Blinken negocia no Egito acordo para libertar reféns do Hamas

Internacional
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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu com líderes no Egito e deve viajar ao Catar nesta terça-feira, 6, para conversar com as autoridades do país no segundo dia de uma viagem ao Oriente Médio que visa contribuir para a costura de um acordo de pausa nos combates em Gaza e na libertação de reféns israelenses no enclave palestino. Além disso, Blinken busca assegurar os aliados americanos na região que Washington não quer que a troca de ataques entre forças americanas e milícias apoiadas pelo Irã se transforme em uma guerra regional.

Blinken desembarcou no Cairo em sua quinta viagem a região desde os ataques do dia 7 de outubro em Israel para se encontrar com o presidente Abdel Fattah El-Sisi do Egito antes de viajar para Doha na terça-feira para uma reunião com o xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, o emir do Catar, e o xeque Mohammed Al-Thani, o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do país.

Blinken começou a viagem reunindo-se na Arábia Saudita na segunda-feira, 5, com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, discutindo como alcançar "um fim duradouro para a crise em Gaza", bem como a necessidade de reduzir as tensões em toda a região, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. Ele também deverá realizar reuniões com líderes de Israel e da Cisjordânia durante a viagem. Todos são atores-chave nas negociações sobre uma potencial pausa nos combates em Gaza.

Acordo

Mediadores egípcios e do Catar apresentaram ao grupo terrorista Hamas uma proposta, apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, que interromperia os combates entre Israel e o Hamas pela primeira vez desde uma trégua de uma semana em novembro, quando mais de 100 reféns israelenses foram libertados, assim como centenas de prisioneiros palestinos que estavam em Israel.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os seus aliados árabes ainda aguardam uma resposta do Hamas sobre o acordo, que envolveria a troca de mais de 100 reféns adicionais detidos em Gaza para uma pausa nos combates e a libertação dos palestinos detidos nas prisões israelenses.

Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato ao The New York Times para detalhar os esforços diplomáticos, disse que Blinken diria aos aliados americanos na região que os recentes ataques do governo Biden contra milícias apoiadas pelo Irã não deveriam ser interpretados como uma escalada dos combates no Oriente Médio.

Miller disse que Blinken e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita discutiram a "necessidade urgente de reduzir as tensões regionais", citando os ataques do grupo houthi do Iêmen que estão minando a liberdade de navegação.

Quando visitar Israel nesta viagem, espera-se que Blinken transmita as preocupações americanas sobre o número de mortos de civis em Gaza, segundo autoridades americanas. Segundo números do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, mais de 27 mil pessoas morreram no enclave palestino desde o inicio da guerra, que começou no dia 7 de outubro após um ataque terrorista do Hamas que matou mais de 1.200 pessoas em Israel e é considerado o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto.

Blinken também discutirá o que os diplomatas chamam de planos do "dia seguinte" para governar Gaza após o fim dos combates, incluindo um possível papel para a Autoridade Palestina, que administra partes da Cisjordânia.

Combates em Gaza

Nesta fase da guerra em Gaza, as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão focando as operações no sul da Faixa de Gaza, em regiões próximas a cidade de Rafah, cidade no enclave palestino que faz fronteira com o Egito e que abrigou milhares de palestinos deslocados. Grupos de ajuda humanitária temem que o número de mortes possa aumentar consideravelmente se as forças israelenses começarem a operar mais intensamente na cidade.

As autoridades de ajuda humanitária alertam que a perda de vidas pode ser "enorme", uma vez que a cidade já aumentou para cinco vezes a sua capacidade anterior à guerra, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Na noite de segunda-feira, 5, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, reiterou que o país transferiria as suas operações militares para Rafah.

"Todo terrorista escondido lá deveria saber que se renderá ou morrerá", disse Gallant, chamando a cidade de "o último reduto do Hamas". (Com agências internacionais).

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou da ausência de espaço para mulheres falarem durante inauguração do Hospital Universitário do Ceará. Após chamar a atenção do cerimonial, Lula interrompeu seu discurso e passou o microfone para a secretária de Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho.

