Vídeo publicado pelo Hamas é 1ª prova de vida de um cativo em Gaza

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O grupo terrorista Hamas divulgou nesta segunda-feira, 16, o vídeo de uma refém israelense de 21 anos levada para Gaza. Segundo o jornal israelense Haaretz, a jovem foi reconhecida pela família. O governo de Israel disse ontem que 199 pessoas foram sequestradas e estariam presas no enclave palestino.

"Eles estão cuidando de mim, me dando remédios. Só peço que me levem de volta para casa o mais rápido possível, para minha família, meus pais, meus irmãos. Por favor, me tirem daqui o mais rápido possível", disse a jovem franco-israelense.

A refém, que acrescentou ter 21 anos e ser natural da cidade israelense de Shoham, aparece no vídeo em um determinado momento também deitada em uma cama com o braço ferido, enquanto um profissional de saúde cuida e faz um curativo nela.

A jovem, identificada como Maya Sham, foi raptada no início da manhã do dia 7 quando saía da festa perto de Gaza, onde pelo menos 260 pessoas foram massacradas e outras capturadas durante o ataque terrestre, marítimo e aéreo do Hamas que apanhou Israel de surpresa.

Ferimentos

Ela acrescentou que foi "ferida gravemente no braço" no momento em que foi sequestrada. Após ser levada para Gaza, Maya disse ter sido tratada em um hospital durante três horas.

Em resposta à divulgação do vídeo, Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, afirmou ter informado à família de Maya há uma semana que ela tinha sido sequestrada pelo grupo terrorista. Ele acusou o Hamas de tentar se "apresentar como uma organização humana, quando é uma organização terrorista responsável pelo assassinato e sequestro de bebês, mulheres, crianças e idosos".

Ontem, Israel informou que notificou as famílias sobre a identidade de 199 pessoas mantidas em cativeiro em Gaza e outras milícias palestinas, segundo Hagari. "Os esforços relacionados aos reféns são uma prioridade nacional", disse o porta-voz. "O Exército e Israel trabalham dia e noite para libertá-los."

No entanto, forças israelenses lançaram bombardeios intensos no enclave palestino nos últimos dez dias, nos quais pelo menos 26 reféns teriam morrido, de acordo com o Hamas, embora o grupo não tenha fornecido provas disso.

O vídeo com o curto depoimento de Maya foi divulgado pouco depois de o Hamas ter divulgado imagens de seu porta-voz, Abu Obeida, anunciando que o grupo planeja libertar reféns estrangeiros detidos em Gaza. Obeida afirmou que os reféns são considerados seus "convidados" e serão libertados quando as "condições no terreno" forem cumpridas.

Negociação

Segundo ele, o Hamas capturou cerca de 200 pessoas, enquanto outras milícias têm pelo menos mais 50 reféns. Os grupos palestinos exigiram a libertação de milhares de prisioneiros nas prisões israelenses em troca dos sequestrados na Faixa de Gaza.

Em Israel, o número de vítimas do ataque do dia 8 chegou a 1,4 mil. A identificação dos mortos está progredindo lentamente. Segundo o governo israelense, equipes forenses trabalham sem parar para recolher provas de DNA de parentes dos desaparecidos para comparar informações.

De acordo com os últimos dados disponíveis, dos 936 corpos de civis recebidos pelos peritos, 615 foram identificados e 494 entregues às famílias para sepultamento.

Família afirma que neta de brasileiros está entre os sequestrados

A jovem Tchelet Fishbein Za'arur (ou Celeste, como a família a chama em português), de 18 anos, de família brasileira, está entre os sequestrados pelo Hamas, de acordo com parentes.

No dia do ataque, Celeste chegou a se esconder em um bunker com o namorado, mas logo depois não deu mais notícias a família.

No sábado, um dia após o ataque, depois de a família não ter encontrado DNA compatível com o da jovem entre as vítimas, o Exército israelense confirmou que ela está na lista de sequestrados pelo Hamas. Celeste não tem nacionalidade brasileira - o pai é israelense - e trabalha como babá. Ela mora em um kibutz perto de Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Polícia Federal concluiu que foi montada uma associação criminosa no governo Jair Bolsonaro para desviar joias e presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-chefe do Executivo. "Essa atuação ilícita teve a finalidade de desviar bens, cujo valor mercadológico somam o montante de US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73", diz a PF, no relatório final do inquérito das joias sauditas - caso revelado pelo Estadão.

O ex-presidente foi indiciado por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro na quinta-feira, 4. Nesta segunda, 9, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório final da PF sobre o caso e deu 15 dias para que o procurador-geral da República Paulo Gonet se manifeste sobre a conclusão dos investigadores. O documento tem mais de 400 páginas.

Segundo a PF, os valores obtidos das vendas dos presentes e joias eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas.

