Irã diz que negociações com EUA sobre novo acordo nuclear "estão avançando"

Internacional
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, fez uma avaliação cautelosa quanto à segunda rodada de negociações com os Estados Unidos sobre um acordo nuclear. "Não há motivo para muito otimismo, e também não há motivo para muito pessimismo", disse Araghchi à mídia estatal iraniana, após encerrar as negociações indiretas com o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff. O encontro ocorreu neste sábado com reuniões indiretas, com as autoridades separadas por salas, em Roma, mediadas por Omã.

De acordo com o ministro iraniano, as equipes técnicas de ambos os lados realizarão negociações na próxima semana para discutir os detalhes de um possível acordo e as autoridades de alto escalão devem se reunir no próximo sábado (26). As negociações continuarão sendo mediadas por Omã, que também sediará a próxima reunião, afirmou Araghchi.

O diplomata iraniano afirmou ainda que as negociações estão avançando. "As negociações foram realizadas em um ambiente construtivo e posso dizer que estão avançando. Espero que estejamos em uma posição melhor após as negociações técnicas", afirmou Araghchi à televisão estatal iraniana. "Desta vez, conseguimos chegar a um melhor entendimento sobre uma série de princípios e objetivos", acrescentou, sem detalhar quais seriam os objetivos. Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, classificou as tratativas deste sábado como "úteis" e afirmou que ocorreram em uma "atmosfera construtiva".

Até o momento, os Estados Unidos não se manifestaram sobre o encontro. O presidente Donald Trump tem pressionado por um acordo rápido com o Irã.

O Ministério das Relações Exteriores de Omã afirmou, em um comunicado na rede social X, que as partes concordaram em continuar conversando para buscar um acordo. Segundo o governo de Omã, os dois lados estão prontos para iniciar uma nova fase nas discussões. "Esta fase visa alcançar um acordo permanente e vinculativo que garanta a renúncia total do Irã às armas nucleares, o levantamento completo das sanções e a salvaguarda de seu direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos", afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Omã. "Essas negociações estão ganhando força e agora até o improvável é possível", disse escreveu o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, no X.

O Irã planejava, antes da reunião deste sábado, apresentar uma série de propostas para um novo acordo nuclear, incluindo a exigência de garantias do governo Trump de que os EUA não abandonarão um futuro acordo, segundo apurou a Dow Jones Newswires.

Além das garantias, os iranianos querem discutir maneiras de gerenciar sob o acordo seu estoque atual de urânio enriquecido. Eles também planejam discutir um processo para o levantamento das sanções econômicas e mantém a expectativa de organizar uma visita de alto nível a Washington, disseram autoridades iranianas e árabes.

A proposta de garantias do Irã, segundo a Dow Jones Newswires, ocorre após a sua experiência prévia com o acordo nuclear de 2015 negociado pelo governo Obama, no qual o Irã restringiu seu enriquecimento nuclear em troca do alívio das sanções. Mas Trump retirou os EUA desse acordo em 2018, chamando-o de "um dos piores e mais unilaterais pactos que os Estados Unidos já firmaram". A busca por garantias tornou-se o principal pedido iraniano durante as negociações com o governo Biden para a retomada do acordo de 2015, que acabaram fracassando. Os EUA estavam dispostos a proferir promessas de não sair do acordo, mas disseram repetidamente aos iranianos que nenhum governo pode vincular as decisões de um futuro presidente e do Congresso.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.