Dia D: o que foi a invasão da Normandia, que mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A invasão do Dia D em 6 de junho de 1944 na França ocupada pelos nazistas foi sem precedentes em escala e audácia, utilizando a maior armada já vista de navios, tropas, aviões e veículos para abrir um buraco nas defesas de Adolph Hitler na Europa Ocidental e mudar o curso da 2ª Guerra Mundial.

A invasão ocorreu em 6 de junho de 1944, e dezenas de milhares de soldados dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Canadá desembarcaram em cinco trechos da costa da Normandia - em praias com codinome Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.

A derrota das tropas de Hitler em Stalingrado, em fevereiro de 1943, já tinha mostrado ao mundo que a máquina de guerra alemã não era invencível.

Mas a virada definitiva, que determinou o início do fim da 2ª Guerra Mundial, começou a se desenhar com o desembarque de 160 mil soldados aliados na Normandia. Chamada de Operação Netuno, a enorme mobilização militar de 6 de junho de 1944 entrou para a História, tornando a data conhecida como o "Dia D".

O ataque começou a ser planejado no ano anterior. Desde então, o comando dos aliados fez de tudo para manter a empreitada em segredo. Foi criado um plano fictício, chamado de Operação Guarda-Costas, para enganar as tropas alemãs. No fim das contas, a Operação Netuno deveria ter acontecido em 5 de junho, mas as condições do tempo não permitiram a sua execução, que foi adiada para o dia seguinte.

O desembarque da infantaria e dos veículos terrestres foi precedido por intensos bombardeios aéreos e navais. Durante a madrugada, cerca de 24 mil paraquedistas americanos, canadenses e britânicos foram lançados na França. Às 6h30, começou o desembarque num trecho de 80km de costa do país europeu.

Os soldados foram recebidos com fogo pesado e minas terrestres. A operação terminou com mais de 4 mil mortos de cada lado. Os aliados levaram dias até conseguir tomar as praias da Normandia, mas, concluída a empreitada, as tropas "invasoras" conquistaram um ponto importante para avançar sobre o território francês, na época sob poder da Alemanha.

A quantidade de pessoal mobilizado no Dia D, segundo o historiador Max Hastings, foi de cerca de 150 mil homens, transportados em 5.300 embarcações, além de 1.200 tanques e cerca de 12 mil aeronaves como apoio.

Também foram utilizados paraquedistas, que saltaram em diferentes posições da Normandia para confundir as defesas inimigas e conquistar pontes importantes para garantir o avanço Aliado.

As tropas Aliadas eram compostas, principalmente, por soldados americanos, britânicos e canadenses e tinham como objetivo a conquista de cinco praias localizadas nas proximidades da cidade de Caen.

O que aconteceu no Dia D?

Hitler tinha mandado construir o chamado "muro do Atlântico" que ia da Noruega a Espanha. E Calais seria a cidade mais próxima para chegar a França partindo de Inglaterra para depois seguir para a Alemanha.

Algo que os alemães sabiam, pelo que reforçaram aquela parte do "muro". Os Aliados descobriram nas praias da Normandia as condições mais adequadas: ali, os alemães eram mais fracos.

O desembarque decorreu ao longo de 80 quilômetros, em cinco praias - Utah Beach e Omaha Beach foram atribuídas às forças dos EUA, Gold e Sword às britânicas e francesas, Juno aos canadenses.

"Netuno" foi o nome dado à operação de desembarque das tropas, marcando o início da operação "Overlord", que lançaria a batalha para a tomada da Normandia.

O objetivo era estabelecer uma testa de ponte na Normandia para trazer reforços e abastecimentos. O Dia D seria definido pela lua e pelas marés: teria de ser noite de lua cheia tardia para garantir escuridão inicial e visibilidade a seguir e com maré a subir para desembarcar as tropas suficientemente perto da costa, mas suficientemente longe dos alemães. A operação foi precedia por uma extensa campanha de bombardeio para danificar as defesas alemãs.

As táticas de engano empregadas nos meses que antecederam o ataque levaram os alemães a acreditar que os ataques iniciais eram meramente uma distração e que a verdadeira invasão ocorreria mais adiante ao longo da costa.