A Polícia Federal listou os "bens que foram objeto dos atos de desvio e tentativa de desvio perpetrados pela associação criminosa com a finalidade de enriquecimento ilícito do ex-presidente":

Kit ouro branco relógio - Rolex - DayDate Especial Edition - US$ 73,749,50

Kit ouro branco caneta - Chopard Rollerball - US$ 20,000,00

kit ouro rose relógio - Chopard L.U.C triple Certification Tourbillon Automatic - US$ 109.101,83

kit ouro rose caneta - Chopard - Rollerball - US$ 4.000,00

Joias Femininas retidas pela RFB - relógio Chopard LL'Heure Du Diamant Medium Oval - US$ 187.608,00

Joias Femininas retidas pela RFB - Anel prateado Chopard - US$ 30.292,91

Joias Femininas retidas pela RFB - Par de brincos Chopard - US$ 126.341,56

Joias Femininas retidas pela RFB - Colar prateado Chopard - US$ 671.660,20

Bem retido pela RFB - Escultura de um cavalo árabe dourado - US$ 4.971,12

Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente somou o montante de US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,66.

"O valor não considera os bens ainda pendentes de perícia, além das esculturas douradas de um barco e uma árvore e o relógio Patek Philippe, que foram desviadas do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperadas", frisou a corporação.

Os investigadores apontam que a associação criminosa integrada por Bolsonaro e 11 de seus aliados usou a estrutura do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica para "legalizar" a incorporação dos bens de alto valor, presenteados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do ex-chefe do Executivo.

Indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro no inquérito das joias sauditas - caso revelado pelo Estadão - o ex-presidente Jair Bolsonaro "subtraiu diretamente" esculturas douradas de um barco e uma árvore e um relógio Patek Philippe. A conclusão é da Polícia Federal, que constatou que o grupo criminoso montado no governo do ex-presidente usavam duas formas para desviar joias e presentes de alto valor presenteados ao ex-presidente em razão de seu cargo. Um deles envolvia a subtração direta dos itens, por Bolsonaro, sem passar pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.

Segundo a PF, o relógio Patek Philippe Calatrava foi presenteado ao ex-presidente da República quando ele visitou o Reino do Bahrein, nos dias 16 e 17 de novembro de 2021. "O bem foi desviado do acervo público brasileiro, sem registro no GADH, e posteriormente foi vendido em loja especializada nos Estados Unidos em junho de 2022", diz a PF.

Já as esculturas douradas de um barco e uma árvore (Palm Tree) foram entregues a Bolsonaro, quando viajou para os Emirados Árabes Unidos e o Reino do Bahrein, em novembro de 2021. "Os bens foram desviados do acervo público, sem registro no GADH e posteriormente foram levados, de forma escamoteada, aos Estados Unidos, por meio do avião Presidencial. Por meio de interpostas pessoas, o grupo investigado tentou vender as esculturas em lojas especializadas na cidade de Miami mas, como não eram constituídas por ouro maciço, conforme pensavam os investigados, não obtiveram êxito nas negociações", indicou a PF.

Ainda de acordo com os investigadores, as esculturas e o relógio ainda não foram recuperadas. Como mostrou o Estadão, a PF estima que o valor mercadológico dos bens desviados pela associação criminosa integrada por Bolsonaro somam o montante de US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73.

A Polícia Federal implica o general Mauro Cesar Cid, pai do delator Mauro Cid, na tentativa de venda dos presentes diretamente subtraídos por Bolsonaro.

Segundo os investigadores, enquanto lotado no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos em Miami, ele usou sua conta bancária para receber o montante de US$ 68 mil decorrente da venda dos relógios Rolex Daydate - outro bem supostamente desviado pela associação criminosa - e Patek Philippe, em 13 de junho de 2022 para a empresa PRrecision Watches. Em 2023, ele guardou em sua casa as esculturas douradas (barco e arvore), para serem vendidos nos Estados Unidos.

A Polícia Federal indicou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou dinheiro em espécie obtido por meio da venda de joias desviadas da Presidência da República para bancar as despesas dele e da família na temporada de três meses que ficou nos Estados Unidos, no início de 2023. Bolsonaro viajou ao País norte-americano no último dia do seu mandato. Procurada, a defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou.

"A análise contextualizada das movimentações financeiras de Jair Messias Bolsonaro no Brasil e nos Estados Unidos demonstra que o ex-presidente, possivelmente, não utilizou recursos financeiros depositados em suas contas bancárias no Banco do Brasil e no BB América para custear seus gastos durante sua estadia nos Estados Unidos, entre os dias 30 de dezembro de 2022 e 30 de março de 2023", diz relatório da Polícia Federal.

"Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano", complementa.

Segundo a PF, o uso de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o "dinheiro sujo" à economia formal, com aparência lícita.

Bolsonaro foi indiciado na última semana por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Nesta segunda-feira, 9, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório final da PF e deu 15 dias para que o procurador-geral da República Paulo Gonet se manifeste sobre a conclusão dos investigadores.

Segundo a PF, a associação criminosa tentou desviar joias avaliadas em R$ 25,3 milhões. Os bens incluem relógios de luxo das marcas Rolex e Chopard, além de canetas, colar e brincos. Os valores obtidos das vendas dos presentes eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas.

Em um áudio obtido pela Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, afirma que seu pai, o general Mauro Lourena Cid, estaria em posse de US$ 25 mil, que deveria ser entregue em espécie a Bolsonaro.

"Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? Tem 25 mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente", afirmou Mauro Cid, em 18 de janeiro de 2023, em conversa com o coronel Marcelo Camara, assessor do ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro estava em Orlando, nos Estados Unidos.