teto - como gratificações e horas extras -, o relatório aponta um total de R$ 1,8 milhão pagos de forma irregular.

Um dos servidores recebeu R$ 179 mil apenas em gratificações, outro recebeu R$ 152 mil, e uma terceira servidora teve gratificação no valor de R$ 136 mil. O relatório também aponta o pagamento de R$ 201 mil em gratificações de nível superior a uma servidora aposentada.

O procurador José Mendes Neto criticou o uso dessa verba para funções que já exigem formação superior como requisito para o cargo. "É um absurdo que se tenha despendido tamanhos recursos com essa gratificação - um somatório de R$ 2.637.000", afirmou.

Um grupo de indígenas foi contido com uso de gás de pimenta pela Polícia Legislativa depois de ocupar, na tarde desta quinta-feira, 10, o gramado em frente ao Congresso Nacional. A área costuma ser fechada a manifestações por questões de segurança.

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL), que acompanhava a manifestação, postou um vídeo sobre a manifestação e reclamou da ação policial. É absurda a repressão policial", escreveu o político.

Em nota, a Câmara afirmou que cerca de mil indígenas romperam a linha de defesa da Polícia Federal do DF, derrubando os gradis e invadindo o gramado do Congresso.

Ainda segundo a Casa, a situação foi controlada e o policiamento da Câmara e do Senado foram reforçados.

"O acordo com o movimento indígena, que reúne lideranças de diferentes etnias do país, era que os cerca de 5 mil manifestantes chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso. Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite", disse a assessoria da Câmara em nota.

Indígenas de todo o País se reuniram em Brasília ao longo da semana, no Acampamento Terra Livre (ATL), para pedir a proteção de seus direitos à terra.