Antony Blinken diz acreditar em cessar-fogo entre Israel e Hamas

Internacional
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Antony Blinken, voltou a repetir que acredita em um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Para o secretário, o Hamas não pode ser derrotado apenas por uma campanha militar e é necessário fazer concessões para se alcançar um acordo e atingir uma integração na região. O secretário disse que, no momento, espera as palavras finais do Hamas sobre a aceitação de um acordo proposto.

Em comentários para sua participação em evento do Conselho do Atlântico, em Washington, D.C., nesta terça-feira, 14, Blinken disse que Gaza é o lugar mais perigoso no mundo para crianças, jornalistas, população.

"Essa desumanização é a grande tragédia", afirmou Blinken durante sua apresentação, que foi interrompida em dois momentos por gritos e manifestações contra a postura americana no conflito.

A apresentação de Blinken ocorreu em meio a notícias de que o Hamas teria concordado com os termos de um rascunho de acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de dezenas de reféns, disseram duas autoridades envolvidas nas negociações nesta terça-feira.

Para Blinken, Israel tem direito e obrigação de se defender. O secretário de Defesa disse que, a despeito da influência americana no Oriente Médio, o país não tem controle sobre os desfechos e desdobramentos políticos na região. Blinken disse que, no Oriente Médio, os sapatos de um ditador podem ser usados por outro rapidamente.

O secretário afirmou que a influência americana conseguiu evitar um conflito regional amplo no Oriente Médio. Hoje, segundo Blinken, há ainda sete americanos entre os reféns do Hamas desde o ataque contra Israel lançado pelo grupo terrorista em 7 de outubro de 2023 e que matou mais de 1.400 pessoas. Israel reagiu com uma ofensiva militar que matou milhares de pessoas.

Em relação ao Líbano, Blinken afirmou que as escolhas do presidente e do primeiro-ministro são passos importantes para a soberania do país. O comandante-chefe do Exército libanês, Joseph Aoun, foi eleito presidente do país no dia 9. Aoun nomeou Nawaf Salam, que preside a Corte Internacional de Justiça, em Haia, como primeiro-ministro.

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A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 9, a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a prestar esclarecimentos sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ex-presidente argentina Cristina Kirchner em julho. Duas moções de repúdio também foram acatadas pelo colegiado.

"Ao priorizar o contato com uma figura condenada por corrupção e ignorar deliberadamente o governo em exercício da Argentina, o presidente da República optou por um gesto ideológico e revanchista", disse o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), autor do requerimento, ao pontuar que Lula e Mauro Vieira não se encontraram com Javier Milei, o atual presidente.

O parlamentar ainda afirmou que a visita caracteriza um "desrespeito ao sistema judiciário argentino" e "um gesto político e ideológico que não apenas enfraquece o combate à corrupção em âmbito regional, como compromete a credibilidade institucional do Brasil".

Kirchner foi condenada a seis anos de prisão por corrupção em junho deste ano e perdeu os direitos políticos. Lula visitou Kirchner quando foi à Cúpula do Mercosul, em 3 de julho na Argentina. O encontro durou cerca de 50 minutos e precisou de aval do judiciário local.

O presidente defendeu Cristina Kirchner, afirmando "saber o que é ser vítima de perseguição judicial". Para Van Hattem, "tal declaração, além de ignorar a legitimidade do processo judicial conduzido pelas instituições argentinas, relativiza a gravidade dos crimes pelos quais Kirchner foi condenada e contribui para desinformar a opinião pública sobre os fatos".

Ao pedir explicações de Mauro Vieira, o deputado afirmou que o gesto demonstra que a diplomacia brasileira foi usada para propaganda partidária, "defendendo uma narrativa revisionista da esquerda latino-americana".

De acordo com ele, o objetivo do Itamaraty deveria ser o de "representar os interesses permanentes do Estado, e não de governos, partidos ou lideranças circunstanciais. O Itamaraty deve pautar-se pela sobriedade, neutralidade, legalidade e foco no interesse nacional, jamais por solidariedades seletivas motivadas por afinidades ideológicas".

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, culpabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em coletiva de imprensa com jornalistas nesta quinta-feira, 10, Alckmin voltou a falar que o Brasil não é um problema para os americanos, pois tem superávit comercial em bens e serviços.

"O clã Bolsonaro trabalhou contra o interesse do País e do povo brasileiro. Agora a gente vê que esse clã, mesmo fora do governo, continua trabalhando contra o interesse brasileiro. Antes, era um atentado contra a democracia, mas agora é um atentado contra a economia", disse Alckmin, que ainda acusou Bolsonaro de negacionismo durante a pandemia de covid-19 e de acumular déficits primários.

Segundo Alckmin, a atitude de Trump foi um "equívoco" e deve ser "corrigida" e a tarifa americana prejudica a geração de empregos. O vice-presidente declarou que Lula está criando um grupo de trabalho emergencial para cuidar das reações contra a tarifa anunciada por Trump.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se encontrou nesta quinta-feira, 10, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um almoço num restaurante em Brasília. O republicano publicou um vídeo ao lado do capitão reformado na rede social X. "Sempre bom estar ao seu lado, presidente", afirmou.

A reunião ocorreu após Tarcísio culpar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O chefe do Executivo paulista e o ex-presidente fizeram fotos e vídeos com apoiadores no restaurante.

"Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação", disse Tarcísio no X na noite desta quarta, 9.

"Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema", completou.

Nesta quinta, em agenda pela manhã, após receber críticas, Tarcísio ponderou que o Brasil precisa "deixar de lado as questões ideológicas, o revanchismo e as narrativas" para negociar com os Estados Unidos.