Vitórias da Ucrânia sobre a frota russa no Mar Negro fortalecem exportações de grãos

Internacional
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Um surpreendente sucesso militar ucraniano sobre a frota russa do Mar Negro tem permitido que a Ucrânia aumente suas exportações de grãos para níveis próximos aos anteriores à guerra. Os embarques mais do que dobraram em dezembro em relação a setembro, para mais de 5 milhões de toneladas. Se continuar, o avanço deve adicionar US$ 3,3 bilhões à economia ucraniana, com crescimento econômico de 1,2 ponto porcentual, segundo Yulia Svyrydenko, ministra da Economia da Ucrânia.

A Ucrânia era um dos cinco principais exportadores globais de grãos, enviando ao exterior cerca de dois terços de sua produção, até a invasão russa, em fevereiro de 2022.

A Turquia e as Nações Unidas intermediaram um acordo a partir de julho de 2022 para permitir o trânsito de navios de grãos, mas eles sofreram com atrasos de cinco ou seis semanas, em média, devido a inspeções de autoridades russas e de outros países. Em julho de 2023, a Rússia se recusou a estender o acordo.

A partir de agosto, a Ucrânia realizou uma série de ataques a navios de guerra e instalações navais da Rússia. Embora os ucranianos não tenham navios de guerra próprios, o país usou drones navais e mísseis de cruzeiro para afundar navios em alto mar e nos principais portos de Sevastopol e Novorossiysk.

Nos últimos quatro meses de 2023, a Ucrânia destruiu um quinto da frota da Rússia no Mar Negro, segundo o Ministério da Defesa britânico.

A Ucrânia também utilizou drones para atacar um petroleiro russo que tinha reabastecido as forças russas na Síria, servindo como alerta de uma ameaça mais ampla.

O efeito foi afastar a Marinha russa de grande parte do Mar Negro e abrir espaço para navios comerciais retomarem as exportações de cereais a partir de Odessa. Os navios contornam a costa para permanecer nas águas da Romênia, Bulgária e Turquia, que são todos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), reduzindo ainda mais a ameaça de interferência da Rússia.

Um ingrediente-chave para o transporte é o seguro. O governo ucraniano trabalhou com seguradoras internacionais, incluindo a Lloyd's de Londres e a Marsh McLennan, para ajudar os navios de grãos que navegam de e para a Ucrânia a encontrar cobertura acessível. Em 1º de março, esse programa foi expandido para toda a carga não militar, como aço e minério de ferro.

Contudo, as exportações abundantes foram impulsionadas por um excedente de produtos que foram acumulados enquanto as exportações recuavam, disse Volodymyr Slavinskiy, diretor de comércio da Nibulon, um dos maiores exportadores de grãos da Ucrânia. Agora, o custo de logística e produção é mais alto do que antes, reduzindo o lucro e o investimento, disse.

Para o ano agrícola que termina em junho, os agricultores da Ucrânia devem plantar grãos em uma área quase um terço menor do que antes da guerra, segundo previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Fonte: Dow Jones Newswires.

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A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira, 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 11 aliados no caso envolvendo as joias sauditas, revelado pelo Estadão. Ex-ministros e aliados políticos saíram em defesa do ex-presidente alegando que ele é vítima de perseguição.

O inquérito enquadra o ex-presidente nos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela venda ilegal. Somadas, as penas variam entre 10 a 32 anos de prisão.

Flávio Bolsonaro, Eduardo e Carlos: 'Perseguição'

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Sugeriu parcialidade na atuação dos investigadores, afirmando que um grupo na PF foi "escalado a dedo" para as diligências. O texto de Flávio foi replicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL).

Sóstenes Cavalcante: 'Solidariedade total'

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"Fazem de tudo, mas todo o Brasil sabe que Jair Bolsonaro não é corrupto", sugeriu Cavalcante.

Ciro Nogueira: 'Homem de bem'

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente é "um homem de bem" de caráter e honestidade insuperáveis entre brasileiros. "Igual a Bolsonaro até pode ter, mas mais ('de bem' e honesto)… É impossível", afirmou Nogueira no X.

Rogério Marinho: 'Precedente' a Lula

O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro e líder da Oposição no Senado, disse que o indiciamento desta quinta é um "precedente" preocupante ao presidente Luiz Inácio da Lula (PT), pois o petista também esteve envolto a um imbróglio jurídico sobre presentes conferidos a ele entre 2003 e 2010.

Como mostrou o projeto Comprova, em parceria com o Estadão Verifica, a insinuação de Marinho é enganosa. Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez auditoria no acervo de presentes recebidos em Lula e pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Após o pente-fino, a Corte de contas determinou a localização e incorporação ao patrimônio da União de 568 peças dadas a Lula e de 144 itens conferidos a Dilma. Até então, não havia clareza na legislação sobre a destinação desses bens.

