Israel fala em 'responder a ataque iraniano'; Irã adverte para retaliação 'maciça'

Internacional
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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse a diplomatas britânicos e alemães nesta quarta-feira, 17, que vai responder ao ataque iraniano contra o território israelense. Ante o recado, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, advertiu durante um evento em Teerã que a "menor invasão" de Israel teria uma retaliação "maciça".

A troca de ameaças mantém os riscos de um conflito maior entre Irã e Israel em alta, enquanto autoridades e diplomatas agem para evitar a escalada. O Irã atacou Israel no dia 14 com 300 mísseis e drones e justificou a ação como retaliação ao ataque aéreo israelense contra a embaixada iraniana na Síria, no dia 1.º.

Nesta quarta-feira, no entanto, o chanceler do Reino Unido, David Cameron, reconheceu que vai haver uma resposta de Israel, apesar de não estar claro como e quando deve acontecer. "É claro que os israelenses vão tomar a decisão de agir", disse à emissora BBC. "Esperamos que eles façam isso de uma forma que contribua o mínimo para agravar a situação."

Cameron foi a Jerusalém com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, para se encontrar com Netanyahu. Na conversa, o premiê afirmou que Israel "faria o necessário para se defender" e garantiu que resistiria à pressão externa sobre como agir.

Os países do G-7, próximos a Israel, discutem sanções econômicas contra o Irã como punição pelo ataque, na tentativa de dissuadir o governo israelense de agir de forma violenta. Entretanto, segundo o gabinete de Netanyahu, ele agradeceu aos aliados israelenses pelo "apoio em palavras e ações", mas ressalvou que tomaria as próprias decisões.

A grande preocupação das nações aliadas é que as respostas alimentem um ciclo de violência no Oriente Médio, que pode desviar o foco da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e se transformar num conflito regional com implicações mundiais. "O objetivo agora é deter o Irã sem maiores escaladas", disse Annalena Baerbock.

Segundo as autoridades, a viagem a Israel também teve o objetivo de pressionar por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde mais de 33 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos.

Desde o ataque do Irã, no entanto, as atenções do governo israelense foram desviadas para o combate com o Irã. O gabinete de guerra se reuniu diversas vezes desde o fim de semana sem nenhuma decisão aparente sobre a resposta que daria ao ataque iraniano.

De acordo com autoridades ouvidas sob anonimato, o gabinete considera desde um ataque direto ao Irã até um ataque cibernético ou assassinatos seletivos, com a finalidade de enviar uma mensagem clara ao Irã sem provocar uma grande escalada.

Os mísseis e drones enviados contra Israel no sábado foram a maioria interceptados pelas defesas aéreas de Israel com o apoio dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia. Os aliados israelenses condenaram o ataque, ao mesmo tempo que apelam a uma resposta que não aumente ainda mais as tensões com o Irã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIIONAIS)

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O ex-presidente da República Michel Temer afirmou que vê a democracia no Brasil como "consolidada" e que a pacificação deve possibilitar avanços para o País no futuro. As declarações ocorreram nesta terça-feira, 13, na Brazil Week, evento organizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, em Nova York, nos Estados Unidos.

"A democracia está consolidada em nosso País", declarou Temer. "A pacificação pode permitir que o Brasil continue a ser o País do futuro", acrescentou.

O ex-presidente também disse confiar na "inserção permanente do Brasil no cenário internacional". Diante de governadores, Temer declarou que cabe especialmente aos Estados brasileiros o "grande impulso" do País.

Ele disse ainda que existe uma diferença entre o que chamou de "Constituição formal" e "Constituição real": enquanto, no primeiro caso, trata-se da carta escrita, o segundo caso "revela que os Estados brasileiros crescem enormemente".

Na ocasião, Temer estava acompanhado do ex-governador de São Paulo João Doria Jr., fundador do Lide. O evento recebeu demais autoridades brasileiras, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 12, que o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a queixa-crime apresentada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), acusado de injúria e difamação. De acordo com o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, as declarações do parlamentar "ultrapassam os limites da liberdade de expressão" e constituem ofensas pessoais desvinculadas do debate político.

Segundo a manifestação da PGR, os comentários não estão protegidos pela imunidade parlamentar. O documento afirma que as declarações de Gustavo Gayer são "estranhas a qualquer disputa de natureza política", ou seja, não fazem parte do exercício legítimo do mandato como deputado.

A ação de Gleisi contra Gayer foi motivada por publicações do deputado no X (Twitter), afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava "oferecendo" a petista para os líderes do Congresso da mesma forma com um cafetão faz com uma garota de programa. O goiano também fez publicações dizendo que pensou em um "trisal" entre Gleisi, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) - namorado da deputada licenciada - e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado.

Gayer fez os comentários sobre Gleisi após Lula ter dito que busca melhorar a relação com a cúpula do Congresso e, por isso, colocou uma "mulher bonita" como ministra da articulação política. A defesa do deputado afirmou que as publicações tinham o objetivo de defender a petista das falas do presidente.

"Hora nenhuma o pronunciamento do deputado foi no sentido de gerar constrangimento ou de alguma maneira ferir a honra da ministra. Pelo contrário, ele (Gayer) saiu em defesa dela após as manifestações do presidente Lula. Ele foi um dos únicos que saiu em defesa dela", afirmou o advogado Victor Hugo dos Santos Pereira, defensor de Gustavo Gayer.

Na época, Gayer alegou que as declarações estavam protegidas por imunidade parlamentar. "Sou parlamentar e exerço a minha função pautado no Art. 53 da Constituição Federal. Ou seja, as minhas falas, bem como as minhas publicações em redes sociais, conforme julgados do STF, estão abarcadas pela imunidade parlamentar material, que protege minhas palavras, opiniões e votos", afirmou. A defesa do deputado disse ainda que acredita que o STF não vai aceitar a queixa-crime.

A defesa de Gleisi Hoffman foi procurada pelo Estadão, mas ainda não houve resposta. A petista iniciou o processo em 20 de abril deste ano.

O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência, Ronaldo Caiado (União), voltou a criticar a PEC da Segurança Pública apresentada pelo governo ao Congresso e disse que a proposta retira autonomia dos Estados. "Temos uma forma de Estado e de distribuição de Estados com pouca autonomia, e cada vez mais tentam retirar a autonomia dos Estados, principalmente nessa PEC que se propõe a fazer uma falsa discussão da segurança pública no país, retirando prerrogativas estaduais", disse o governador no fórum Brazil Week, realizado pelo Lide em Nova York.

O governador também criticou a reforma tributária que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve ser implementada a partir de 2027. Para ele, o País segue um modelo tributário europeu "que não tem nada a ver com o Brasil" e deveria, na verdade, seguir o modelo americano. "No entanto, o modelo que prevaleceu no Congresso foi este modelo muito mais concentrador, sobre um comitê gestor em Brasília, isso restringindo as ações de governadores", criticou.

Caiado ainda disse que não pretende concorrer à reeleição, caso eleito em 2026 para chefiar o Executivo federal, para poder fazer reformas, como a administrativa e uma nova reforma da Previdência. "Se alguém que for candidato e pensar na tese da reeleição não governará o país, estará muito mais prorrogando problemas ao invés de resolvê-los em nosso país", disse o governador.

Ele ainda defendeu um "presidencialismo forte" capaz de executar seu plano de governo. "Não é possível que se tenha um presidencialismo que não tenha hoje controle sobre o seu orçamento", criticou.