Ativistas sul-coreanos lançam balões com folhetos, músicas K-pop e doramas à Coreia do Norte

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Após a Coreia do Sul ter sido alvo de balões carregados de lixo pelo governo norte-coreano, um grupo de ativistas do país afirmou, nesta quinta-feira, 6, que revidou a ofensiva com bexigas que transportavam folhetos anti-Pyongyang e propagandas. O grupo formado por civis sul-coreanos, liderado pelo desertor Park Sang-hak, disse ter enviado 10 balões com 200 mil folhetos anti-Pyongyang, pendrives com músicas de K-pop, doramas (dramas sul-coreanos) e cédulas de um dólar a partir de uma cidade que fica na fronteira dos países.

As atividades de balões com longa data de Park causaram protestos furiosos da Coreia do Norte, que é cautelosa com tentativas externas de atacar o governo do ditador Kim Jong Un. Na mídia estatal norte-coreana, o militante da Coreia do Sul foi chamado de "escória humana sem igual no mundo".

"Enviamos a verdade, o amor, medicamentos, cédulas de um dólar e músicas. Mas um bárbaro Kim Jong Un nos enviou sujeira e lixo e não pediu desculpas", afirmou Park em um comunicado. "Nosso grupo, os Lutadores pela Liberdade da Coreia do Norte, continuará enviando folhetos, que são as cartas da verdade e liberdade para nossos amados compatriotas norte-coreanos."

Os lançamentos de balões estão intensificando os ânimos entre os países. A Coreia do Sul anunciou na segunda-feira, 3, a suspensão de um acordo intercoreano, assinado em 2018, destinado a diminuir os conflitos. A suspensão deve durar até que a confiança mútua seja restabelecida. A interrupção do trato permitirá à Coreia do Sul retomar exercícios militares e enviar folhetos anti-Pyongyang perto das fronteiras.

"Nunca ignorar a ameaça da Coreia do Norte"

"Recentemente, a Coreia do Norte realizou uma provocação desprezível que faria qualquer país normal se envergonhar de si mesmo," disse o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em um discurso no Dia da Memória (data para lembrar de vítimas da Guerra da Coreia) em Seul, na quinta-feira, 06. "O governo nunca vai ignorar a ameaça da Coreia do Norte. Manteremos uma postura de prontidão de ferro e responderemos às provocações de forma resoluta e esmagadora."

Para analistas, as ações devem enfurecer a Coreia do Norte e levá-la a tomar medidas militares. O governo do país havia interrompido os envios de balões com lixo, mas ameaçou retomá-los se ativistas do outro país mandassem panfletos novamente.

Especialistas consideram que a campanha de balões da Coreia do Norte, a primeira do tipo em sete anos, tem o objetivo de provocar uma divisão na Coreia do Sul sobre a política rigorosa do atual governo conservador em relação ao país norte-coreano.

Oficiais sul-coreanos dizem que não possuem bases legais para proibir cidadãos de lançarem balões para a Coreia do Norte porque o tribunal constitucional do país derrubou, no ano passado, uma lei que criminalizava a prática. A proibição consistiria em violação da liberdade de expressão.

Exercício de bomba dos EUA

Em tentativa de demonstrar força, os Estados Unidos voaram com um bombardeiro B-1B de longo alcance sobre a Península Coreana na última quarta-feira, 05, para seu primeiro exercício com o avião militar de precisão com a Coreia do Sul em sete anos. O modelo é capaz de transportar uma grande carga útil de armas convencionais.

A Coreia do Norte já havia considerado a implantação do bombardeiro uma prova da hostilidade dos Estados Unidos. O país respondeu aos voos anteriores de B-1B e outras poderosas aeronaves dos Estados Unidos na Coreia do Sul com os seus próprios testes de mísseis. Analistas consideram a ação como uma tentativa norte-coreana de expandir seu arsenal nuclear e obter maiores concessões externas quando a diplomacia for retomada com os Estados Unidos. (COM REPORTAGEM DA AP)

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Em mensagem de Páscoa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo, 20, que a data remete à comemoração do renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. Segundo Lula, o momento é de reforçar os laços de união e de solidariedade.

