Trump diz que irá se opor a votação contra redistritamento de Indiana para vagas do Congresso

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que se irá se opor "veementemente" a qualquer senador estadual ou deputado federal do Estado de Indiana que votar contra o Partido Republicano ao não permitir o redistritamento para as cadeiras do Congresso na Câmara dos Representantes dos EUA, em publicação na Truth Social nesta segunda-feira, 17.

"Os democratas estão tentando roubar nossas cadeiras em todos os lugares, e não vamos deixar isso acontecer!", escreveu na postagem." Precisamos manter a maioria a todo custo. Os republicanos precisam reagir!", acrescentou.

O comentário acontece após o líder republicano do Senado de Indiana, Rodric Bray, anunciar que a Câmara não se reunirá mais em dezembro, como planejado, para votar o redistritamento, alegando falta de apoio de seus membros. Indiana é o segundo estado republicano a resistir recentemente à pressão de Trump para criar novos mapas eleitorais que favoreçam candidatos republicanos nas eleições de 2026.

*Com informações da Associated Press.

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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 19, uma operação que investiga crimes de apologia ao nazismo, racismo e exposição indevida da intimidade de parlamentares federais. Foram executados dois mandados de busca e apreensão e um mandado de busca pessoal em Lajeado (RS) - município com 94 mil habitantes localizado a 115 km de Porto Alegre.

A operação, batizada de Rosa Branca, investiga o uso de inteligência artificial para produzir 'deepnudes' de deputados e senadores - prática que cria imagens falsas e altamente realistas de pessoas nuas. Segundo a PF, os alvos da operação desta quarta também mantinham nas redes sociais postagens com simbologias de 'superioridade racial', alusão ao nazismo e publicações de cunho racista. Durante as diligências, os federais apreenderam ao menos duas revistas com Adolf Hitler na capa, além de livros sobre a história do nazismo.

O inquérito, que tramita em sigilo, teve início a partir de procedimento instaurado pela Polícia Legislativa do Senado, que indicou a existência de postagens indevidas nas redes envolvendo parlamentares. As medidas judiciais foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS). Os investigados poderão responder por crimes de preconceito de raça ou cor e de exposição indevida da intimidade sexual.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 19, que o texto do Projeto de Lei (PL) Antifacção aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de terça-feira, 18, vai "asfixiar financeiramente" a Polícia Federal e retirar recursos da Receita, no momento em que as corporações realizam um conjunto de operações para enfrentar o crime organizado.

"Nós estamos com três operações muito importantes - e as maiores da história - em curso: o combate aos fundos da Faria Lima, que estavam lavando dinheiro para o crime organizado; temos o combate à máfia do combustível do Rio de Janeiro; e nós temos, desde ontem, a questão da fraude do serviço bancário", disse Haddad a jornalistas, no prédio da Vice-Presidência da República, em Brasília. "Essas operações vão ser enfraquecidas com esse projeto."

O ministro disse ainda não ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o texto aprovado, que foi relatado pelo deputado federal e secretário de Segurança Pública licenciado do governo de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP). Mas afirmou que deve levar ao mandatário preocupações com a operação das aduanas, a cargo da Receita, e que haverá tempo para isso em uma viagem à África do Sul.

Haddad reforçou a importância de fortalecer órgãos como os Ministérios Públicos Federal e dos Estados, a PF, a Receita e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para combater o crime organizado.

Ele destacou fraudes nos fundos de pensão, que atingiram até 25% do fundo de pensão de servidores públicos do Rio, e destacou que o governo tem avançado para combater delitos do tipo.

"De agosto para cá, houve as maiores operações de combate ao crime organizado", ele disse o ministro. "Em menos de quatro meses, conseguimos começar a desbaratar quatro grandes esquemas de corrupção, crime organizado, lavagem de dinheiro. Nós não podemos deixar essas operações serem enfraquecidas por um relatório açodadamente votado, sem que os especialistas fossem ouvidos, sem que os órgãos fossem ouvidos adequadamente, à luz do dia."

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o governo "errou" ao se posicionar de forma contrária à aprovação do projeto de lei antifacção. A declaração ocorreu em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira, 19, na manhã seguinte à votação que teve 370 favoráveis e 110 contrários ao parecer do deputado Guilherme Derrite (PP-SP).

"Eu penso que o governo ontem foi infeliz quando ficou contra a proposta, porque o deputado Derrite teve a sensibilidade, e eu pude mediar isso enquanto presidente da Câmara, na construção de uma proposta que fosse viável do ponto de vista técnico e legislativo e não colocasse, por exemplo, em risco a nossa soberania", disse.

Na sequência, Motta disse que "narrativas" do governo "foram caindo por terra" no decorrer da tramitação da proposta. "Na hora em que o governo decide, politicamente, ficar contra, eu penso que o governo errou, porque essa é uma pauta da sociedade brasileira", afirmou.

O presidente da Câmara disse também que a aprovação do projeto não se tratou de derrotar ou votar a favor do governo e alegou ter buscado o diálogo com autoridades do Palácio do Planalto. Para o parlamentar, no entanto, a sociedade concorda com a votação, e o governo está indo contra o que a sociedade espera.

"O governo ter ficado contra, na minha avaliação, foi meramente por narrativa, foi meramente pensando na questão eleitoral. E eu acho que a sociedade, ao final, está ao lado daquilo que a Câmara fez", afirmou.

Em certo momento da entrevista, Motta subiu o tom: "Aqueles que não tiveram coragem de votar a favor da proposta têm que se justificar hoje pela manhã por que ficaram contra aquilo que o povo brasileiro quer". O deputado acrescentou: "O que a Câmara fez ontem foi realizar a vontade do povo brasileiro, e quem votou contra tem que hoje dar a sua cara a tapa para dizer por que ficou contra a matéria, e não ficar criando narrativas inverídicas".

Motta quer aprovar PEC da Segurança no plenário antes do recesso

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou também que pretende aprovar a PEC da Segurança Pública no plenário antes do recesso parlamentar de fim de ano. A PEC é uma proposta do governo para institucionalizar a integração entre as forças de segurança federais, estaduais e municipais. O presidente da Câmara disse que o relator do texto, Mendonça Filho (União-PE), garantiu que entregará a proposta aprovada em comissão especial até 4 de dezembro.

"Imediatamente a essa aprovação na comissão, nós levaremos a matéria ao plenário e queremos, antes do final do ano, antes do recesso parlamentar de final de ano, aprovar a PEC da Segurança Pública no plenário da Câmara dos Deputados", disse.