Segundo o TCU, esta determinação foi cumprida pelos petistas. Apenas oito itens do acervo de Lula não foram localizados. De acordo com registros do Sistema de Informação do Acervo Privado Presidencial (Infoap), os presentes em posse de Lula foram estimados em R$ 11.748,40. Este montante, segundo o TCU, foi restituído à União em 10 parcelas de R$ 1.174,84.

Sérgio Moro: 'Diferença de tratamento'

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, relativizou a "diferença de tratamento" entre o ex-presidente e Lula. O ex-juiz aludiu ao caso dos contêineres e relembrou que, nesta ocasião, Lula não foi indiciado por peculato, "dada a ambiguidade da lei" vigente.

"Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares, afirmou Moro.

Gustavo Gayer: 'PF virou Gestapo'

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) comparou a PF à Gestapo, a polícia secreta do regime nazista. Segundo o deputado federal, a PF brasileira, a mando do ministro do STF Alexandre de Moraes, trabalha para perseguir opositores políticos. "Estão desesperados para desgastar o líder político que leva milhões pras ruas", disse Gayer.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as acusações de que está "cansado", na esteira de apontamentos etaristas que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vem recebendo. O chefe do Executivo, então, convidou aqueles que o acusam de estar cansado para acompanhar suas agendas.

"Estou vendo vários artigos de colunistas dizendo que estou cansado por causa do Biden, nos Estados Unidos", comentou o presidente. "Então, todos que acham que eu estou cansado, eu convido a fazer uma agenda comigo durante o meu mandato", afirmou.

"Se ele aguentar acordar às 5h e dormir meia-noite todo dia, aí pode dizer que estou cansado", rebateu. "Quero ver quem fala que estou cansado, que está sentado com a bunda na cadeira escrevendo, se tem coragem de levantar e ir para a rua andar."

As declarações ocorreram nesta sexta-feira, 5, durante cerimônia de inauguração do Edifício Acadêmico e Administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN - Unifesp) em Osasco, São Paulo. Na fala, Lula citou as diversas visitas a Estados que fez nas últimas semanas, de olho nas eleições municipais.

O presidente, então, disse que a primeira-dama, Rosângela da Silva, é "testemunha ocular" de sua condição física. "Quando eu falo que tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, estou falando com conhecimento de causa."

O Exército brasileiro vai incorporar uma tecnologia capaz de equipar os drones Nauru 1000C - adquiridos pelas Forças Armadas com a empresa brasileira XMobots - com mísseis. Será o primeiro drone das Forças Armadas com poder ofensivo. Os primeiros testes armados do Nauru devem ocorrer em 2025.

O Exército planeja adquirir os sistemas equipados com mísseis até 2027, no atual ciclo de planejamento estratégico da Força. Atualmente, os drones Nauru já contam com um sistema de câmeras, podem alcançar uma velocidade de 110 quilômetros por hora e têm autonomia de dez horas. Eles são utilizados para reconhecimento aéreo de esconderijos, vigilância de alvos e missões de inteligência. Com a nova tecnologia, os sistemas ganham em poder ofensivo.

O Nauru 1000C - que será equipado com míssil - tem quase oito metros de envergadura e três de comprimento. O drone conta com oito motores com baterias independentes, permitindo a realização de decolagens e pousos verticais automáticos e possibilitando a decolagem e aterrissagem em ambientes críticos.

De acordo com o Exército, a versão armada do Nauru encontra-se em "fase final de avaliação".

"As capacidades relacionadas aos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), mais conhecidos como drones, fazem parte do escopo de três Programas Estratégicos do Exército Brasileiro: Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras(SISFRON), Aviação do Exército (AvEx) e Astros. Há a previsão de obtenção, ainda no atual ciclo do Planejamento Estratégico do Exército (2024-2027), de sistemas equipados com mísseis, tendo como base a plataforma NAURU 1000(XMOBOTS), cuja versão ISR encontra-se em fase final de avaliação", confirma o Exército.

O primeiro drone Nauru foi recebido pelo Exército em dezembro de 2022 no 2º Batalhão de Aviação do Exército (BAvEx), em Taubaté (SP). À época, o general de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, então Comandante Militar do Sudeste, disse que os drones seriam utilizados "em operações de fronteira, operações em ambientes urbanos e nas operações convencionais".

"Está colocando o Exercito Brasileiro em outro patamar em termos de tecnologia, inteligência e aquisição de alvos. Esta tecnologia vai nos ajudar muito nas operações na faixa de fronteira, operações em ambientes urbanos e nas operações convencionais mesmo", disse o general Tomás.

Como mostrou o Estadão, a compra dos drones e prosseguimento dos projetos estratégicos já existentes para a modernização do Exército - como o sistema de foguetes Astros - vão pouco a pouco recuperando a atenção dos militares para o dia a dia das coisas da caserna, afastando a tropa das questões vinculadas à política partidária.

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