Na Inglaterra, dois homens da Força Aérea Real vandalizam estátua do urso Paddington

Internacional
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Dois engenheiros da Força Aérea Real chutaram e derrubaram uma estátua de Paddington, o urso órfão fictício que veio do Peru para a Inglaterra, até que ela se partiu ao meio. Depois, levaram-na embora. Na terça-feira, 25, um juiz repreendeu os dois - ambos militares - por serem a "antítese" de tudo o que o personagem Paddington representa.

Daniel Heath e William Lawrence, ambos de 22 anos, admitiram no Tribunal de Magistrados de Reading que foram responsáveis pelo ato de vandalismo ocorrido em 2 de março em Newbury, cidade natal do criador de Paddington, Michael Bond.

"O urso Paddington é um ícone cultural amado tanto por crianças quanto por adultos", disse o juiz Sam Goozee. "Ele representa bondade, tolerância e promove a integração e a aceitação em nossa sociedade... Suas ações foram a antítese de tudo o que Paddington representa."

A estátua do urso, com seu característico casaco azul e chapéu vermelho, era uma das 23 instaladas no outono passado como parte de um circuito de Paddington pela Inglaterra, para marcar o lançamento do filme Paddington no Peru. O urso está olhando para o céu enquanto segura um sanduíche com geleia prestes a cair sobre seu colo. O juiz destacou que a etiqueta no casaco de Paddington dizia: "Por favor, cuidem deste urso."

O promotor Jamie Renuka afirmou que os homens estavam bêbados durante a ação, que foi registrada por uma câmera de vigilância na rua deserta pouco antes das 2h da manhã. Os dois levaram metade da estátua em um táxi e retornaram para a base da Força Aérea Real em Odiham, onde a parte roubada de Paddington foi posteriormente encontrada no carro de Lawrence.

Goozee descreveu o crime como um "ato de vandalismo desenfreado" e afirmou que os dois não demonstraram o respeito e a integridade esperados no ambiente militar.

A dupla, que admitiu o dano criminal, foi condenada a realizar trabalho comunitário e cada um terá que pagar 2.725 libras (cerca de R$ 20.026) pelos reparos da estátua danificada.

Um porta-voz da Força Aérea Real declarou que o serviço militar analisará as conclusões do tribunal, mas que qualquer medida disciplinar não será divulgada por se tratar de um "assunto privado".

A estátua está sendo reparada e será reinstalada, informou o Distrito de Melhoria Comercial de Newbury.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), entrou com um processo na Justiça Federal da Paraíba solicitando a retirada de outdoors espalhados pela cidade no contexto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem, mas seu pedido foi negado.

A decisão foi emitida pela 4ª Vara da Justiça Federal, com julgamento do juiz federal Vinícius Costa Vidor. No despacho, o magistrado também marcou uma audiência para esta quarta-feira, 27, reunindo as partes envolvidas, mas não houve conciliação entre elas.

Os outdoors exibiam fotos de Hugo Motta acompanhadas de frases como "Eles votaram sim para proteger políticos que cometeram crimes" e "O povo não vai esquecer isso", além da logomarca do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB).

Nas redes sociais, o Sintef-PB afirmou: "A tentativa de silenciar manifestações revela medo do debate público. Mas seguimos firmes: manifestação não é crime, é direito constitucional, e ninguém vai cercear a voz do povo".

A defesa de Motta, realizada por advogados da Câmara dos Deputados, argumentou que os outdoors violavam os limites da liberdade de expressão e poderiam ser difamatórios.

No entanto, o magistrado destacou que, como figura pública ocupando um cargo público, Motta está mais sujeito a críticas, e que o material não configurava intenção de difamação, sendo apenas críticas contundentes a uma proposta legislativa e ao comportamento do presidente da Câmara durante sua tramitação.

Os conteúdos foram espalhados pelas cidades de Campina Grande e Cajazeiras, no Sertão, e incluíam nomes de outros deputados paraibanos.

A reportagem entrou em contato com a Advocacia da Câmara dos Deputados, mas não obteve resposta até a publicação. O canal permanece aberto. Os outdoors já foram retirados de circulação.

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anulou nesta quinta-feira, 27, o voto do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na sessão referente à análise dos vetos do governo Lula à Lei de Licenciamento Ambiental e ao projeto de socorro aos estados endividados, conhecido como "Propag".

Eduardo Bolsonaro havia votado a favor da derrubada de vetos impostos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na justificativa, Alcolumbre informou que o regimento não permite a votação de forma remota por parlamentares fora do País, exceto em missão oficial.

"Foi constatado o registro irregular de votação pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Esta presidência declara a nulidade do referido registro de votação e determina a retificação de seu resultado", afirmou Alcolumbre.

Eduardo está nos Estados Unidos desde o início deste ano. Nesta quarta-feira, 26, o Supremo Tribunal Federal (STF) formalizou a decisão que tornou Eduardo réu, com o entendimento de que o parlamentar contribuiu para obstruir o processo da trama golpista, na qual seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é apontado como o principal articulador.

Na decisão, Alcolumbre mencionou uma determinação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desta terça-feira, 25, que proíbe a participação e votação pelo aplicativo de deputados que estejam fora do país sem integrar missão oficial autorizada.

A decisão de Hugo Motta referia-se ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), mas também se aplica a Eduardo.

Ramagem integra o "núcleo 1" dos condenados pela trama golpista que tentou abolir o Estado Democrático de Direito. Ele deixou o país em setembro, após ser condenado pelo Supremo, e atualmente é considerado foragido pela Justiça brasileira. Sua defesa não foi localizada. O parlamentar ainda corre o risco de ter o mandato cassado.

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou ser simpático à prisão perpétua no Brasil diante do elevado número de sucessivos crimes que são praticados por um único criminoso. As declarações foram feitas nesta quinta-feira, 27, no Annual Meeting realizado pela XP Asset Management.

"Já chegamos a prender ladrão do celular aqui 33 vezes e esse cara é liberado em audiência de custódia", afirmou, acrescentando que o cidadão quer ver o recurso de bens apreendidos voltando para o Estado e sendo utilizado no combate ao crime organizado.

"E aí a mudança de legislação é bem-vinda e necessária, algumas mudanças que sejam até radicais. Eu não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter a prisão perpétua no Brasil", disse.

Tarcísio citou como exemplo a eventualmente ser seguido a política de segurança pública do presidente Nayib Bukele, de El Salvador, de tolerância zero ao crime organizado e uso da força bruta para seu combate. "Veja o que foi feito em El Salvador, o que era e o que é", disse. O presidente de El Salvador é frequentemente criticado por adotar política autoritárias para ampliar seu poder, com violações de direitos humanos nas prisões.