Quem vai ganhar as eleições na Argentina? Pesquisas indicam disputa voto a voto

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Depois de duas rodadas eleitorais cheias de surpresas, são poucos os que se arriscam a prever quem será o próximo presidente da Argentina. As últimas pesquisas eleitorais, no entanto, mostram um cenário bastante acirrado, em que a decisão estará em uma disputa voto a voto. A maioria das sondagens colocam o libertário Javier Milei a frente do peronista Sergio Massa, mas em números tão apertados que podem ser considerados empates técnicos, o que deixa o cenário ainda em aberto a um pouco mais de uma semana do pleito.

Duas novas pesquisas publicadas nesta quinta-feira, 9, pelo jornal argentino Clarín consolidam o cenário de empate, mas com leve vantagem para Milei. Pelas sondagens da empresa Opinaia, Milei lidera com 43% das intenções, contra 39% de Massa. Cerca de 7% respondeu que votaria em branco ou nulo, mais 6% estão indecisos e 5% dizem que não vão votar. Considerando apenas os votos válidos, Milei tem 52% a 48%. A consultoria é pioneira em medições online e já fez pesquisas para Horacio Rodríguez Larreta, o candidato derrotado nas primárias da coalizão oposicionista Juntos pela Mudança.

A consultora Solmoirago, que tem vínculos com o partido União Cívica Radical - que pertence ao Juntos pela Mudança, mas saiu em apoio a Massa neste segundo turno -, mostra Milei com 44,2% contra 42,5% de Sergio Massa. Semelhante à Opinaia, a pesquisa indica que 7,1% votará em branco ou nulo e 6,2% está indeciso. Contando apenas os votos válidos, Milei leva com 2,02% sobre os 48,98% de Massa.

Outras consultoras colocam Milei a frente, mas com pouca diferença do peronista. É o caso de Proyección (44,6% contra 42,9%), CB Consultora (46,3% contra 43,1%), Aresco (46,6% contra 42,4%) e Atlas Intel (48,5% contra 44,7%). Esta última, uma empresa brasileira de sondagens, foi a única que previu a vitória de Massa no primeiro turno.

Já as consultoras Analogias e Zuban Córdoba colocam o peronista a frente do libertário, mas ainda dentro de um cenário de empate. A primeira dá a Massa 42,4% contra 39,7% de Milei. Já a última mostra 45,4% a favor de Massa contra 43,1% para Milei.

Em praticamente todos os cenários, cujas diferenças variam de dois a quatro pontos percentuais, mostram que a disputa será voto a voto e a decisão será, de fato, no último minuto. O site La Politica Online, que faz um agrupamento das pesquisas eleitorais e tira uma média, indica que Sergio Massa possui uma média de votos de 42,8%, com seu mínimo variando de 38,32% para 47,19%. Já Milei tem em média 42,9% das intenções de voto, com uma variação de 34,34% até 51,52%.

Sergio Massa, ministro de Economía y candidato presidencial del partido gobernante, habla afuera de su sede de campaña después de las elecciones generales en Buenos Aires, Argentina, el domingo 22 de octubre de 2023. (AP Foto/Mario De Fina)

A surpresa Massa: como o ministro da Economia argentino venceu o 1º turno apesar da inflação de 140%

Onde conseguir mais votos?

Nas primárias eleitorais, celebradas em agosto, nenhuma pesquisa conseguiu prever o triunfo de Milei, até então visto como uma terceira força. Uma surpresa que muitos analistas viram como um voto que não estava sendo declarado pelas pessoas, uma espécie de voto silencioso.

Já no primeiro turno, apenas a pesquisa Atlas Intel dava uma vantagem a Massa, enquanto todas as outras mostravam um triunfo arrasador de Milei. Depois se viu que o libertário havia batido em seu teto eleitoral e o aparato peronista havia mobilizado suas forças para responder a Milei.

Agora, porém, o cenário para se obter mais votos parece nebuloso. No primeiro turno em outubro, o aumento da participação eleitoral foi fundamental para a vantagem de seis pontos percentuais de Massa. Uma vantagem que, em um cenário normal, projetaria uma vitória fácil ao peronista. Mas com dois candidatos que provocam tanto esperança quanto medo, os sentimentos jogarão mais do que o pragmatismo das previsões.

Agora não se espera um crescimento eleitoral tão expressivo, já que a participação no primeiro turno foi de 77%, uma média semelhante dos anos eleitorais anteriores. Com isso, a disputa parece estar na distribuição dos eleitores de outros candidatos e dos que votaram em branco ou nulo.

O último pleito mostrou que Milei já atingiu o seu teto, que é os 30% que obteve tanto nas PASO quanto nas gerais. Os apoios que recebeu da candidata derrotada Patricia Bullrich e do líder da oposição Mauricio Macri podem ajudá-lo a avançar um pouco mais neste teto, mas não muito, já que outra parte da oposição, o partido radical, rachou a coalizão ao migrar para o lado de Massa.

