Trump vê possível encontro com Putin em até 2 semanas e fala em avanço para encerrar guerra

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 16, que deve se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "dentro das próximas duas semanas", após uma conversa telefônica que descreveu como "muito boa" e "produtiva". Pouco antes, ele havia publicado na Truth Social que o encontro deve ocorrer em Budapeste, na Hungria.

Durante coletiva de imprensa no Salão Oval, o presidente norte-americano afirmou ainda que se encontrará sexta-feira com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, na Casa Branca, e que pode realizar "reuniões separadas" com ele e com Putin. "Acho que teremos sucesso em terminar a guerra na Ucrânia", declarou Trump, reforçando que o conflito "poderia culminar em uma Terceira Guerra Mundial", mas assegurou que "isso não vai acontecer".

Ele afirmou que discutiu por telefone com Putin a possibilidade de enviar mísseis Tomahawk à Ucrânia. Segundo ele, chegou a questionar o líder russo durante a conversa: "Você se importaria se eu desse alguns milhares de Tomahawks à sua oposição?"

Trump acrescentou que Putin "não gostou da ideia" e destacou que os mísseis "são incrivelmente destrutíveis" e "ninguém iria querer usá-los".

Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano também comentou sobre o projeto de lei que prevê novas sanções contra a Rússia, afirmando que conversará "com os líderes do Senado John Thune e Ron Johnson sobre isso".

No entanto, ponderou que "talvez o momento não seja o mais adequado" para avançar com a proposta, diante das tentativas de negociação com Putin sobre um cessar-fogo na Ucrânia.

Oriente Médio

Durante as declarações, o republicano também comentou sobre a crise no Oriente Médio, dizendo que "alguém agirá contra o Hamas se necessário, sob os auspícios dos Estados Unidos", e acrescentou que o grupo "deve honrar seus compromissos".

Além de temas geopolíticos, Trump mencionou novas medidas para reduzir "drasticamente" os custos da fertilização in vitro e afirmou que pretende "expandir a aprovação de redução de preços de remédios para medicamentos de fertilidade".

Shutdown

Questionado sobre a paralisação do governo federal, o presidente dos EUA disse que a prioridade é resolver questões relacionadas à saúde - uma das solicitações dos democratas para chegar a um acordo que encerre o shutdown, em seu 16º dia hoje. "Precisamos cuidar do sistema de saúde", afirmou Trump, sem dar detalhes sobre eventuais negociações para encerrar o impasse orçamentário em Washington.

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O advogado-geral da União, Jorge Messias, favorito para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), postou na manhã desta sexta-feira, 17, o desejo de "um fim de semana de paz e esperança". A música "Blowin in the Wind", de Bob Dylan, acompanha a mensagem.

Segundo escreveu no Instagram, a canção "nos chama à serenidade e à escuta interior, mas também a agir diante dos desafios coletivos de justiça e solidariedade".

O ministro também anotou que "os desafios de paz e fraternidade estão por aí, soprados pelo vento, perceptíveis àqueles que têm fé e escutam o coração". Acrescentou que a música "encoraja o espírito humano a atitudes transformadoras".

Na postagem, há três imagens de Messias atuando na Advocacia-Geral da União (AGU).

A expectativa no governo e no Judiciário é que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assine ainda nesta sexta a nomeação de Messias para a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso.

O ministro da AGU é hoje é um dos principais conselheiros do presidente para assuntos do Judiciário.

Como em outras nomeações feitas para o STF no mandato atual, Lula tem priorizado os critérios de proximidade e de confiança.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 16, a realização de novas diligências no inquérito que apura suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a continuidade das apurações.

O inquérito foi instaurado a pedido da própria PGR para investigar possíveis crimes, como falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça e corrupção passiva privilegiada, supostamente cometidos por Bolsonaro.

A investigação teve início após denúncias do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que acusou o então presidente de tentar interferir politicamente na PF. A Polícia Federal concluiu a investigação em 2022. Na época, a PF descartou crimes de Bolsonaro. O procurador da República era Augusto Aras, que pediu o arquivamento do inquérito.

Em ofício ao STF, o atual procurador-geral da República, Paulo Gonet, defende ser "imprescindível que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências" de Bolsonaro em investigações, "mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis".

Segundo o parecer, há indícios de que Bolsonaro buscava obter informações privilegiadas sobre investigações sigilosas que envolviam ele próprio, familiares e aliados.

A PGR cita, entre as provas, o relatório de análise de mensagens de WhatsApp trocadas entre Bolsonaro e Moro, nas quais o então presidente teria afirmado: "Moro, o Valeixo sai essa semana. Isto está decidido. Você pode dizer apenas a forma: a pedido ou ex ofício".

Na conversa, Bolsonaro também compartilhou uma reportagem intitulada "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas", publicada pelo site O Antagonista, e escreveu: "Mais um motivo para a troca".

Em depoimento à PF, Sérgio Moro relatou que Bolsonaro reclamava da "falta de acesso" a relatórios de inteligência da corporação e pressionava pela substituição do então diretor-geral Maurício Valeixo, além de pedir trocas nas superintendências do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu em defesa de Jair Bolsonaro ao comentar a trama golpista julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o ex-presidente não poderia ter participado ativamente, pois estava fora do País. A declaração foi dada durante entrevista à GloboNews.

"Temos que, de certa forma, olhar a situação por outro ângulo, porque o presidente estava fora do País", argumentou o deputado.

E completou: "Ele não estava aqui tramando. Não tem como você dar um golpe estando em outro país. Penso que há papéis ali que nós precisamos diferenciar. Acho que o papel dele foi muito mais de conivência do que de atuação. E é importante que isso fique bem explicado, para que, ao final, não se cometa injustiça com ninguém".

Ainda durante a entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que muitos dos manifestantes que participaram dos atos de depredação das sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro de 2023 "nem sabiam por que estavam ali".

"Eu entendo que, naquela conformação da manifestação, havia muitas pessoas que, acredito, nem sabiam por que estavam ali. Estavam apenas revoltadas com o resultado da eleição e agiram de maneira muito grave", afirmou o parlamentar.

Motta enalteceu o papel do STF na condução dos processos contra os réus dos atos golpistas, destacando que a Corte atuou de forma enérgica e teve um papel importante na preservação da democracia. Para o deputado, a atuação do Supremo teve um caráter pedagógico, ao reforçar a solidez das instituições democráticas brasileiras, mesmo em um país com uma democracia ainda jovem.

Ademais, Hugo Motta ressaltou que aguarda o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade) concluir o projeto do PL da Dosimetria e destacou que a proposta precisa ser "construída a quatro mãos", com a participação tanto da Câmara quanto do Senado, para evitar que aconteça o mesmo que ocorreu com a chamada "PEC da Blindagem".

"É preciso que isso seja construído a quatro mãos. Não que uma Casa dependa da outra, mas, por se tratar de um tema bastante sensível, queremos construir uma solução para penas que, em alguns casos, foram aplicadas de maneira exagerada e que possam ser revistas pelo próprio Poder Judiciário", afirmou.

O deputado completou que a articulação entre as duas Casas é necessária "para que a Câmara não trate de uma matéria que, infelizmente, o Senado não vá apreciar".

O PL da Dosimetria foi inicialmente apresentado como o chamado PL da Anistia, com a proposta de conceder anistia total e irrestrita ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos na trama golpista. No entanto, segundo Paulinho da Força, a proposta trata da possibilidade de redução das penas, e não de anulá-las.