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Lula discute guerra com Zelenski e foca em outros temas com Biden

Internacional
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Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira, 20, com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. A reunião foi o primeiro encontro entre os dois após vários desentendimentos sobre a guerra, incluindo uma audiência cancelada durante a cúpula do G-7, no Japão, em maio, em virtude de conflitos de agenda.

Desde que assumiu a presidência, Lula vem dando declarações vistas como um apoio tácito à Rússia. A posição do Brasil desagrada ao governo ucraniano e causou uma série de ruídos entre Brasília e Kiev. Por isso, o encontro de ontem foi cercado de interesse e atraiu um batalhão de fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas de várias partes do mundo.

Detalhes

Após o encontro, Zelenski e Lula usaram o X (antigo Twitter) para comunicar detalhes da conversa. "Após uma discussão honesta e construtiva, instruímos as nossas equipes diplomáticas a trabalhar nos próximos passos nas nossas relações bilaterais e nos esforços de paz", postou Zelenski.

Já o brasileiro escreveu que deseja manter um diálogo aberto com a Ucrânia. "Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países", disse Lula, minutos após o fim da reunião.

Segundo o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, o encontro de ontem serviu para quebrar o gelo das relações entre Lula e Zelenski. "Ambos os presidentes entendem agora as posições do outro de uma forma muito melhor do que antes", afirmou Kuleba. O encontro, que durou pouco mais de uma hora, também foi descrito como "tranquilo" e "amigável" pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira.

Biden

Pouco antes de se encontrar com Zelenski, Lula se reuniu com o presidente americano, Joe Biden. No encontro, a guerra na Ucrânia parece ter sido propositalmente escanteada, visto que os dois países divergem sobre a ajuda aos ucranianos. Enquanto o governo brasileiro tenta se equilibrar na neutralidade, o americano hipotecou seu apoio incondicional, incluindo dinheiro e armas.

Por isso, Lula e Biden resolveram focar em convergências, explorando principalmente características comuns de suas biografias. As origens políticas, tanto do brasileiro quanto do americano, estão ligadas aos sindicatos. O pai do democrata chegou a trabalhar em uma fábrica de selante naval na Pensilvânia.

Enfatizar a conexão com os trabalhadores americanos será crucial na eleição de 2024, principalmente em Estados-chave, como Michigan e Ohio. Por isso, o encontro com Lula foi uma chance de fazer um aceno ao público doméstico. Hoje, o presidente dos EUA navega por uma onda de greves, desde o setor automotivo até os roteiristas de Hollywood.

Sindicatos

Ontem, ele e Lula lançaram uma parceria em defesa dos direitos dos trabalhadores - incluindo dos prestadores de serviços de aplicativos e de outras plataformas digitais. "Precisamos empoderar os trabalhadores. É essa a nossa parceria. Essa ideia foi desse senhor aqui", disse Biden, apontando para Lula.

O brasileiro respondeu que nunca havia ouvido um presidente americano falar tão bem dos trabalhadores e descreveu a parceria como uma chance de transformar os laços entre Brasil e EUA. "Esta reunião é o nascimento de uma nova era na relação entre EUA e Brasil. É uma relação de iguais", disse.

Os dois também mencionaram outras batalhas comuns, como a defesa da democracia - um contraponto a movimentos autoritários liderados por seus dois adversários internos, Donald Trump e Jair Bolsonaro -, além da transição para uma economia verde e ações contra as mudanças climáticas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O PSDB deu início oficial às discussões para uma possível fusão com o Podemos. A decisão foi aprovada pela Executiva Nacional do partido nesta terça-feira, 29, por unanimidade. Como mostrou o Estadão em fevereiro, a união com o partido comandado pela deputada federal Renata Abreu (SP) encontra consenso entre parlamentares, lideranças históricas e dirigentes.

Com a aprovação da Executiva, a expectativa é que o partido inicie uma rodada de consultas formais às diversas instâncias internas. Além disso, a Executiva convocou uma Convenção Nacional para o dia 5 de junho, quando a proposta de fusão e eventuais mudanças no estatuto partidário serão discutidas e votadas.

"A ideia é construir uma nova alternativa de centro democrático, distante dos extremos, com foco na retomada do desenvolvimento do País", disse o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, por meio de nota enviada à imprensa. "PSDB e Podemos continuarão se reunindo nas próximas semanas para construir as convergências necessárias à consolidação de nossa união de estruturas e, principalmente, de propósitos", acrescentou ele.

Já Renata Abreu disse, em nota, que a soma de forças entre as siglas representa não apenas o crescimento das estruturas partidárias, mas a "união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos".

As tratativas com o Podemos ganharam força após o PSDB recuar de uma incorporação ao PSD, cujo resultado prático seria a extinção da legenda tucana. Interlocutores de Perillo tratavam a incorporação ao partido de Gilberto Kassab como certa, mas o dirigente precisou voltar atrás após forte resistência de tucanos históricos e de deputados federais, como o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

A fusão com o Podemos conta com o apoio das principais lideranças do partido, incluindo Marconi, Aécio, o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR) e o presidente da Executiva Estadual do PSDB de São Paulo e ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra.

"Aqueles que apostaram no fim do PSDB estão testemunhando um recomeço, um renascimento de um movimento partidário importante para o Brasil e que vai trazer, não tenho dúvida, uma alternativa longe dos extremos para os Estados e para o País", disse Paulo Serra.

Para os tucanos favoráveis, a aliança com o Podemos garantiria o fôlego necessário para superar a cláusula de barreira na próxima eleição, além de posicionar o novo partido em um patamar mais elevado para futuras negociações com outras legendas.

