Israel recupera corpo de brasileiro em Gaza, o 4º morto pelo Hamas

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O Exército de Israel informou nesta sexta-feira, 24, que recuperou o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, morto no ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro. Outros dois corpos foram encontrados. Nisenbaum foi a quarta vítima brasileira do Hamas. Não há informação sobre outros brasileiros desaparecidos.

Uma operação conjunta com os serviços de inteligência em Jabaliya, no norte do enclave, permitiu recuperar os corpos durante a noite. Além de Nisenbaum, foram encontrados os restos mortais do franco-mexicano Orión Hernández Radoux e do israelense Hanan Yablonka. Os três foram identificados por autoridades médicas do Instituto Forense Nacional de Israel e pela polícia israelense. As famílias foram notificadas.

O Exército explicou que eles foram mortos no dia do ataque no cruzamento de Mefalsim e seus corpos foram levados para a Faixa de Gaza. O anúncio foi feito menos de uma semana depois que o Exército comunicou ter encontrado os corpos de três outros reféns israelenses mortos em 7 de outubro.

Assassinato

Nisenbaum, morador da cidade israelense de Sderot, perto de Gaza, foi contatado pela última vez no dia do ataque do Hamas. Ele teria sido capturado quando, ao sair de Sderot, se dirigia para o kibutz Re'im, na fronteira com Gaza, onde uma das netas estava na casa do pai, um militar.

A menina, de 4 anos, foi camuflada pelo pai com um casaco e distraída com um brinquedo durante os ataques ao local. Ela sobreviveu. Mefalsim, a cidade onde o Exército disse que o brasileiro foi morto, fica a 5 km de Sderot.

Natural de Niterói, Nisenbaum se mudou para Israel aos 12 anos e trabalhava como guia turístico. Terroristas do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e sequestraram outras 250. Cerca de metade desses reféns foi libertada desde então, a maioria em trocas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, durante o cessar-fogo de uma semana, em novembro. Israel diz que cerca de 100 reféns continuam em cativeiro em Gaza, assim como os corpos de outros 30.

'Feito mais'

Em nota divulgada ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil se solidarizou com a família de Nisembaum. "O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda tristeza e consternação, da morte do cidadão brasileiro Michel Nisembaum", afirma a nota do Itamaraty, que pediu a liberação imediata de todos os reféns e negociações por cessar-fogo.

Entidades da comunidade judaica brasileira, no entanto, criticaram atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Quando um grupo de palestinos de Gaza com passaporte brasileiro chegou ao Brasil, o presidente Lula afirmou que nenhum brasileiro ficaria para trás. Mas, na cabeça dele, ele só estava se referindo aos palestinos", afirmou o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Marcos Knobel, que está em Israel, em entrevista ao Estadão. "O governo poderia ter feito muito mais para libertar Michel ou para que tivéssemos a confirmação da morte do brasileiro e a recuperação do corpo."

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu eliminar o Hamas e levar todos os reféns de volta para casa, mas fez pouco progresso. Ele enfrenta pressão para renunciar, e os EUA ameaçaram reduzir seu apoio devido à grave situação humanitária em Gaza. (COM DANIEL GATENO)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A notícia divulgada por um site especializado de que a seleção brasileira pode ter uma camisa vermelha como segundo uniforme na Copa do Mundo de 2026 gerou indignação em políticos bolsonaristas nas redes sociais. Eles reclamam da cor, vinculada a partidos de esquerda, em especial o PT, sobretudo em um ano eleitoral, em que os brasileiros vão às urnas para escolher o presidente e governadores de Estado.

De acordo com o site Footy Headlines que é referência em "vazar" camisas de clubes e seleções antes do lançamento, a camisa vermelha substituiria a azul, tradicional número 2 da seleção brasileira, e conteria o selo da Jordan, e não da Nike, fornecedora e material esportivo do Brasil desde 1996.

Senador por Minas Gerais, Cleitinho Azevedo (Republicanos) gravou um vídeo reclamando da possibilidade e pressionando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a barrar a mudança.

"O que isso tem a ver com política? Tem tudo a ver com política. O ano que vem é o ano de Copa do Mundo e é um ano eleitoral. Eles já querem fazer politicagem, ideologia, acabando com uma tradição que é a camisa que é verde e amarela. Aí eu faço uma pergunta e uma provocação: cadê você, presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues? Você vai permitir isso aí? Politicagem dentro seleção brasileira?", reclamou Cleitinho, usando uma camisa amarela da seleção.

