No México, mais de 95% das cabines foram instaladas, diz órgão eleitoral

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O Instituto Nacional Eleitoral (INE) do México informou que mais de 95% das cabines eleitorais já foram instaladas no país, uma cobertura superior à dos anos anteriores.

As votações estão programadas para terminar às 18 horas, pelo horário local.

Mais cedo, as duas principais candidatas à presidência do México, Claudia Sheinbaum e Xóchitl Gálvez, realizaram seus votos, em dia marcado por atrasos e problemas de logística para a instalação das cabines eleitorais.

Sheinbaum, governista e predileta nas pesquisas, postou na rede social X uma foto sua em frente à urna seguida da frase "Que viva a democracia!".

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar Carlos Antônio Eifler, de 54 anos, por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. No julgamento em sessão virtual iniciado dia 28, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, sustentou que Eifler se associou a outros manifestantes no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília para praticar crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A pena aplicada por Moraes é de um ano de reclusão pelo crime de associação criminosa, substituída por penas restritivas, incluindo 225 horas de prestação de serviços à comunidade, participação em curso sobre democracia, proibição de se ausentar da comarca e de usar redes sociais. A defesa de Eifler foi procurada pelo Estadão para comentar a decisão, mas não se manifestou.

Se condenado, o réu ainda deve pagar 20 dias-multa, no valor de meio salário mínimo cada, vigente na época dos fatos, totalizando cerca de R$ 13 mil. O valor indenizatório de R$ 5 milhões em danos morais coletivos também é cobrado do réu.

O caso de Eifler, que tem um pequeno negócio de pipocas registrado em seu nome desde 2020, foi mencionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante discurso para apoiadores neste domingo, 6, na Avenida Paulista. Em uma tentativa de falar em inglês, Bolsonaro afirmou que "popcorn and ice cream sellers sentenced for coup attempt in Brazil" ("pipoqueiros e sorveteiros são condenados por golpe de Estado no Brasil", em português), se referindo ao gaúcho de Lajeado, e a outro réu, Otoniel Francisco da Cruz, de 45 anos.

Segundo narra a denúncia, além de participar do acampamento golpista, Eifler passou "a incitar, publicamente, animosidade das Forças Armadas contra os demais Poderes da República". Conforme o pipoqueiro narrou em depoimento, ele chegou a capital em 8 de janeiro de 2023, por volta das 14h30, e foi direto ao acampamento com sua barraca, onde passou a noite. "Após terminar a parte da montagem das barracas, já era na parte da noite. Deste momento até a noite, nós não saímos do QG", disse em depoimento.

Moraes argumenta em seu voto que, mesmo tendo chegado ao acampamento com a estrutura já montada, o fato de Eifler aderir subjetivamente ao propósito ilícito difundido pela estrutura é suficiente para configurar o crime de associação criminosa. A defesa do pipoqueiro alega que ele não sabia sobre a invasão dos prédios dos Três Poderes, e que foi a Brasília participar de uma manifestação pacífica.

Os únicos ministros a divergirem de Moraes foram André Mendonça e Kássio Nunes Marques. Em seus votos, os magistrados questionaram a competência da Corte para julgar o réu, uma vez que ele não possui foro por prerrogativa de função. Também sustentaram que o Ministério Público Federal não individualizou suficientemente a conduta de Eifler, que se baseou, segundo os ministros, na mera presença do réu no acampamento. Por isso, votaram pela absolvição Eifler por insuficiência de provas.

Nas redes sociais, o pipoqueiro gaúcho acumula postagens em que se diz revoltado com o resultado das urnas em 2022, quando Bolsonaro perdeu as eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de apoiar explicitamente a greve dos caminhoneiros, os acampamentos golpistas e pedir uma intervenção militar, comandada por Bolsonaro.

Os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux acompanharam o relator, sem registrar voto escrito. Até março deste ano, a Corte já condenou 434 envolvidos nos ataques golpistas.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), considera que o teor das críticas feitas ao presidente da Casa, Hugo Motta (União-PB), durante o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo, 6, na Avenida Paulista, em São Paulo, deve sepultar planos de que um projeto de anistia vá à pauta de votações em plenário.

Para ele, a manifestação terá efeito oposto ao pretendido pelos apoiadores de Bolsonaro. Impulsionado pela repercussão da pena de 14 anos de prisão proposta à mulher que pichou com batom monumento do Supremo Tribunal Federal (STF), o protesto foi convocado com o objetivo de pressionar pela anistia dos envolvidos nos ataque de 8 de janeiro de 2023.

"Enterraram de vez o PL [projeto de lei] da Anistia. E o ataque a Hugo Motta vai isolá-los aqui na Câmara e tirar definitivamente esse projeto de uma possibilidade de ser pautada", afirmou o parlamentar.

O petista avaliou o ato como "fraco" por conta da adesão menor que a de outras manifestações convocadas por Boslonaro. Segundo o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), compareceram 44,9 mil pessoas. O levantamento é feito a partir de fotos aéreas do momento de pico da manifestação.

A menção mais dura feita a Hugo Motta partiu do pastor Silas Malafaia, um dos principais organizadores da manifestação deste domingo. O líder evangélico disse que o presidente da Câmara está "envergonhando o honrado povo da Paraíba" ao não se empenhar no andamento do projeto.

Lindbergh Farias entende que a pressão pretendida pelos bolsonaristas sobre Motta não deve surtir efeito. "Quem conhece o Hugo Motta, presidente da Câmara, acha mesmo que depois desses ataques, dessas grosserias, ele vai pautar o projeto?", questionou Lindbergh.

Aliado de primeira ordem de Jair Bolsonaro (PL) e um dos pretendentes a substituir o ex-presidente nas eleições de 2026, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) avaliou que a direita sai fortalecida da manifestação bolsonarista deste domingo, 6, que reuniu cerca de 44,9 mil apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo.

"Mostra força, e que há uma convergência na volta. E eu acho que se engana também quem pensa que a direita está fragmentada, está desunida, que os interesses individuais vão prevalecer. Não vão. Eu acho que todo mundo está imbuído no mesmo propósito, do mesmo ideal de transformação e acho que a direita vai caminhar (para isso)", disse no final do evento.

Questionado se há uma projeção para que a direita se una em 2026 nas eleições presidenciais, o governador disse que sim, mas não entrou em detalhes.

Atualmente, com o ex-presidente inelegível até 2030 e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2022, não há consenso público sobre quem seria o herdeiro do capital político, uma vez que Bolsonaro insiste em se dizer pré-candidato como forma de se manter no jogo. Tarcísio, entretanto, é apontado nas pesquisas de intenção de voto como o nome da direita de maior sucesso.

Durante seu discurso, Tarcísio disse que se o ovo, a carne e outros alimentos estão caros é porque "Bolsonaro precisa voltar". Citou ainda outros episódios da história do País em que houve concessão de anistia e que o instituto pode ser recuperado agora. "Eu quero prisão sim é para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra e para corrupto", disse.

Em ritmo semelhante ao de campanha, o governador aproveitou o final da manifestação para se reunir com apoiadores, que puderam sair das grades de contenção com a permissão dos seguranças para abraçar e tirar fotos com Tarcísio. Uma das últimas autoridades a deixar o evento, o governador ainda se apoiou para fora da janela do carro e acenou para os bolsonaristas.