"Hoje é o dia em que milhões de brasileiras e brasileiros, e pessoas em todo o mundo, comemoram o renascimento do amor e da paz sobre as injustiças. É o momento em que nos encontramos - seja em uma celebração religiosa, seja em um almoço de família - para reforçar nossos laços de união e de solidariedade. E em que relembramos os ensinamentos de Jesus de que devemos sempre amar uns aos outros, construindo um mundo cada vez melhor e mais fraterno", escreveu, Lula em mensagem divulgada pelo governo federal.

Ao fim da publicação, Lula desejou um "feliz domingo de Páscoa".

O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado, 19, às críticas feitas em artigo da revista The Economist que diz que o ministro Alexandre de Moraes tem "poderes excessivos" e que o tribunal enfrenta "crescentes questionamentos". Em nota assinada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o STF defendeu a atuação de Moaes e negou que haja uma crise de confiança na instituição.

"O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais", afirmou o tribunal.

A revista inglesa afirmou que o Supremo poderia agravar sua crise de confiança diante dos brasileiros caso o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguisse na Primeira Turma do tribunal, em vez de ser levado ao plenário. O texto também fez críticas a Barroso, aos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, e apontou que Moraes tem "poderes excessivos" nas decisões da Corte.

Em resposta, o STF afirmou que o julgamento de ações penais contra autoridades segue o rito previsto no procedimento penal, que determina que esses casos sejam analisados pelas turmas, e não pelo plenário. "Mudar isso é que seria excepcional", destacou a nota assinada por Barroso.

Barroso rebateu a sugestão de suspender Moraes do julgamento de Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente ofendeu quase todos os integrantes do Supremo e, "se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado". Ele ainda classificou Moraes como um juiz que "cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente".

O STF também negou que exista uma crise de confiança na instituição e citou dados do Datafolha, divulgados em março de 2024, para sustentar o argumento. Ao mencionar os dados, no entanto, Barroso usou o percentual atribuído ao Poder Judiciário como um todo, cuja confiança é maior, se comparada à da Corte, com 24% que confiam muito, 44% que confiam um pouco e 30% que não confiam.

Segundo a pesquisa, 21% dos entrevistados disseram confiar muito no Supremo, 44% confiam um pouco e 30% não confiam. Para a Corte, isso demonstra que a maioria da população mantém algum nível de confiança no tribunal.

A nota ainda destacou que decisões monocráticas citadas pela revista foram posteriormente ratificadas pelos demais ministros. Entre elas, a suspensão do X (antigo Twitter), que foi determinada pela ausência de representante legal da empresa no Brasil, e não por algum conteúdo publicado na plataforma. A medida foi revertida após a indicação de um representante.

"Todas as decisões de remoção de conteúdo foram devidamente motivadas e envolviam crime, instigação à prática de crime ou preparação de golpe de Estado. O presidente do Tribunal nunca disse que a Corte 'defeated (derrotou) Bolsonaro'. Foram os eleitores", declarou o STF.

Barroso afirmou ainda que, apesar de a reportagem citar "algumas das ameaças sofridas pela democracia" no País, deixou de mencionar as tentativas de invasão da sede dos três Poderes em Brasília nos ataques de 8 de janeiro por uma "multidão insuflada por extremistas" além das tentativas de explosão de bomba no STF e no aeroporto de capital. A nota cita ainda o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes.

"Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo, do leste Europeu à América Latina", concluiu Barroso.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na unidade de terapia intensiva (UTI) uma semana depois da cirurgia realizada em 13 de abril. Um novo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star e compartilhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro neste domingo, 20, informa que inda não há previsão de alta da UTI, mas que o ex-presidente apresenta boa evolução clínica.

A nota do hospital ainda diz que Bolsonaro apresenta pressão arterial sob controle, após o episódio de alteração relatado no boletim deste sábado, 19. Ele permanece em jejum oral, ou seja, sem se alimentar pela boca, e tem intensificado a fisioterapia motora e as medidas de reabilitação.

No domingo passado, 13 de abril, Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal.

A operação foi feita após o ex-presidente passar mal, dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. Bolsonaro teve uma obstrução devido a uma dobra intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal. Na cirurgia, a complicação foi desfeita. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".