Uma recente moderação em seu discurso - que saiu do "explodir o Banco Central" para "mudança ou continuidade" - também pode ajudá-lo a conquistar aquele eleitorado que é anti-peronista, mas tem medo das propostas radicais do libertário.

Massa, por outro lado, surpreendeu ao mostrar que pode ter um teto maior do que se previa, graças às oito décadas de força política que tem o peronismo. Embora esta tenha sido a pior eleição da história do peronismo, consolidando a crise de representação, o movimento mostrou que está enfraquecido mas não morto. A movimentação de base de sindicatos, prefeitos, vereadores e demais forças políticas foi essencial para o primeiro lugar de Sergio Massa.

A questão, porém, é de quanto desta força ainda resta para movimentar. O peronista ganhou na província de Buenos Aires, bastião do movimento e que concentra 37% do padrão eleitoral, mas está longe de ter feito uma excelente eleição. Ali, em parte do norte argentino e no sul estão as principais forças peronistas, porém, não se sabe até quanto deste aparato já foi mobilizado ou se ainda resta surpresa.

A batalha agora se dará em dois lugares: a cidade de Buenos Aires, onde estão os votos de Patricia Bullrich, e onde Milei parece sofrer de uma grande rejeição; e Córdoba, onde seu governador Juan Schiaretti se lançou para a presidência e recebeu consideráveis 6,78%. A província tem um peso eleitoral de 8,66%, sendo a segundo maior território eleitoral.

Mais de 6,2 milhões de pessoas votaram em Bullrich no primeiro turno e outros 1,7 milhão votaram em Schiaretti (número maior que a diferença entre Bullrich e Milei). Além disso, há os 709.932 de votos da candidata de esquerda Myriam Bregman.

As previsões de que os votos de Bullrich automaticamente migrariam para Milei podem não ser tão corretas, visto que a então candidata macrista chegou a perder eleitores para Massa entre as PASO e as gerais. Massa também conseguiu reverter eleitores de Milei em províncias inteiras, como Santa Cruz e Entre Ríos.

É com este cenário que os argentinos terão no próximo domingo, 12, o único debate eleitoral do segundo turno, que promete ser decisivo para quem ainda tem dúvidas em quem votar. "O debate anterior teve muita audiência, mais de 4 milhões de espectadores, alguns falam até 5, esse com certeza terá igual ou mais", afirma o cientista político da Universidade Católica Argentina Fabian Calle. "Com uma eleição tão disputada como é esta, o debate pode ser até decisivo. Historicamente os debates não afetam muito na Argentina, mas frente à séria dúvida que tem a população, uma porcentagem pequena, mas decisiva pode afetar sim".

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estará presente no ato pela anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o domingo, 16, em Copacabana, na zona sul do Rio. Michelle realizou uma cirurgia e, segundo sua assessoria, não está liberada para atividades do porte de uma manifestação para evitar riscos à recuperação.

Michelle é presidente do PL Mulher e discursaria no trio elétrico principal do evento. A vice-presidente da ala feminina do partido, a vereadora de Fortaleza (CE) Priscila Costa, fará pronunciamento aos manifestantes no lugar da ex-primeira-dama.

A mulher do ex-presidente é uma das figuras que aparece convocando a população a comparecer ao ato em vídeo postado em redes sociais nesta segunda-feira, 10. A gravação foi compartilhada por apoiadores de Bolsonaro.

O evento deve reunir as principais figuras da direita em Copacabana. Inicialmente, a pauta dos manifestantes incluía o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o mote foi desautorizado por Bolsonaro.

Agora, o ato vai focar em pedir a aprovação do "PL da Anistia", que propõe o perdão aos crimes dos condenados pelos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Familiares das pessoas detidas na ocasião terão espaço para discursar, ao lado de políticos e aliados de Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 13, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que deve apresentar o projeto de lei que anistia os condenados pelos atos golpistas como prioridade do partido na próxima reunião de líderes da Casa, prevista para o próximo dia 20.

Caso a proposta seja incluída na pauta pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o projeto pode ser votado pelo plenário da Casa na semana entre 24 e 28 de março.

Após identificar uma rede de tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a máfia italiana, a Operação Mafiusi mira agora operações suspeitas de lavagem de dinheiro. Com base em informações de um delator, a Polícia Federal rastreou movimentações financeiras. Em um emaranhado de transações de grande valor que transitaram pelo sistema bancário em contas de pessoas jurídicas usadas pela facção, apareceram os nomes do cantor sertanejo Gusttavo Lima, do pastor Valdemiro Santiago e do bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho.

