Argentino apontado como maior traficante de armas na América Latina é preso

Internacional
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Apontado pela Polícia Federal do Brasil como o maior traficante de armas da América Latina, Diego Hernán Dirísio foi preso na sexta-feira, 2, em Córdoba, na Argentina. Ele é investigado por suspeita de fornecimento de armamento a facções brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho.

A PF brasileira foi consultada pelas autoridades do país vizinho e confirmou ser um procurado de "alta sensibilidade". "Todo o trabalho investigativo e a prisão do foragido foram realizados pela polícia argentina", destacou em nota.

Segundo informações da Polícia Federal da Argentina, Dirísio tinha um pedido de captura internacional em "alerta vermelho" desde 5 de dezembro, por tráfico internacional de armas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A prisão foi feita por agentes federais da Divisão de Investigações Federal de Fugitivos e Extradições, cuja investigação teve colaboração com a Interpol.

A notificação de alerta para captura foi aberta pela PF brasileira em dezembro, como parte da Operação Dakovo - que investiga o esquema multimilionário de tráfico internacional de armas para a América Latina, como mostrou o Estadão. Os agentes argentinos também prenderam a esposa de Dirísio, a ex-modelo paraguaia Julieta Nardi.

"Por meio de extensos trabalhos de inteligência, fruto do fluído intercâmbio de informação com a Interpol brasileira e em colaboração com agentes da Unidade Operativa Federal (DUOF) de Córdoba, os agentes da Interpol Buenos Aires conseguiram identificar os traficantes na cidade de Córdoba", explica comunicado da Polícia Federal argentina. "As equipes foram direcionadas ao local e, após vigilância, conseguiram efetivar a detenção", conclui.

Dirísio é apontado como o dono da empresa investigada como suspeita de traficar cerca de 43 mil armas (entre pistolas e fuzis, além de munições) fabricadas na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Em três anos, teria movimentado cerca de R$ 1,2 bilhão.

A importadora de armas seria baseada em Assunção, no Paraguai, e responsável pela coordenação das operações de compra e venda, segundo a investigação. O inquérito indica que Dirísio sabia que os armamentos seriam destinados ao crime organizado.

Os investigadores identificaram que a companhia usava um sistema de lavagem de dinheiro centralizado em Miami: o dinheiro era supostamente transferido para empresas de fachada nos Estados Unidos. Depois, uma outra companhia fictícia fazia os repasses para os fabricantes na Europa.

A PF brasileira identificou que a empresa no centro do suposto esquema de tráfico importa armas há mais de uma década. Inicialmente, os fornecedores eram baseados nos Estados Unidos, mas teriam suspendido as vendas após identificar que a empresa desviava os produtos para o crime organizado.

Em razão do bloqueio, o argentino teria recorrido a fornecedores na Europa, a começar pela Croácia. Os investigadores apontam que, após a quadrilha entrar na mira da PF, os novos fornecedores também suspenderam as vendas. A medida teria feito a organização buscar armamentos em outros mercados europeus.

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Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

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A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.