"Como o cara que fez o roteiro dessa festa aqui não colocou no papel, ele esqueceu de uma coisa fundamental. Esqueceu de que é preciso colocar uma mulher para falar, e não apenas homens", afirmou o presidente durante o evento nesta quarta-feira, 19.

A fala em defesa de espaço às mulheres ocorre uma semana após Lula ter dito que colocou uma "mulher bonita" na articulação política porque quer ter uma boa relação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A fala aconteceu no último dia 10.

"É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa que quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso, coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter distância de vocês", disse o petista, se referindo à nova ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta quarta-feira, 19, o acordo entre o deputado federal André Janones (Avante-MG) e a Procuradoria- Geral da República (PGR) para encerrar a investigação que apurou um esquema de "rachadinha" no gabinete do parlamentar. O deputado se comprometeu a pagar R$ 131 mil de indenização à Câmara dos Deputados e R$ 26,3 mil de multa.

Janones foi acusado em novembro de 2023 de ser o operador do crime. Ele foi gravado pedindo que funcionários arcassem com suas despesas pessoais. Na época, o deputado negou que tivesse cometido crime e afirmou que se tratavam de denúncias vazias.

No acordo com a PGR, o deputado reconheceu que, no início de 2019, "devido ao fato de estar com o nome negativado no SPC e Serasa", recorreu a um de seus assessores parlamentares - Mário Celestino da Silva Junior - e pediu um cartão de crédito para custear despesas pessoais.

A Polícia Federal (PF) apresentou o relatório final do inquérito em setembro de 2024 e indiciou o deputado pelos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato. Com a assinatura do acordo, a PGR deixou de apresentar denúncia, e o deputado não responderá a um processo no STF.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 19, que cogita deixar o mandato de maneira definitiva, após o período de licença que pretende tirar da Câmara. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou o afastamento temporário do cargo, mas ainda não enviou o pedido à Mesa Diretora da Casa.

"Sim, positivo. Cogito. Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele. Fora isso, não tenho a possibilidade de voltar ao Brasil", afirmou o deputado em entrevista à CNN Brasil, ao ser questionado se poderia deixar o mandato definitivamente.

Mais cedo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, havia dado uma previsão de quatro meses para o retorno do parlamentar ao Brasil. Segundo o dirigente partidário, Eduardo será o candidato da sigla ao Senado nas próximas eleições pelo Estado de São Paulo.

"Vai ser nosso senador por São Paulo. A previsão é voltar daqui a quatro meses", disse Valdemar em entrevista à CNN.

Eduardo Bolsonaro afirmou nas redes sociais que é alvo de perseguição, e criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF). O deputado era cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

De acordo com o Regimento Interno da Câmara, parlamentares podem se licenciar, por tratamento de saúde, missões diplomáticas ou interesse particular. Quando o afastamento ocorre por interesse particular, como no caso de Eduardo, a licença é concedida sem remuneração. A legislação prevê que um deputado pode se afastar sem recebimento de salário por até 120 dias.

Apesar do anúncio, o deputado ainda não fez o pedido formal à Mesa Diretora. "Essas burocracias estão sendo feitas agora. Estou em contato com a minha assessoria, muita coisa para ver aqui ainda com relação a aluguel de casa, documentação, visto e, então, está meio que uma confusão aqui na minha vida. Neste momento, oficialmente, acredito que ainda não tenha sido impetrado o pedido de licença", disse Eduardo. A informação foi confirmada ao Estadão pela assessoria da Câmara.

O parlamentar afirmou ainda durante a entrevista que abriu mão de um "salário sensacional" e que sua situação financeira no país norte-americano não é "confortável". Eduardo recebe um salário de R$ 46.366,19.

Deputados do PSOL pediram à Mesa Diretora da Câmara que a licença de Eduardo seja negada e que a Casa declare abandono de mandato. Os parlamentares afirmam que o filho do ex-presidente "abusa das prerrogativas constitucionais" e que seu afastamento tem como objetivo "fugir da jurisdição brasileira e desempenhar atividades políticas no exterior, configurando, portanto, abandono de mandato". Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.