Israel ameaça invadir Rafah por terra até o Ramadã se reféns não forem libertados pelo Hamas

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Israel ameaçou invadir a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, até o início do Ramadã se o grupo terrorista Hamas não libertar os reféns restantes de 7 de outubro de 2023. Segundo o ministro sem pasta Benny Gantz, se o Hamas libertar os judeus, os civis de Gaza "poderão celebrar" a data sagrada do calendário muçulmano.

O Ramadã começa no dia 10 de março, no nono mês do calendário islâmico. "O mundo deve saber, e os líderes do Hamas devem saber: se até o Ramadã os nossos reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todas as partes, incluindo a área de Rafah", disse Gantz durante uma conferência de líderes judeus americanos em Jerusalém.

Há mais de uma semana, Israel tem intensificado ataques aéreos em Rafah, onde cerca de 1,5 milhões de palestinos, a maioria muçulmanos, estão abrigados após terem suas residências destruídas no norte e no centro de Gaza. O Exército israelense afirma que a cidade é o último refúgio dos militantes do Hamas.

Esta é a primeira vez que o governo israelense estabelece um prazo para atacar Rafah por terra. A região é a última cidade da Faixa de Gaza que não foi invadida por tropas terrestres desde o início do conflito.

No Cairo, capital do Egito, autoridades negociam um cessar-fogo nos combates e tentam evitar a nova operação terrestre de Israel. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, no entanto, não tem mostrado disposição para interromper o plano de invadir Rafah. Apesar da pressão internacional, ele insiste que a vitória só "estará completa" com uma "ação poderosa" em Rafah.

Tanto Netanyahu quanto Benny Gantz afirmam que os civis serão retirados da área, mas não explicam como. Organizações humanitárias alertam para o fato deles não terem para onde ir, já que o restante da Faixa de Gaza está destruído.

Antes do ataque de 7 de outubro, havia 280 mil habitantes em Rafah. Esse número cresceu para 1,4 milhão, segundo a Unicef, incluindo 600 mil crianças. Muitos foram forçados a fugir várias vezes desde o início dos ataques israelenses em Gaza.

As condições são consideradas terríveis por organizações humanitárias. Rafah é "um gigantesco campo de refugiados", mas sequer há tendas para todo mundo se abrigar, afirmou Tamara Alrifai, da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, à imprensa britânica. O local tem surto de doenças como hepatite A, gastroenterite e diarreia e os suprimentos médicos são escassos.

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Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

Débora foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de outros réus, incluindo tentativa de golpe e dano ao patrimônio público.

A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.