O também senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou querer crer que a notícia não seja verdadeira. "A camisa da seleção sempre foi um símbolo da nossa identidade nacional, do nosso orgulho e das nossas raízes. Sempre foi verde e amarela, as cores da nossa pátria. Mudar isso não faz qualquer sentido", criticou. "Essa tentativa não passa de mais uma investida para desfigurar aquilo que nos faz brasileiros de verdade. Nossa bandeira não é vermelha, e nunca será", completou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), crítico da postura do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ironizou: "O juiz também será nosso? A camisa vermelha proporciona essas vantagens ..".

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) questionou se a CBF não queria "colocar logo uma estrela do PT na camisa vermelha". "Pelo menos teríamos seis estrelas e poderíamos sair por aí dizendo que, finalmente, conquistamos o hexa".

 

Na sessão solene do Congresso Nacional em homenagem ao aniversário de 150 anos do Estadão, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) enalteceu a importância do jornal para a democracia brasileira e o profissionalismo do veículo, em seu discurso no plenário. A parlamentar foi uma das autoras da proposta de realização da cerimônia, junto com o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP).

"Homenageamos não apenas um jornal. Homenageamos um pilar da democracia brasileira. Celebramos 150 anos de resistência, de coragem, de profissionalismo, de compromisso inegociável com a verdade", declarou a senadora.

A parlamentar prosseguiu: "O Estadão não é apenas uma testemunha dos grandes momentos do nosso País. É protagonista. Esteve presente na luta pela abolição da escravidão, na defesa intransigente da República, na resistência corajosa diante da censura da ditadura militar".

Gabrilli afirmou ainda que o Estadão "sempre foi farol em tempo de trevas" e exaltou a profundidade, a análise cuidadosa e o pensamento crítico nos tempos atuais.

"Hoje, enquanto a desinformação se alastra como uma epidemia silenciosa, o jornalismo sério, ético e independente é o que nos ancora na realidade e no bom senso", declarou. "Em tempos de bolhas digitais , ataques à imprensa e guerras contra a verdade, tememos pelo que há por vir."

O presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pretende apresentar um projeto para reduzir a pena dos envolvidos no 8 de Janeiro. O texto está sendo negociado com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e com o Supremo Tribunal Federal.

Uma das versões em negociação prevê aumento da punição para os acusados de organizar tentativas de golpe de Estado. O novo projeto busca um meio termo para aliviar as penas impostas pelo STF, que chegam a 17 anos de prisão, mas assegurar que eventuais acusados de orquestrar o rompimento da ordem democrática tenham punições mais severas.

Como revelou a Coluna do Estadão no início do mês, o presidente da Câmara procurou o presidente Lula e ministros do Supremo com o objetivo de construir um acordo para revisão das penas dos condenados pelo 8/1, com o intuito de pacificar o País.

O projeto que já tramita na Câmara e é defendido pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, concede anistia total aos envolvidos no 8 de Janeiro. Parlamentares que apoiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustentam que esse texto ainda pode beneficiar também o ex-presidente que virou réu por tentativa de golpe de Estado em processo que tramita no STF.

Para assegurar que a nova proposta possa tramitar de maneira mais rápida e consiga aderência dos mais variados partidos, o texto deve ser apresentado formalmente pelo próprio Alcolumbre.

O texto em gestação pode reduzir em até 2/3 a pena de pessoas que foram levadas a participar de atos em relação à punição de quem organizou ou estimulou a ação golpista. Outra ideia na mesa prevê deixar de considerar os crimes de abolição do Estado democrático e tentativa de golpe como crimes separados. Um deles passaria a ser crime antecedente. Com isso, as penas não se somariam, o que levaria à redução da punição definida na sentença.

Ministros do STF têm sido refratários à concessão de anistia para livrar da condenação todos que já têm sentença aprovada pela maioria da Corte. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, defendeu as penas que foram aplicadas.

"O Supremo aplicou a legislação editada pelo Congresso nos julgamentos do 8 de Janeiro. A solução para quem acha que as penas foram excessivas é uma mudança na lei. Não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável", disse Barroso.

Na Câmara, o partido de Bolsonaro tenta angariar apoios ao requerimento para forçar votação em regime de urgência ao projeto de anistia total. A legenda apresentou uma lista de 262 apoios à urgência.

Segundo Placar da Anistia do Estadão, pelo menos 207 dos 513 deputados dizem endossar a anistia aos presos do 8 de Janeiro.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara tem resistido à pressão do PL. Em reunião com os líderes da Casa legislativa, ele obteve adesão das lideranças para adiar a apreciação do tema. "Já há uma sinalização, dos líderes que pediram o adiamento, que o diálogo entre os partidos pode avançar para uma solução", disse Motta.