Protestos pró-palestinos se espalham em universidades além dos Estados Unidos

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Para além dos Estados Unidos, onde o número de prisões chegou a 2.300, os protestos pró-palestinos se espalham pela França, Reino Unido, Alemanha e Austrália no momento em que Israel enfrenta crescente pressão pela guerra na Faixa de Gaza.

Nesta sexta-feira, 3, a polícia entrou no câmpus da Sciences Po, universidade de elite francesa que teve um prédio ocupado por manifestantes. A Sciences Po disse que os estudantes quebraram o acordo para não interromper aulas e provas e que tomou a difícil decisão de envolver a polícia depois que as tentativas de diálogo falharam. O comunicado dizia ainda que vários prédios foram fechados por segurança e dezenas de estudantes foram removidos sem violência.

"Para nós, este é um movimento de alcance internacional", disse Jack Espinose, 22 anos, estudante da Sciences Po que participou da ocupação do prédio e depois se juntou a um protesto que reuniu centenas de estudantes de outras universidades em frente ao Panteão em Paris. "Estamos observando de perto o que está acontecendo nos Estados Unidos, e gostaríamos de fazer o mesmo na França", disse ele.

Em várias universidades francesas, os estudantes pressionam as instituições a condenar a ofensiva militar no enclave palestino e rever parcerias com universidades ou empresas israelenses.

No Reino Unido, pequenos acampamentos começaram a surgir em universidades nas cidades de Bristol, Newcastle e Warwick. Na University College de Londres, uma coalizão de estudantes e funcionários montou tendas no câmpus na quinta-feira. "Não vamos sair até que a universidade atenda às nossas demandas", disse um porta-voz identificado apenas como Anwar em publicação nas redes sociais.

Nesta sexta, um ato pró-palestinos reuniu dezenas de pessoas em frente à universidade.

A União de Estudantes Judeus, por outro lado, afirma que os acampamentos criam uma atmosfera hostil. "Os estudantes judeus estão irritados, estão cansados e estão machucados pela contínua torrente de ódio antissemita no câmpus desde 7 de outubro", disse em nota. "É hora de as universidades levarem a sério seu dever de cuidado com os estudantes judeus."

O primeiro-ministro Rishi Sunak, por meio do seu porta-voz, disse que os estudantes judeus devem se sentir seguros e que a polícia terá apoio do governo para agir se for necessário.

No Trinity College, em Dublin, na Irlanda, uma organização estudantil foi multada um 214 mil euros (mais de R$1,1 milhão) por protestos contra a guerra que se arrastam desde o ano passado. A administração do câmpus citou como justificativa os prejuízos pelo bloqueio do acesso ao Livro de Kells, manuscrito medieval mantido pela universidade que é atração turística.

"Vamos intensificar", disse Laszlo Molnarfi, o presidente da organização estudantil multada em referência aos protestos. "Os estudantes da Columbia e dos Estados Unidos são uma inspiração absoluta para todos nós aqui."

Na Alemanha, cerca de 90 manifestantes pró-palestinos sentaram-se no câmpus central da Universidade Humboldt, em Berlim e entoaram cânticos acusando Israel de genocídio - o que Tel-Aviv nega. Eles foram removidos pela polícia.

Na Austrália, acampamentos foram montados em universidades nas cidades de Adelaide, Canberra, Melbourne e Sydney. Os protestos se tornaram mais tensos à medida que manifestantes pró-Israel se reuniram nas proximidades.

Referindo-se aos acampamentos, a União Australiana de Estudantes Judeus disse: "Estamos profundamente preocupados que haverá uma escalada na vilificação dos estudantes judeus".

Administradores universitários na Austrália afirmaram apoiar o direito dos estudantes de protestar, ao mesmo tempo em que os alertavam para obedecer às políticas da escola.

Enquanto isso nos Estados Unidos, o Departamento de Polícia de Nova York prendeu mais 50 manifestantes nesta sexta-feira ao conter os protestos na New School, universidade privada de Manhattan, e na New York University.

Em contraste, algumas universidades como Brown, Northwestern e Rutgers chegaram a acordos com os estudantes pró-palestinos, evitando possíveis interrupções nas provas e nas cerimônias de formatura. As negociações se destacam em meio às cenas caóticas e mais de 2.300 prisões em 44 câmpus de todo o país.

Os acordos incluíram compromissos das universidades em pelo menos revisar seus investimentos em Israel ou ouvir pedidos para interromper os negócios. Muitas das demandas dos manifestantes têm se concentrado nos laços com o Exército israelense enquanto a guerra continua em Gaza. (com agências internacionais)

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.