O almoço que juntou Jacquin, francês do Vasco e Macron em Brasília após memes com Lula

Internacional
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O chefe de cozinha e celebridade televisiva Érick Jacquin circulava pelo saguão do Palácio do Itamaraty na tarde desta quinta-feira, 28. Também estava lá o humorista Paul Cabannes. "Acabei de bater um papo na maior normalidade com o camisa 10 do Vasco", disse ele em suas redes sociais. O jogador em questão é Dimitri Payet. Os três são franceses e estavam no Itamaraty para um almoço que homenageou um conterrâneo: o presidente da França, Emmanuel Macron, que fez uma visita de Estado ao Brasil. O evento na sede do Ministério das Relações Exteriores é parte do ritual diplomático.

Macron visitou quatro Estados brasileiros. Na terça-feira, 26, ele foi com o presidente do País, Luiz Inácio Lula da Silva, a Belém (PA). Trocaram tantos elogios e demonstraram tamanho entrosamento que algumas fotos do evento viraram meme. Internautas diziam que os presidentes haviam feito um álbum pré-nupcial.

Em uma das imagens produzidas na viagem, Macron olha fixamente para Lula, que está com o rosto virado para outro lado. Essa foto foi mostrada em um telão no Palácio do Planalto nesta quinta quando Macron chegou para o rito oficial da visita de Estado. Na noite desta quinta, o líder francês fez referência direta às piadas na internet.

Em uma postagem no X, escreveu: "Algumas pessoas compararam as imagens de minha visita ao Brasil com as de um casamento, e eu digo a elas: foi um casamento! A França ama o Brasil e o Brasil ama a França!"

Atraso e chuva na rampa

Para o almoço, o francês subiu a rampa do Planalto com cerca de uma hora de atraso. A falta de pontualidade foi se acumulando ao longo dos compromissos. O almoço no Itamaraty estava previsto para às 14h, mas começou só por volta das 16h.

Lula chegou antes à sede da chancelaria para cumprir o ritual de receber o líder visitante. Macron andou sobre o tapete vermelho estendido em uma espécie de ponte sobre o espelho d'água que enfeita a fachada do Itamaraty. Um temporal começou a cair momentos depois de o francês entrar no prédio.

No Congresso, para onde Macron iria depois do compromisso na sede do Ministério de Relações Exteriores, a equipe ensaiou desmontar a estrutura externa montada para receber o líder estrangeiro, mas desistiu porque a chuva passou rápido. Funcionários da limpeza do Itamaraty correram para secar com rodos o tapete vermelho antes do almoço terminar. Pelo ritual diplomático, Lula conduziria Macron até a porta para ele andar sobre o tapete novamente e entrar no carro rumo à sede do Legislativo.

Aproximadamente às 17h30 os convidados do almoço começaram a descer a escadaria do prédio, famosa em cerimônias do poder em Brasília. Ministros como José Múcio Monteiro (Defesa), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio e vice-presidente da República) apareceram. Mauro Vieira, das Relações Exteriores, conversava com Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais.

Os presidentes brasileiro e francês desceram a escadaria sorridentes. "Fala um merci beaucoup ali", disse Lula a Macron apontando para jornalistas. "Merci, merci", exclamou o francês acenando antes de deixar o Itamaraty rumo ao Congresso.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.