Furacão Otis mata ao menos 58 no México; hotel do episódio de Chaves é atingido

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Pelo menos 58 pessoas estão desaparecidas e outras 46 morreram no México, com a passagem do furacão Otis, que arrasou o litoral do estado de Guerrero e provocou cenas de destruição na cidade turística de Acapulco. Um dos resorts devastados pelo fenômeno foi o Hotel Emporio, que ganhou fama a partir de 1977, com um episódio do seriado mexicano Chaves gravado no local.

O furacão que chegou na madrugada da última quarta-feira, 25, como de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, abalou a cidade de 780 mil habitantes, que vive do setor turístico e que ficou praticamente em ruínas. Imagens nas redes sociais mostram hotéis e resorts completamente destruídos, inclusive o Emporio. O governo do México contabilizou pelo menos 220 mil construções danificadas.

Otis se intensificou em poucas horas, passando de uma tempestade tropical para o furacão mais forte, pegando muitos de surpresa. Algumas rajadas de vento chegaram a 270km/h. Muitos especialistas atribuíram a inesperada explosão de força aos efeitos das mudanças climáticas, com o aquecimento dos mares servindo de combustível para tempestades como a de Otis.

Uma semana depois, as autoridades ainda trabalham arduamente para restaurar a ordem no centro turístico de Acapulco, cortando árvores em frente a arranha-céus e restaurando a energia, além da busca pelos desaparecidos. A maioria dos moradores espera que o número de mortos aumente, com base na lenta resposta do governo e na devastação geral.

Autoridades militares, de segurança pública e forenses disseram à AP que não estavam autorizadas a fornecer detalhes sobre a busca por corpos. Enquanto isso, milhares de familiares em pânico procuravam desesperadamente entes queridos desaparecidos.

O presidente Andrés Manuel López Obrador enviou mais de 10 mil soldados para lidar com as consequências do furacão, juntamente com mil funcionários do governo para determinar as necessidades.

Após a tempestade, árvores e escombros bloquearam a estrada principal durante um dia, e a ausência de sinal de celular deixou os moradores isolados. Sem opções, muitos pegaram bens básicos como alimentos e papel higiênico de lojas saqueadas e canalizaram gasolina de postos de gasolina. Aqueles com doenças crônicas lutaram para encontrar os remédios de que precisavam para sobreviver.

Moradores que procuravam comida em armazéns no sábado disseram que esperaram horas sob o sol escaldante por comida e água de um caminhão de ajuda do governo, apenas para descobrir que não havia o suficiente para eles.

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O Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, comandará a maior parte da verba das emendas de comissão na Câmara dos Deputados. Na versão atual da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que pode ser votada nesta quinta-feira, 20, as comissões presididas pelo PL terão R$ 6,7 bilhões à disposição. O valor é 77 vezes maior do que o montante controlado pelo PT, que terá R$ 87,5 milhões.

A diferença se deve, em grande parte, à Comissão de Saúde, que terá R$ 4,98 bilhões à disposição para destinar. O colegiado será presidido pelo deputado bolsonarista Zé Vitor (PL-MG). Mesmo integrando o PL, o mineiro diz ter boa relação com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). A maior parte do montante à disposição do colegiado vem de emendas de comissão propriamente ditas (R$ 3,8 bilhões), mas há também R$ 1,1 bilhão vindos de remanejamentos de verbas do Poder Executivo, identificadas com os marcadores RP-2 (R$ 150 mil) e RP-3 (R$ 1 bilhão).

Depois do PL, os partidos com mais verba de emendas de comissão na Câmara são o União Brasil (R$ 1,2 bilhão) e o PSD (R$ 1,1 bilhão). Juntos, os três partidos terão sob seu comando R$ 9,1 bilhões, ou 88% da verba sob comando das comissões da Casa. Ao todo, as comissões da Câmara disporão de R$ 10,3 bilhões. O montante inclui tanto a verba das emendas de comissão (R$ 7,66 bilhões) quanto os remanejamentos (R$ 2,68 bilhões).

