Nos EUA, Trump fala em retaliar adversários e cita 'líder da gangue' Obama

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu o tom contra adversários políticos. O republicano indicou, nesta terça-feira, 22, disposição para retaliar antigos rivais. "Eu miraria em Obama", disse. Em outro momento, foi ainda mais direto: "Se é certo ou errado, é hora de ir atrás das pessoas. Depois do que fizeram comigo, é hora de ir atrás das pessoas", acrescentou.

Trump voltou a insistir na tese de que as eleições presidenciais de 2020 foram fraudadas e acusou o ex-presidente Barack Obama de envolvimento direto. "Obama estava tentando liderar um golpe de Estado", declarou, acusando Obama se liderar um suposto grupo responsável por manipular o pleito ao lado do também ex-presidente Joe Biden e de Hillary Clinton.

"O líder da gangue era Barack Hussein Obama. Ele é culpado e isso nem é uma dúvida", declarou Trump.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou nesta sexta-feira, 24, a ida do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, a confraternização em celebração ao aniversário de 90 anos de sua avó materna.

Cid foi condenado pelo Supremo a dois anos de prisão em regime aberto, por cinco crimes relacionados à trama golpista. Com a autorização, ele poderá sair no dia 1º de novembro para comparecer ao evento, que ocorrerá a partir das 18h, no Condomínio Solar de Athenas, em Sobradinho (DF).

"Ressalte-se o caráter provisório da presente decisão, que não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a ele impostas", afirmou Moraes na decisão.

Além de autorizar a saída, o ministro solicitou à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal o monitoramento detalhado da tornozeleira eletrônica de Cid durante o período da confraternização.

Ao apresentar o pedido, a defesa de Cid alegou que a solicitação tinha caráter humanitário e excepcional, sustentando que o ex-ajudante de ordens já teria cumprido integralmente a pena de dois anos, embora ainda esteja sujeito a medidas cautelares.

Em setembro, a defesa de Cid havia solicitado a extinção da pena, mas o pedido não foi atendido por Moraes.

O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu, por unanimidade, retirar a patente de um major do Exército, após considerar válida a representação para Declaração de Indignidade para o Oficialato, proposta pelo Ministério Público Militar (MPM), que detalhou os diversos crimes praticado pelo agente enquanto atuava na corporação.

A medida foi tomada depois que o militar foi condenado pela Justiça Militar da União (JMU) pelos crimes de inserção de dados falsos no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA), peculato-desvio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito. Ao todo, foram identificadas sete ocorrências de fraude em continuidade delitiva, resultando em pena de 10 anos, 6 meses e 18 dias de reclusão.

Os crimes ocorreram em 2016, quando o major registrou de forma indevida três pistolas Glock calibres .40, 9 mm e .45, uma pistola IMI 9 mm e uma carabina/fuzil IMBEL calibre 7,62 x 51 mm no sistema. Um dos crimes consistiu na apropriação de um revólver Taurus calibre .38, que havia sido entregue por um coronel da reserva para doação ao Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). O oficial também vendeu uma arma da corporação por R$ 1 mil.

Por ocupar um cargo de liderança, o major tinha acesso privilegiado a sistemas e dependências militares, sem a necessidade de prestar justificativas a superiores, o que facilitou as irregularidades.

Em grau de apelação, o STM manteve a condenação pelo porte ilegal de arma de fogo. Na residência do oficial, foram encontradas munições compatíveis com armamentos desviados e não recuperados, o que, segundo a decisão, reforçou a intenção de uso ilícito e a tentativa de ocultar o material bélico.

O relator do caso, ministro general Marco Antônio de Farias, apontou que o militar estruturou um esquema para "esquentar" armas clandestinas, inserindo registros falsos no SIGMA e posteriormente os Certificados de Registro de Arma de Fogo (CRAF).

A defesa do major alegou que ele já estava na reserva remunerada, o que caracterizaria um fato consumado, e argumentou que a medida seria desproporcional e irrazoável, podendo deixá-lo em situação de vulnerabilidade econômica. Como alternativa, pediu que o militar recebesse aposentadoria proporcional ao tempo de serviço ou que o soldo integral fosse repassado aos seus dependentes.

O ministro relator, contudo, rejeitou os argumentos e afirmou que o representado demonstrou "inequívoco desprezo aos valores institucionais da caserna, notadamente à disciplina, à probidade, à decência e ao decoro". Segundo Marco Antônio de Farias, atitudes como essa "mancham irremediavelmente a trajetória do militar, que, como oficial, deveria agir com dignidade, responsabilidade e esmero no exercício de suas funções".

O Tribunal concluiu que a exclusão do oficial das fileiras do Exército "torna concreta a realidade que permanecia escondida", evidenciando a perda de confiança em seu caráter e sua completa incompatibilidade com os valores da instituição.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 24, que o Poder Judiciário precisa estar mais próximo da sociedade para que suas decisões tenham maior legitimidade e sejam respeitadas.

"O Judiciário também deve prestar contas à sociedade e quanto mais ele se aproxima do sentimento constitucional do povo, mais uma decisão se torna democraticamente legítima e mais ela será respeitada", disse durante seminário da Fenalaw sobre os desafios da Justiça na era digital, em São Paulo.

"Não se está se falando de pesquisas de opinião pública, nem paixão passageira, mas é aferir o sentimento constitucional do povo", afirmou.

O ministro falou sobre seu mandato como presidente do STF entre 2020 e 2022 e destacou a implantação de sistemas de inteligência artificial.

O evento ocorre dias depois de Fux solicitar sua transferência da Primeira Turma do STF, responsável pelos julgamentos da trama golpista, para a Segunda Turma. O pedido foi aceito pelo presidente da Corte, ministro Edson Fachin.

Na Primeira Turma, Fux foi o único a votar pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo crime de tentativa de golpe de Estado.

Ao proferir o voto, ele divergiu de suas próprias teses para condenar envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Fux já havia condenado mais de 600 pessoas pelos mesmos crimes pelos quais inocentou Bolsonaro.

Durante o evento nesta sexta, Fux defendeu que os custos do acesso à Justiça sejam maiores para ajudar a reduzir o número de processos. Ele criticou o que chamou de "fetiche" em levar ações ao Supremo.

"Nos países onde as defesas judiciais são caras, as pessoas não se lançam em aventuras judiciais. As pessoas têm um fetiche sobre 'quando a minha causa vai para o Supremo?'. Só não sabem quando volta. Somos 11 ministros fazendo o trabalho de 18 mil", brincou.

Nesta semana, o Senado aprovou o remanejamento de orçamento do Judiciário para criar 200 novos cargos no STF. A justificativa é diminuir a rotatividade no quadro de servidores e seu prejuízo à análise dos processos.

Desses novos cargos, 160 são funções comissionadas de nível FC6, que serão alocados nos gabinetes dos ministros da Corte. O STF afirma que vai acrescentar 16 cargos FC-6 em cada gabinete de ministro, totalizando 17 servidores em cada um.

Segundo o STF, as vagas FC-6 "só podem ser ocupadas por servidores públicos concursados e que se disponham a trabalhar com temas de maior complexidade e maior responsabilidade".