Trump diz que EUA estão em 'conversas diretas' com Irã e confirma reunião bilateral

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda, 7, que seu governo está em "conversas diretas com o Irã" e classificou como "muito importante" uma reunião bilateral prevista para o próximo sábado. "Prefiro que cheguemos a um acordo com o Irã", disse, sem revelar o local do encontro. "Não posso falar mais desse encontro, nem onde será", acrescentou.

O tom, no entanto, foi ambíguo. Apesar de demonstrar otimismo ao afirmar que espera que as "conversas com o Irã sejam muito positivas", Trump foi rígido ao dizer que, se não houver avanços, "será um péssimo dia para eles". Ele também reiterou uma das principais exigências dos EUA na questão nuclear: "Posso falar que o Irã não pode ter armas nucleares."

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. "Eles não podem ter armas nucleares", concordou o premiê, que afirmou ter conversado com Trump sobre tarifas, reféns e Gaza. Segundo ele, os dois países trabalham em "outro acordo sobre Gaza para derrotar o Hamas" e em uma nova troca de reféns. Trump também comentou a situação no território: "Seria ótimo ter uma força americana controlando parte da Faixa de Gaza", disse. "Gaza é um ótimo local, mas que ninguém quer viver ali agora."

Em meio ao alinhamento diplomático, Netanyahu sinalizou disposição para avançar em questões comerciais com Washington. "Reconheço que precisamos ter relações comerciais justas com os EUA. Vamos eliminar o déficit comercial e barreiras comerciais", afirmou. Mesmo com a promessa de Netanyahu, Trump destacou que não deve eliminar as tarifas aplicadas sobre importações de Israel aos EUA.

Em paralelo, o governo dos EUA intensificou a retórica contra os Houthis. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse que "foram três péssimas semanas para os Houthis e isso vai piorar". Segundo ele, Washington foi "muito claro ao Irã para que não apoiem os Houthis ainda mais" e prometeu aumentar a pressão. Trump reforçou a mensagem: "Nosso exército está muito poderoso e continuará assim."

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O Movimento Sem Terra (MST) invadiu 11 propriedades entre sábado, 5, e a noite do domingo, 6, no chamado "Abril Vermelho". Os locais ficam nos Estados de Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo.

O movimento considera as políticas para a reforma agrária em andamento como "aquém" do necessário e quer pressionar o governo federal por mais velocidade no assentamento de famílias. Em carta divulgada em janeiro, o MST cobrou o assentamento de 100 mil famílias que seguiam acampadas pelo País.

Responsável pelo diálogo com o movimento dos sem-terra, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou, no sábado, que a pasta retomou os avanços da política que haviam sido paralisados pelo governo anterior.

Durante evento de inauguração do Assentamento Egídio Brunetto I, em São Paulo, o ministro disse que o governo Lula deve terminar o mandato com 60 mil famílias assentadas.

Na ocasião, a secretária executiva do ministério, Fernanda Machiavelli, disse que a meta do ministério é assentar 29 mil famílias até o final deste ano, o que, segundo ela, não ocorria desde 1998. "Estamos falando de uma retomada radical da reforma agrária", destacou.

Líderes do MST já pediram a saída de Teixeira do ministério, pelo ritmo considerado baixo de desapropriações de terras para abrigar famílias, e ele pode ser trocado na reforma ministerial.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a acenar de forma mais incisiva a aliados históricos da esquerda raiz, como o MST. A medida ocorre diante da queda de popularidade do governo acentuada neste ano.

Em março, Lula esteve no acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG). Foi a primeira visita que fez no atual mandato. No local, o petista disse que "tem lado" e não "esquece quem são seus amigos". Também anunciou que destinará 12.297 lotes para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais e prometeu recursos.

A mais recente das invasões ocorreu na Usina São José, em Rio das Pedras, São Paulo. Segundo o MST, o local é responsável por crime ambiental que matou 250 mil peixes em 2014. Outra invasão, ocorrida na madrugada de sábado, foi de uma propriedade às margens da BR-116, no município de Frei Inocêncio, em Minas. Mais de 600 famílias estão no local, segundo informações do MST. A ação reivindica a desapropriação da Fazenda Rancho Grande para fins de reforma agrária.

O chamado "Abril Vermelho" marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 21 mortos em 1996. No período, o movimento tradicionalmente promove manifestações e invasões.

A Justiça de São Paulo condenou o influenciador Pablo Marçal (PRTB) a pagar R$ 30 mil ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) por danos morais. A decisão, assinada pelo juiz Anderson Cortez Mendes, da 9ª Vara Cível, considera que Marçal divulgou informações falsas durante a pré-campanha à Prefeitura de São Paulo, em julho de 2024.

Em entrevista ao "Os Sócios Podcast", Marçal acusou Boulos, sem apresentar provas, de comandar um esquema criminoso de cobrança de aluguel de R$ 700 de famílias pobres por imóveis irregulares - supostamente invadidos sob responsabilidade do deputado. Segundo a sentença, as declarações foram ofensivas, infundadas e tiveram o objetivo de manchar a imagem do adversário político.

O magistrado também determinou que Marçal retire o conteúdo das redes sociais (Instagram, Facebook, X e TikTok) e se abstenha de novas publicações com o mesmo teor. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 1 mil, limitada a R$ 50 mil.

Boulos havia pedido R$ 50 mil de indenização, mas o juiz fixou o valor em R$ 30 mil, a ser corrigido monetariamente. Marçal também foi condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Ele ainda pode recorrer da decisão.

O influenciador foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa para comentar a decisão, mas não havia retornado até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na manhã desta segunda-feira, 7, que tem conversado com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que a Câmara dos Deputados dê andamento ao projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Na ocasião, os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados, enquanto os manifestantes exigiam a derrubada do governo e uma intervenção militar.

"Conversei com Hugo Motta na sexta-feira sobre isso. E vou voltar a conversar com ele agora, após a manifestação. Acho que é uma coisa que tem que ser construída e podemos ter o envolvimento de todos nesse processo. Então, é um objetivo a ser alcançado. Eu acho que a manifestação foi uma manifestação que dá impulso e dá força para esse pleito de anistia", disse Tarcísio em vento sobre a expansão das obras da Linha 4-Amarela do Metrô, em Taboão da Serra.

No último domingo, o governador de São Paulo participou, ao lado de outros governadores de direita, do ato na Avenida Paulista em que houve um pedido de anistia aos golpistas. Na ocasião, o governador comparou o pedido dos bolsonaristas com outros momentos da história, como, por exemplo, a anistia durante a ditadura militar.

Até a tarde desta segunda-feira, 197 deputados federais já haviam se colocado como favoráveis ao projeto, segundo o Placar da Anistia do Estadão. Enquanto isso, outros 127 se disseram. Os demais 189 parlamentares ou não responderam ou não se manifestaram. São necessários 257 votos para que o PL da Anistia seja aprovado na Câmara. Se isso acontecer, uma nova batalha será travada no Senado, onde a aprovação parece hoje mais difícil.