EUA: guerra com a China não é iminente nem inevitável, diz secretário de Defesa

Internacional
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse a um grupo de autoridades de segurança que a guerra entre o país e a China não é iminente nem inevitável, apesar do aumento das tensões na região da Ásia e do Pacífico. Ele ressaltou a necessidade de diálogo para evitar "erros de cálculo e desentendimentos".

Os comentários de Austin, feitos durante um fórum do setor de defesa em Cingapura, vêm um dia depois de ele ter se reunido por mais de uma hora com o ministro da Defesa da China, Dong Jun. Foi o primeiro encontro deles pessoalmente desde que as autoridades romperam contato em 2022, quando a então presidente da Câmara dos Estados Unidos Nancy Pelosi visitou Taiwan e enfureceu Pequim.

Nenhum dos lados mudou de posição em relação a Taiwan. A China considera a ilha parte do país e não descartou o uso de força para retomá-la, e segue reivindicando soberania sobre o mar do Sul da China - algo que leva a confrontos diretos entre o país e outras nações da região, em particular as Filipinas.

Embora tenha se recusado a detalhar a conversa com Dong, Austin disse que o mais importante era que as conversas foram retomadas.

"Enquanto estivermos conversando, poderemos identificar os assuntos que são problemáticos e aos quais pretendemos adotar proteções para garantir que não haja percepções erradas nem erros de cálculo que possam sair do controle", afirmou. "Você só consegue fazer isso se estiver conversando."

No mesmo fórum, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., usou uma linguagem mais dura, e disse que se um cidadão filipino for morto num potencial confronto entre a China e a guarda costeira ou a marinha mercante das Filipinas, isso ficaria "muito, muito perto do que definimos como um ato de guerra e portanto responderemos de acordo".

Marcos disse presumir que os parceiros que assinaram tratados com as Filipinas, entre eles os Estados Unidos, "adotariam o mesmo padrão".

Durante um discurso, Austin, dos EUA, elogiou como Marcos "falou energicamente sobre como as Filipinas estão defendendo seu direito de soberania sob a lei internacional", mas posteriormente não quis comentar como o governo norte-americano reagiria caso um cidadão filipino fosse morto em confronto com a China.

Ele disse que o compromisso dos Estados Unidos com as Filipinas é algo concreto, mas ressaltou a importância do diálogo com a China. "Há uma série de coisas que podem acontecer no mar e no ar, nós reconhecemos isso", disse ele. "Mas nosso objetivo é garantir que as coisas não saiam do controle desnecessariamente."

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), participa na segunda-feira, 21, Dia de Tiradentes, de eventos em Minas Gerais ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

O dia de Motta vai começar às 9 horas, em Ouro Preto. O presidente da Câmara vai participar da cerimônia da Medalha da Inconfidência 2025, a convite de Zema.

O governador de Minas tenta pavimentar um caminho para a eleição presidencial de 2026 e é a favor da anistia para os condenados do 8 de Janeiro - tema que Motta deve enfrentar nas próximas semanas.

Ainda pela manhã da segunda-feira, Motta vai partir para São João del-Rei, para integrar as homenagens pelo 40º aniversário do falecimento do presidente Tancredo Neves. O deputado foi convidado pelo colega Aécio Neves.

A segunda agenda de Motta contará com três eventos: às 11h45, ele participa da visita ao túmulo do ex-presidente; às 12h30, da reabertura do Memorial Tancredo Neves, e às 13h15 de um almoço no Solar do Presidente.

Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

Débora foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de outros réus, incluindo tentativa de golpe e dano ao patrimônio público.

A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.

Em mensagem de Páscoa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo, 20, que a data remete à comemoração do renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. Segundo Lula, o momento é de reforçar os laços de união e de solidariedade.

"Hoje é o dia em que milhões de brasileiras e brasileiros, e pessoas em todo o mundo, comemoram o renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. É o momento em que nos encontramos - seja em uma celebração religiosa, seja em um almoço de família - para reforçar nossos laços de união e de solidariedade. E em que relembramos os ensinamentos de Jesus de que devemos sempre amar uns aos outros, construindo um mundo cada vez melhor e mais fraterno", escreveu, Lula em mensagem divulgada pelo governo federal.

Ao fim da publicação, Lula desejou um "feliz domingo de Páscoa".