As Forças de Defesa de Israel (FDI) negaram nesta quarta-feira, 19, que Tel-Aviv tenha bombardeado um armazém da Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza. O ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo Hamas, acusou Israel de bombardear o local e alegou que um funcionário da ONU morreu em decorrência do bombardeio, que também teria deixado quatro feridos.
"Ao contrário dos relatos, as FDI não atacaram um complexo da ONU em Deir el Balah. O Exército pede que os meios de comunicação tenham cautela em relação a relatos não verificados", disse a Unidade de Porta-vozes das FDI em uma declaração. A ONU ainda não comentou o episódio.
Na noite de segunda-feira, 17, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza após afirmar que o grupo terrorista Hamas não está disposto a seguir negociando a continuidade do cessar-fogo e a libertação de reféns. De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de terroristas, mais de 400 pessoas morreram por conta dos bombardeios.
'Apenas o começo'
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o ataque foi "apenas o começo" e que Israel seguirá com a campanha militar.
O Hamas disse que pelo menos seis oficiais foram mortos nos ataques ao longo da terça-feira, 18. Entre os mortos estão o chefe do governo civil do Hamas, um funcionário do Ministério da Justiça e dois chefes de agências de segurança.
O Exército de Israel também ordenou o deslocamento da população que mora no leste de Gaza, indicando que Israel poderia iniciar novas incursões terrestres no território. O retorno aos bombardeios impulsionou Netanyahu politicamente, já que o partido de extrema direita liderado por Itamar Ben-Gvir retornou ao governo com a quebra da trégua.
Um alto funcionário do Hamas afirmou a Associated Press (AP) que o retorno de Israel a guerra equivale a uma "sentença de morte" para os reféns israelenses. 59 sequestrados permanecem no enclave palestino, sendo que o governo israelense acredita que apenas 24 estão vivos.
Por meio de relatos de reféns libertados, famílias de pelo menos 13 sequestrados receberam informações de que seus entes queridos estão vivos desde o inicio do cessar-fogo em janeiro. Alguns reféns apareceram em vídeos publicados pelo Hamas, como Evyatar David e Guy Gilboa-Dalal, que foram levados a "cerimônia" de libertação de outros sequestrados durante a primeira fase da trégua, em um sinal claro de tortura psicológica.
O grupo terrorista também publicou um vídeo de despedida dos irmãos argentinos Eitan e Yair Horn antes da libertação de Yair no dia 15 de fevereiro. O Estadão entrevistou o pai dos argentinos, Itzik Horn, para uma reportagem especial de um ano da guerra entre Israel e Hamas. (Com informações da Associated Press).
Após acusação do Hamas, Israel nega ter bombardeado armazém da ONU em Gaza
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