De acordo com relatórios da PF aos quais o Estadão teve acesso, eles teriam realizado transações com suspeitos e acusados de integrar um "sistema financeiro paralelo" do crime organizado. A PF não os incluiu no rol de indiciados, mas todos deverão ser chamados para depor. Na semana passada, na primeira fase da Operação Mafiusi, o Ministério Público Federal denunciou 14 pessoas por organização criminosa e associação para o tráfico.

Gusttavo Lima é cotado para ser candidato a vice numa eventual chapa encabeçada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que no dia 4 de abril vai se lançar como pré-candidato à Presidência em 2026 - ele disse que o cantor sertanejo participará do evento em Salvador (BA).

Procurado, o cantor negou irregularidades e disse que a transação citada na investigação é referente à compra legal de uma aeronave. Valdemiro Santiago, que é da Igreja Mundial do Poder de Deus, e Adilson Filho, o Adilsinho, patrono da escola de samba Salgueiro, do Rio, não responderam à reportagem.

Um dos acusados na operação, o empresário Willian Barile Agati, o "concierge do PCC", é apontado como o responsável por manter a rede de transações financeiras milionárias da facção. Ele está preso desde janeiro. O criminalista Eduardo Maurício, que representa Agati, afirmou que seu cliente é "inocente". "É um empresário idôneo e legítimo, primário e de bons antecedentes, pai de família, que atua em diversos ramos de negócios lícitos, nacionais e internacionais, sempre com ética e seguindo leis vigentes", disse o defensor.

A Operação Mafiusi está sob tutela da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, a mesma que abrigou a Operação Lava Jato, investigação que desmontou esquema de corrupção instalado na Petrobras. Assim como a Lava Jato, a Mafiusi foi turbinada por informações de um delator: Marco José de Oliveira.

Relatório

Em seu mais recente relatório enviado à Justiça, o delegado Eduardo Verza, do Grupo de Especial de Investigações Sensíveis (Gise), da PF do Paraná, afirmou que "análise minuciosa das transações financeiras, das empresas e dos indivíduos envolvidos no caso de Willian Agati, revela a existência de uma organização criminosa com ramificações nacionais e internacionais".

Segundo o delegado, o "modus operandi desta organização utiliza técnicas sofisticadas de estratificação de empresas de fachada e pessoas físicas para ocultar a origem ilícita dos recursos e dificultar o rastreamento das atividades ilícitas". Ainda conforme Verza, as empresas creditam valores de diferentes ramos do comércio e da indústria e fazem o mesmo com os débitos para ocultar operações ilegais. O delegado também destacou que, nesse sistema, pessoas físicas e jurídicas "emprestam" contas-correntes para o tráfico em troca porcentagem do negócio.

Firmas

As empresas da rede atribuída pela PF a Agati estão localizadas em várias cidades. Conforme o relatório, as atividades econômicas dessas firmas variam desde o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios até serviços de escritório e apoio administrativo. A PF indicou duas empresas principais no caso sob investigação, a Starway Locação de Veículos e a Starway Multimarcas, que, juntas, movimentaram R$ 454,3 milhões de 2020 a 2023. Para a PF, há indícios de que sejam de fachada. Ambas ficam em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

Verificando as contas da Starway, a PF chegou à empresária Maribel Golin. Foi nesse ponto da investigação, sobre negócios mantidos pela empresária, que os policiais encontraram os nomes de Gusttavo Lima, Valdemiro Santiago e Adilsinho.

Maribel é representante legal da Aeroplan Aviação Ltda. e de outras quatro empresas. À PF, ela disse que a movimentação financeira do grupo tem origem na comercialização de imóveis e aeronaves. "É crucial enfatizar que Maribel Golin mantém relação próxima com Willian Agati", afirmou o delegado da PF. Para ele, as circunstâncias "sugerem a ocorrência de lavagem de dinheiro clássica, relacionada a imóveis".

De 2020 a 2022, as movimentações bancárias de Maribel e de suas empresas somaram R$ 1,426 bilhão. "Segundo cálculos, as fontes de receita declaradas representam apenas 3,44% do valor total movimentado", assinalou o delegado Verza.

Transações

Verza analisou origens e destinos das movimentações financeiras das 35 maiores pessoas jurídicas e físicas relacionadas às empresas de Maribel. No 6.º lugar da lista está a Balada Eventos e Produções Ltda., com repasses de R$ 57,5 milhões para a JBT Empreendimentos, uma das firmas da empresária. As transferências começaram no dia 24 de junho de 2022.

A Balada Eventos tem dois sócios: a NR Empreendimentos, cujo dono é Gusttavo Lima, e o próprio cantor. A PF apurou que há sete empresas registradas no mesmo endereço da Balada Eventos. "Ao realizar consultas aos sistemas cartoriais e outros sistemas congêneres, não foram identificadas escrituras públicas, documentos envolvendo relações comerciais ou notas fiscais referentes aos valores repassados entre as empresas mencionadas", diz a PF. "Fica evidente que o fluxo financeiro observado não condiz com o padrão usual de transações envolvendo pagamentos de cachês ou atividades similares."