Além da Comissão de Saúde, o PL também chefiará a Comissão de Turismo, com R$ 2,2 bilhões à disposição. O colegiado será comandado pelo deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG). Ele foi ministro do Turismo no governo Bolsonaro, de 2019 a 2020. Em outubro de 2019, ele foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral de Minas pelo suposto uso de candidaturas "laranjas", ou seja, fictícias, na eleição de 2018. Ele nega irregularidades.

As outras duas comissões "bilionárias" da Câmara, na Lei Orçamentária de 2025, são as de Integração Nacional (R$ 1,19 bilhão) e de Esporte (pouco mais de R$ 1 bilhão). A primeira ficará sob o comando de Yandra Moura (União-SE), e a segunda, com Laura Carneiro (PSD-RJ). A comissão mais aquinhoada sob comando do PT é a de Finanças e Tributação, presidida por Rogério Correia (MG). O colegiado não dispõe de emendas de comissão formais, identificadas pelo código RP-8, mas terá R$ 60,5 milhões remanejados de verbas do Executivo (RP-2).

Das comissões da Câmara, só seis terão emendas de comissão formais. Todas as outras 24 receberão remanejamento de verbas do Executivo, em montantes que variam de R$ 411 milhões (Desenvolvimento Urbano) a apenas R$ 30 mil (Defesa do Consumidor). Ainda não está claro como se dará a execução e a prestação de contas dessas verbas remanejadas, e se haverá transparência sobre a destinação do dinheiro.

Na semana passada, o Congresso aprovou, em sessão conjunta, novas regras para as emendas parlamentares. Nas emendas de Comissão, há a possibilidade das verbas serem executadas conforme indicação dos líderes das bancadas partidárias, omitindo o nome dos deputados que realmente decidiram pelo envio dos recursos. Para entidades que atuam no tema da transparência dos recursos públicos, as novas regras são falhas e contrariam a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em agosto passado, o ministro Flávio Dino entendeu que o Orçamento Secreto tinha continuado, e determinou que o Congresso adotasse medidas para dar fim à prática. Em nota, as entidades Transparência Brasil, Transparência Internacional e Contas Abertas disseram que esta modificação equivale à criação da "emenda de líder partidário", sem previsão na Constituição Federal de 1988.

A Polícia Federal (PF) afirma que a rede social X vem permitindo que usuários financiem perfis bloqueados no Brasil por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF cita contas ligadas ao blogueiro Allan dos Santos, ao empresário Paulo Figueiredo Filho e ao jornalista Rodrigo Constantino.

A reportagem busca contato com o X e com os perfis citados no relatório da Polícia Federal.

A equipe de investigação da PF identificou que, apesar do bloqueio judicial, usuários conseguem acessar os perfis para apoiá-los por meio da funcionalidade assinatura. No caso de Allan dos Santos, também é possível fazer doações com criptomoedas, segundo a Polícia Federal.

"Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de VPN, aos usuários financiarem / apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de Allan Lopes dos Santos, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em Bitcoin", diz o relatório da Polícia Federal.

Os investigadores afirmam ainda que foi identificada a exibição indevida de postagens da conta @allanldsantos para usuários no Brasil, mesmo sem o uso de VPN - ferramenta que permite omitir a localização de acesso à internet.

O relatório foi enviado em uma investigação aberta no ano passado depois que o empresário Elon Musk, dono do X, criticou decisões do ministro Alexandre de Moraes, classificadas por ele como "censura", e ameaçou devolver contas bloqueadas na plataforma por ordem do STF.

Em abril de 2024, a PF já havia identificado o descumprimento dos bloqueios impostos por Moraes. Segundo a Polícia Federal, o X flexibilizou restrições a perfis bloqueados e permitiu que as contas fizessem transmissões ao vivo na plataforma.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu no final da manhã desta quinta-feira, 20, com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), o ministro da Educação, Camilo Santana, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. O encontro ocorreu às 11h30. Este é o único compromisso que consta da agenda da Presidência da República desta quinta-feira.