Vitorioso em Iowa, Trump muda foco para Nikki Haley e primárias de New Hampshire

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Após uma vitória recorde em Iowa, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump agora volta as atenções para o próximo alvo na batalha pela nomeação do Partido Republicano: uma primária de New Hampshire, em 23 de janeiro, que a ex-embaixadora dos EUA na ONU Nikki Haley quer vencer para reverter o impulso de Trump.

Haley ficou em terceiro lugar em Iowa, atrás também do governador da Flórida, Ron DeSantis. Ela é vista como mais forte em New Hampshire e tentará atrair o eleitorado mais centrista do Estado. O argumento dela: Trump fez um bom trabalho como presidente, mas as controvérsias que o cercam prejudicam as chances do Partido Republicano de derrotar o presidente americano, Joe Biden, em novembro.

"É uma maratona. Não é uma corrida de velocidade. Mas não poderíamos estar mais entusiasmados com a energia que temos aqui em New Hampshire", disse Haley na manhã de terça-feira, 16, após chegar ao Estado. "Estamos aqui há 11 meses. Já fizemos mais de 75 eventos de campanha".

O desafio para Haley - e DeSantis - é que, em Iowa, Trump teve desempenho positivo entre quase todos os grupos demográficos do Partido Republicano e em todos os tipos de comunidade, com uma margem recorde de vitória para uma caucus republicana competitiva de Iowa.

Os aliados de Trump rapidamente argumentaram que a corrida deveria terminar para que ele pudesse se concentrar em Biden, que tem uma oposição menor nas primárias democratas e está construindo um enorme vantagem financeira. Os democratas estão ansiosos por ver Trump de volta às urnas, convencidos de que os eleitores irão rejeitá-lo novamente.

"Se Haley não vencer em New Hampshire, estará tudo acabado. Trump tem a indicação", disse Andy Smith, pesquisador apartidário do Estado.

DeSantis enfrentou dúvidas sobre por quanto tempo continuaria sua campanha, dado o foco que concentrou a Iowa. Mesmo assim, ele considerou o distante segundo lugar uma vitória e insistiu que continuaria, com eventos agendados para terça-feira na Carolina do Sul e em New Hampshire.

A interseção dos problemas legais de Trump e sua campanha foi novamente exposta hoje, quando ele se dirigia a um tribunal de Nova York para um julgamento civil relacionado a alegações de abuso sexual feitas pela colunista E. Jean Carroll, datadas da década de 1990.

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A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira, 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 11 aliados no caso envolvendo as joias sauditas, revelado pelo Estadão. Ex-ministros e aliados políticos saíram em defesa do ex-presidente alegando que ele é vítima de perseguição.

O inquérito enquadra o ex-presidente nos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela venda ilegal. Somadas, as penas variam entre 10 a 32 anos de prisão.

Flávio Bolsonaro, Eduardo e Carlos: 'Perseguição'

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse no X (antigo Twitter) que o indiciamento do ex-presidente é uma "perseguição declarada e descarada" a Jair Bolsonaro. O senador alegou que os presentes concedidos ao ex-presidente foram devolvidos ao patrimônio da União, não havendo "dano ao erário".

Sugeriu parcialidade na atuação dos investigadores, afirmando que um grupo na PF foi "escalado a dedo" para as diligências. O texto de Flávio foi replicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL).

Sóstenes Cavalcante: 'Solidariedade total'

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) replicou em seu perfil do X o texto publicado por Flávio Bolsonaro. Além disso, afirmou que o indiciamento da PF é "pura perseguição" e reforçou sua "solidariedade total e irrestrita" ao ex-presidente.

"Fazem de tudo, mas todo o Brasil sabe que Jair Bolsonaro não é corrupto", sugeriu Cavalcante.

Ciro Nogueira: 'Homem de bem'

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente é "um homem de bem" de caráter e honestidade insuperáveis entre brasileiros. "Igual a Bolsonaro até pode ter, mas mais ('de bem' e honesto)… É impossível", afirmou Nogueira no X.

Rogério Marinho: 'Precedente' a Lula

O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro e líder da Oposição no Senado, disse que o indiciamento desta quinta é um "precedente" preocupante ao presidente Luiz Inácio da Lula (PT), pois o petista também esteve envolto a um imbróglio jurídico sobre presentes conferidos a ele entre 2003 e 2010.

Como mostrou o projeto Comprova, em parceria com o Estadão Verifica, a insinuação de Marinho é enganosa. Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez auditoria no acervo de presentes recebidos em Lula e pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Após o pente-fino, a Corte de contas determinou a localização e incorporação ao patrimônio da União de 568 peças dadas a Lula e de 144 itens conferidos a Dilma. Até então, não havia clareza na legislação sobre a destinação desses bens.