Os federais chegaram a Maribel também por meio da delação de Marco José de Oliveira. O colaborador relatou que um parente da empresária "esquenta" dinheiro dentro da igreja de Valdemiro. Segundo Oliveira, Agati assumiu a posse de aviões do pastor, já que ele "devia muito ao Fisco". "O montante envolvido nas transações mencionadas totaliza R$ 24.656.085,94", frisou o delegado.

As duas últimas empresas do ranking das 35 maiores parceiras de Maribel são a Adiloc Comercial Distribuidora e seu sócio, Adilsinho. Segundo a PF, a empresária recebeu R$ 9 milhões de ambos. A Adiloc opera com o nome fantasia Adiloc Distribuidora de Cigarros, mas, destacou o delegado, o cadastro de atividade econômica principal é relacionado a "serviços combinados de escritório e apoio administrativo".

Cantor diz que adquiriu aeronave de forma legal e nega irregularidades

Em nota, a Balada Eventos informou que é a empresa que administra a carreira artística do cantor Gusttavo Lima e, nessa condição, "adquiriu uma aeronave da empresa JBT Empreendimentos e Participações Eireli, através de seus representantes legais (família Golin), em junho de 2022".

"Essa foi a única negociação realizada entre a Balada Eventos e a empresa JBT. A operação ocorreu de forma legal, com contrato de compra e venda formal, devidamente registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)", disse a empresa.

A Balada Eventos negou conhecer o empresário Willian Barile Agati, "devendo tal informação ser requisitada junto a família Golin". Sobre o fato de haver várias empresas registradas no mesmo endereço, afirmou se tratar de um prédio comercial. "Cada empresa ocupa uma sala. É inverídica a informação de que há sete empresas no mesmo endereço."

O advogado Carlos Alberto Pires, que representa Maribel Golin e a JBT, declarou que a empresária "não possui e nunca possuiu 'relação próxima' com Willian Barile Agati" e que a relação com ele "foi apenas comercial".

Afirmou ainda que a Justiça de Curitiba "já reconheceu a licitude dos negócios jurídicos celebrados com Willian Agati" e que "a JBT é parte estranha/alheia aos fatos investigados pela Polícia Federal". "Todas as movimentações bancárias da empresa e de sua representante legal têm e sempre tiveram origem lícita."

Os demais citados não se manifestaram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso aprovou nesta quinta-feira, 13, em sessão conjunta, o projeto de resolução que regulamenta a execução das emendas parlamentares, após acordo do Legislativo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para viabilizar a liberação desses recursos. Na Câmara, foram 361 votos favoráveis e 33 contrários, enquanto no Senado houve 64 favoráveis e três contrários. Com a aprovação da redação final, o texto vai à promulgação.

A proposta, de autoria das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado, foi relatada pelo vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO). O texto regulamenta como as emendas parlamentares devem ser distribuídas, como seus valores devem ser corrigidos e a forma como serão feitas elas as indicações pelos congressistas.

Pano de fundo

A matéria tem como pano de fundo a negociação do Congresso com o STF e foi elaborada para atender a demandas feitas pelo Supremo por mais transparência e rastreabilidade a esses recursos públicos destinados pelos parlamentares. Na manhã de ontem, o relator no STF de processos sobre falta de transparência nas emendas, ministro Flávio Dino, disse que as novas regras para as emendas parlamentares, firmadas em acordo entre Executivo e Legislativo que foi homologado pela Corte, ainda estão "longe do ideal, mas passos concretos foram dados nesses oito meses".

"Já houve a emissão de muitas decisões judiciais e às vezes me perguntam, quando vai acabar? Vai acabar quando o processo orçamentário estiver adequado plenamente ao devido processo constitucional", disse o ministro.

Para entidades que trabalham pela transparência pública, no entanto, as novas regras falham ao não dar transparência aos "padrinhos" das indicações. A nova resolução permite, por exemplo, que os líderes partidários assinem as indicações para as emendas de comissão (identificadas pelo código RP-8), omitindo os nomes dos congressistas que efetivamente destinaram os recursos. Essa sugestão vinha sendo feita pelo Congresso desde o início dos debates com o STF.

Em nota, as entidades Transparência Brasil, Transparência Internacional e Contas Abertas disseram que esta modificação equivale à criação da "emenda de líder partidário", sem previsão na Constituição Federal de 1988.

As emendas se tornaram centrais no debate público sobre transparência a partir da revelação do esquema do "orçamento secreto", pelo Estadão, em 2021. O caso se referia às chamadas emendas de relator - verbas assinadas pelo relator-geral do Orçamento de cada ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.