Em Gaza, pequena oficina costura fraldas, gerando empregos e ajudando pais em tempos de guerra

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
As tesouras se movem rapidamente, cortando pedaços de tecido branco para serem costurados com placas de algodão e levados ao mercado em caixas de papelão surradas.

Até o final do dia, as costureiras palestinas terão costurado 500 fraldas, que serão distribuídas aos pais cansados da guerra em Gaza por cerca de 4 dólares (20 reais) cada pacote com oito, metade do que custam as fraldas descartáveis de produção industrial no enclave sitiado.

Maysaa Qatati, gerente da oficina de costura, sabe que a produção dificilmente atenderá à enorme demanda, mas o pequeno negócio está prosperando e gerando empregos.

"As pessoas procuravam fraldas de marca e não conseguiam encontrar", diz ela, na movimentada oficina em Rafah, a cidade no extremo sul de Gaza. "Elas faziam filas nos vendedores e compravam por um preço muito alto."

A guerra entre Israel e o Hamas, que governa Gaza, desencadeou uma catástrofe humanitária, ocasionando escassez dos itens de primeira necessidade e fazendo os preços dos produtos básicos dispararem. A situação atingiu particularmente os pais de crianças pequenas: os atuais preços de mercado de fraldas em Gaza estão mais de 10 vezes acima do que eram antes da guerra.

Cerca de 1,5 milhão de palestinos desalojados estão amontoados em prédios e acampamentos nesta cidade na fronteira com o Egito, enquanto os aviões de guerra israelenses sobrevoam. A ofensiva de Israel na região já matou mais de 28.600 palestinos, e desencadeou uma catástrofe humanitária de escala inimaginável. As forças militares de Israel dizem que o Hamas é responsável pelas mortes de civis e pelo sofrimento, e que o próximo alvo é Rafah.

A intermitência das entregas de ajuda humanitária, dificultadas pelas restrições israelenses e pelos combates incessantes, agrava uma situação já terrível. Em barracas improvisadas na rua, crianças mais velhas trabalham como vendedores ambulantes, e vendem as fraldas individuais por 3 a 5 shekels (4 a 6 reais), ou pacotes inteiros de 50 por até 200 shekels (270 reais).

Em alguns casos, os pais contam ter recorrido às fraldas de pano, que enchem rapidamente. Mas é difícil limpá-las quando a água é tão escassa. As fraldas descartáveis fabricadas na oficina de costura de Qatati são uma opção melhor, devido ao revestimento de algodão.

"As pessoas não conseguem sustentar seus filhos", diz Imad Abu Arara, que vende as fraldas da oficina no mercado. "Esta fábrica é uma alternativa para o problema, e é muito mais barata."

A guerra começou em 7 de outubro, em resposta a um ataque letal do Hamas no sul de Israel, quando os militantes mataram 1.200 pessoas e levaram 250 reféns de volta para Gaza.

Em outra categoria

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro convocou neste domingo, 20, um jejum e orações em prol da recuperação o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Michelle pede que os apoiadores do ex-presidente comecem o jejum nesta segunda-feira, 21, estendendo o sacrifício até o próximo dia 28. "Convoquem seus líderes, familiares e amigos", disse a ex-primeira-dama.

Serão 7 dias de clamor", afirmou ela, em sua conta no Instagram, que inclui uma mensagem religiosa na mensagem.

Novo boletim medico divulgado aponta que o ex-presidente segue sem alimentação oral, mas com pressão arterial sob controle e boa evolução clínica. Não há previsão de alta da UTI do hospital DFStar.

Bolsonaro tem intensificado fisioterapia motora e as medidas de reabilitação.

No domingo passado, dia 13, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências do intestino e reconstruir a parede abdominal.

Foi a sétima desde o episódio em o ex-presidente, na época candidato ao Planalto, foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em 6 de setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), participa na segunda-feira, 21, Dia de Tiradentes, de eventos em Minas Gerais ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

O dia de Motta vai começar às 9 horas, em Ouro Preto. O presidente da Câmara vai participar da cerimônia da Medalha da Inconfidência 2025, a convite de Zema.

O governador de Minas tenta pavimentar um caminho para a eleição presidencial de 2026 e é a favor da anistia para os condenados do 8 de Janeiro - tema que Motta deve enfrentar nas próximas semanas.

Ainda pela manhã da segunda-feira, Motta vai partir para São João del-Rei, para integrar as homenagens pelo 40º aniversário do falecimento do presidente Tancredo Neves. O deputado foi convidado pelo colega Aécio Neves.

A segunda agenda de Motta contará com três eventos: às 11h45, ele participa da visita ao túmulo do ex-presidente; às 12h30, da reabertura do Memorial Tancredo Neves, e às 13h15 de um almoço no Solar do Presidente.

Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

Débora foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de outros réus, incluindo tentativa de golpe e dano ao patrimônio público.

A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.