Estudo encomendado pelo Podemos e obtido pelo Estadão aponta que, em caso de fusão, o novo partido teria um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) de cerca de R$ 380 milhões, tornando-se o sétimo maior do País, à frente do Republicanos. Já o fundo partidário chegaria a R$ 90 milhões, ocupando a quinta posição entre as legendas e superando PSD, Republicanos e MDB.

A pesquisa também revela que a fusão entre Podemos e PSDB formaria a quinta maior força partidária nas Câmaras Municipais. Em número de prefeitos, a nova sigla contaria com 400 chefes de Executivo e ultrapassaria PT, PSB e PDT. Em população, isso representa 16 milhões de brasileiros governadores. No Congresso, se não houver desfiliações, o partido teria uma bancada de 30 deputados e 7 senadores.

Outro ponto positivo para os tucanos da fusão com o Podemos é o apoio de Renata Abreu à ideia de uma candidatura própria à Presidência em 2026. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um dos principais quadros do PSDB, já manifestou publicamente o desejo de disputar o Planalto.

A CPI das Bets, do Senado, prendeu, durante a sessão desta terça-feira, 29, o empresário Daniel Pardim Tavares Gonçalves sob a acusação de falso testemunho. Ele era ouvido na condição de testemunha e se negou a detalhar sua participação na empresa Peach Blossom River Technology. Após a prisão, a reunião da CPI foi encerrada.

A prisão foi pedida pela relatora da comissão, Soraya Thronicke (Podemos-MS), e aceita pelo presidente do colegiado, Hiran Gonçalves (PP-RR).

Daniel Pardim aparece oficialmente como responsável pela Peach Blossom River Technology, empresa investigada por envolvimento com jogo de apostas ilegais e suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro.

O empresário é apontado pelas investigações da CPI como um "laranja" da advogada Adélia de Jesus Soares, também investigada por suspeita de envolvimento com apostas ilegais.

Ela também foi convocada na condição de testemunha para a sessão da CPI desta terça, mas não compareceu.

O interrogado evitou responder às perguntas de senadores sobre a empresa da qual ele aparece como responsável. Também afirmou desconhecer Adélia Soares. A Peach Blossom tem participação na Playflow, empresa que tem Adélia de Jesus Soares como administradora.

Segundo uma investigação realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal, a Playflow contribuiu para que um grupo chinês operasse jogos ilegais no Brasil. A firma, sediada no exterior, também serviria para orientar brasileiros sobre como faturar com esquemas de apostas que não cumprem a legislação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou nomes e acrescentou duas novas testemunhas na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista. Na segunda-feira, 28, Bolsonaro enviou ao Supremo a defesa prévia do processo após ser intimado na semana passada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, onde se recupera de uma cirurgia no intestino.

Como mostrado pelo Estadão, Bolsonaro já havia indicado políticos como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-vice-presidente, general Hamilton Mourão, e o ex-ministro da Saúde e deputado federal, Eduardo Pazuello. Também constam outra vez na lista os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.

As novidades são Giuseppe Dutra Janino, ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Ricardo Peixoto Camarinha, ex-médico da Presidência da República no governo Bolsonaro.

Confira a lista completa das 15 testemunhas arroladas por Bolsonaro:

- Amaury Feres Saad

- Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior

- Ciro Nogueira

- Coronel Wagner Oliveira da Silva

- Eduardo Pazuello

- General Júlio César de Arruda

- General Marco Antônio Freire Gomes

- Gilson Machado

- Giuseppe Dutra Janino

- Hamilton Mourão

- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro

- Renato de Lima França

- Ricardo Peixoto Camarinha

- Rogério Marinho

- Tarcísio Gomes de Freitas

No documento enviado ao STF, Bolsonaro também reclamou de ter sido intimado na UTI do hospital. "A citação foi realizada de forma contrária ao quanto estipula o artigo 244 do CPC e ocorreu contra a orientação e apesar das advertências dos médicos responsáveis pelo tratamento e internação do peticionário, situação que, todavia, não foi registrada nos autos na certidão lavrada", afirmou a defesa.

No dia 11 de abril, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a notificação de todos os acusados do núcleo 1 que se tornaram réus após a decisão da Primeira Turma do STF. As notificações foram finalizadas entre os dias 11 e 15 de abril, com exceção de Jair Bolsonaro, que passou mal no dia 12 e precisou passar por cirurgia nos dias seguintes.

Considerando essa situação, o Supremo aguardava o momento oportuno para notificá-lo. No entanto, após o ex-presidente aparecer em uma live transmitida diretamente da UTI na terça-feira, 22, a Corte determinou que um oficial de Justiça fosse ao hospital no dia seguinte para realizar a intimação.

Quem são as novas testemunhas arroladas?

Giuseppe Dutra Janino foi servidor do Tribunal Superior Eleitoral por 25 anos e se aposentou em 2021. Em novembro de 2018, quando ocupava o cargo de secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, ele acionou a Polícia Federal para que investigasse um ataque hacker à rede interna da Justiça Eleitoral.

Seu nome circula em meio a apoiadores do ex-presidente com a falsa acusação de que ele seria responsável pela invasão hacker nas urnas eletrônicas e que teria atuado como assessor do ministro Luís Roberto Barroso.

Como verificado pelo Estadão, as afirmações são falsas. Janino nunca foi considerado um dos suspeitos da invasão hacker, tampouco foi assessor pessoal do ministro Luís Roberto Barroso.

Já Ricardo Peixoto Camarinha, foi médico da Presidência da República enquanto Jair Bolsonaro era presidente. O cardiologista visitou assinou alguns dos boletins médicos do ex-presidente em 2019.