As divisões aliadas começaram a pousar nas cinco praias às 6:30 da manhã de 6 de junho. As tropas americanas foram designadas para a praia de Utah, na base da Península de Cotentin, e de Omaha, no extremo norte da costa da Normandia. Os britânicos posteriormente desembarcaram em Gold Beach, seguidos pelos canadenses em Juno e, finalmente, os britânicos em Sword, o ponto mais oriental da invasão.

No entanto, nem todos os pousos foram bem-sucedidos; as forças dos EUA sofreram perdas substanciais na praia de Omaha, onde fortes correntes forçaram muitas embarcações a desembarcarem longe de suas posições pretendidas, atrasando e dificultando a estratégia de invasão.

O fogo pesado das posições alemãs nos penhascos íngremes, que não haviam sido efetivamente destruídos pelos bombardeios aliados antes da invasão, também causou vítimas.

Dia D em números

No total, cerca de 7.000 navios participaram da invasão, incluindo 1.213 navios de guerra e 4.127 embarcações de desembarque.

Cerca de 24.000 soldados aliados também foram colocados atrás das linhas inimigas logo após a meia-noite do dia da invasão, e 150.000 homens desembarcaram nas praias.

As tropas foram apoiadas por 12.000 aeronaves aliadas e 10.000 veículos que foram entregues nas cinco praias.

Somente no Dia D, 4.414 soldados aliados foram confirmados como mortos, com mais de 9.000 feridos ou desaparecidos.

O número exato de vítimas alemãs no dia é desconhecido, mas estima-se que estejam entre 4.000 e 9.000.

O que aconteceu depois do Dia D?

Apesar de garantir um reduto na costa francesa no Dia D, as forças aliadas enfrentaram o risco de que o bombardeio dos alemães pudesse empurrá-los de volta para o mar.

Eles precisavam aumentar o número de tropas e equipamentos na Normandia mais rápido do que os alemães, permitindo uma invasão contínua na Europa continental.

Os Aliados usaram seu poder aéreo para desacelerar o avanço alemão em direção à Normandia, explodindo pontes, ferrovias e estradas em toda a região. Isso permitiu aos Aliados ganhar o controle total da Normandia 77 dias depois e seguir em direção a Paris, que eles libertaram em agosto de 1944. (Com agências internacionais).

Em outra categoria

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro convocou neste domingo, 20, um jejum e orações em prol da recuperação o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Michelle pede que os apoiadores do ex-presidente comecem o jejum nesta segunda-feira, 21, estendendo o sacrifício até o próximo dia 28. "Convoquem seus líderes, familiares e amigos", disse a ex-primeira-dama.

Serão 7 dias de clamor", afirmou ela, em sua conta no Instagram, que inclui uma mensagem religiosa na mensagem.

Novo boletim medico divulgado aponta que o ex-presidente segue sem alimentação oral, mas com pressão arterial sob controle e boa evolução clínica. Não há previsão de alta da UTI do hospital DFStar.

Bolsonaro tem intensificado fisioterapia motora e as medidas de reabilitação.

No domingo passado, dia 13, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências do intestino e reconstruir a parede abdominal.

Foi a sétima desde o episódio em o ex-presidente, na época candidato ao Planalto, foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em 6 de setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), participa na segunda-feira, 21, Dia de Tiradentes, de eventos em Minas Gerais ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

O dia de Motta vai começar às 9 horas, em Ouro Preto. O presidente da Câmara vai participar da cerimônia da Medalha da Inconfidência 2025, a convite de Zema.

O governador de Minas tenta pavimentar um caminho para a eleição presidencial de 2026 e é a favor da anistia para os condenados do 8 de Janeiro - tema que Motta deve enfrentar nas próximas semanas.

Ainda pela manhã da segunda-feira, Motta vai partir para São João del-Rei, para integrar as homenagens pelo 40º aniversário do falecimento do presidente Tancredo Neves. O deputado foi convidado pelo colega Aécio Neves.

A segunda agenda de Motta contará com três eventos: às 11h45, ele participa da visita ao túmulo do ex-presidente; às 12h30, da reabertura do Memorial Tancredo Neves, e às 13h15 de um almoço no Solar do Presidente.

Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

Débora foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de outros réus, incluindo tentativa de golpe e dano ao patrimônio público.

A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.