Segundo o TCU, esta determinação foi cumprida pelos petistas. Apenas oito itens do acervo de Lula não foram localizados. De acordo com registros do Sistema de Informação do Acervo Privado Presidencial (Infoap), os presentes em posse de Lula foram estimados em R$ 11.748,40. Este montante, segundo o TCU, foi restituído à União em 10 parcelas de R$ 1.174,84.

Sérgio Moro: 'Diferença de tratamento'

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, relativizou a "diferença de tratamento" entre o ex-presidente e Lula. O ex-juiz aludiu ao caso dos contêineres e relembrou que, nesta ocasião, Lula não foi indiciado por peculato, "dada a ambiguidade da lei" vigente.

"Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares, afirmou Moro.

Gustavo Gayer: 'PF virou Gestapo'

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) comparou a PF à Gestapo, a polícia secreta do regime nazista. Segundo o deputado federal, a PF brasileira, a mando do ministro do STF Alexandre de Moraes, trabalha para perseguir opositores políticos. "Estão desesperados para desgastar o líder político que leva milhões pras ruas", disse Gayer.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as acusações de que está "cansado", na esteira de apontamentos etaristas que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vem recebendo. O chefe do Executivo, então, convidou aqueles que o acusam de estar cansado para acompanhar suas agendas.

"Estou vendo vários artigos de colunistas dizendo que estou cansado por causa do Biden, nos Estados Unidos", comentou o presidente. "Então, todos que acham que eu estou cansado, eu convido a fazer uma agenda comigo durante o meu mandato", afirmou.

"Se ele aguentar acordar às 5h e dormir meia-noite todo dia, aí pode dizer que estou cansado", rebateu. "Quero ver quem fala que estou cansado, que está sentado com a bunda na cadeira escrevendo, se tem coragem de levantar e ir para a rua andar."

As declarações ocorreram nesta sexta-feira, 5, durante cerimônia de inauguração do Edifício Acadêmico e Administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN - Unifesp) em Osasco, São Paulo. Na fala, Lula citou as diversas visitas a Estados que fez nas últimas semanas, de olho nas eleições municipais.

O presidente, então, disse que a primeira-dama, Rosângela da Silva, é "testemunha ocular" de sua condição física. "Quando eu falo que tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, estou falando com conhecimento de causa."

O Exército brasileiro vai incorporar uma tecnologia capaz de equipar os drones Nauru 1000C - adquiridos pelas Forças Armadas com a empresa brasileira XMobots - com mísseis. Será o primeiro drone das Forças Armadas com poder ofensivo. Os primeiros testes armados do Nauru devem ocorrer em 2025.

O Exército planeja adquirir os sistemas equipados com mísseis até 2027, no atual ciclo de planejamento estratégico da Força. Atualmente, os drones Nauru já contam com um sistema de câmeras, podem alcançar uma velocidade de 110 quilômetros por hora e têm autonomia de dez horas. Eles são utilizados para reconhecimento aéreo de esconderijos, vigilância de alvos e missões de inteligência. Com a nova tecnologia, os sistemas ganham em poder ofensivo.

O Nauru 1000C - que será equipado com míssil - tem quase oito metros de envergadura e três de comprimento. O drone conta com oito motores com baterias independentes, permitindo a realização de decolagens e pousos verticais automáticos e possibilitando a decolagem e aterrissagem em ambientes críticos.

De acordo com o Exército, a versão armada do Nauru encontra-se em "fase final de avaliação".

"As capacidades relacionadas aos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), mais conhecidos como drones, fazem parte do escopo de três Programas Estratégicos do Exército Brasileiro: Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras(SISFRON), Aviação do Exército (AvEx) e Astros. Há a previsão de obtenção, ainda no atual ciclo do Planejamento Estratégico do Exército (2024-2027), de sistemas equipados com mísseis, tendo como base a plataforma NAURU 1000(XMOBOTS), cuja versão ISR encontra-se em fase final de avaliação", confirma o Exército.

O primeiro drone Nauru foi recebido pelo Exército em dezembro de 2022 no 2º Batalhão de Aviação do Exército (BAvEx), em Taubaté (SP). À época, o general de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, então Comandante Militar do Sudeste, disse que os drones seriam utilizados "em operações de fronteira, operações em ambientes urbanos e nas operações convencionais".

"Está colocando o Exercito Brasileiro em outro patamar em termos de tecnologia, inteligência e aquisição de alvos. Esta tecnologia vai nos ajudar muito nas operações na faixa de fronteira, operações em ambientes urbanos e nas operações convencionais mesmo", disse o general Tomás.

Como mostrou o Estadão, a compra dos drones e prosseguimento dos projetos estratégicos já existentes para a modernização do Exército - como o sistema de foguetes Astros - vão pouco a pouco recuperando a atenção dos militares para o dia a dia das coisas da caserna, afastando a tropa das questões vinculadas à política partidária.

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