Eleições EUA: reunião de democratas para discutir candidatura de Biden tem clima tenso

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Os democratas no Capitólio reuniram-se em privado nesta terça-feira, 9, para discutir se vão continuar apoiando o presidente dos EUA, Joe Biden, à reeleição ou se vão pressioná-lo a se afastar em meio a preocupações sobre a sua capacidade de chegar à vitória. Os membros democratas da Câmara reuniram-se na sede do partido - sem celulares - para o que os líderes do partido classificaram como apenas uma discussão "familiar". Mas democratas presentes disseram que as conversas foram "severas" e "tristes".

Os apoiadores de Biden estão emergindo em número mais expressivos, e pelo menos um importante democrata reverteu o rumo para apoiar publicamente o presidente. Mas não havia consenso à vista, uma vez que a dissidência é forte. Os democratas do Senado se reuniram em seguida.

"Tivemos uma reunião hoje que deu aos membros a oportunidade de se expressarem de uma forma sincera e abrangente", disse o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, de Nova York. "As discussões continuarão ao longo da semana", complementou.

Há uma preocupação crescente de que a permanência de Biden na disputa signifique que a eleição se concentraria em questões de idade e não em Trump, de acordo com a pessoa presente no encontro. Pelo menos 20 legisladores democratas levantaram-se para falar naquele que para muitos é um momento existencial para o seu país, considerando uma segunda presidência de Trump. A maioria dos que falaram queria que Biden se afastasse, disse outra pessoa familiarizada com a reunião e que obteve anonimato para discutir o assunto.

Outros ainda deixaram de lado as suas preocupações privadas para apoiar Biden, por enquanto. "Ele disse que vai permanecer, é nosso candidato e vamos apoiá-lo", disse o deputado Jerry Nadler, de Nova York, o principal democrata no Comitê Judiciário, que no fim de semana estava entre aqueles que disseram em particular que Biden precisava se afastar.

Muitos democratas temem que não só a presidência esteja em perigo, mas também as suas próprias disputas eleitorais pelo controle da Câmara e do Senado - e a capacidade do partido de travar Trump e a agenda conservadora. "Ele só precisa renunciar porque não pode vencer", disse o deputado Mike Quigley. "O espírito de luta, o orgulho e a coragem que serviram tão bem ao país há quatro anos, que ajudaram Joe Biden a vencer, irão derrubar a chapa desta vez".

Alguns estão voltando mais seriamente a atenção para a vice-presidente Kamala Harris como alternativa.

Embora pelo menos seis democratas da Câmara tenham apelado publicamente a Biden para encerrar a sua candidatura, os democratas do Senado mantiveram as suas preocupações em segredo. Nenhum democrata do Senado pediu publicamente que Biden se afastasse.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do papa Francisco, morto nesta segunda-feira, 21, e o chamou de representante "do acolhimento, da paz e da esperança" na Igreja Católica. Lula também chamou Francisco de "o mais brasileiro dos argentinos" ao lembrar da paixão dele pelo futebol. O bispo de Roma era torcedor ilustre do San Lorenzo de Almagro, clube de Buenos Aires.

"Embora o dia de hoje seja de muita tristeza, vamos nos lembrar para sempre da alegria do papa Francisco. Do sorriso que iluminava a tudo e a todos, o entusiasmo pela vida, o bom humor, o otimismo e a paixão pelo futebol, qualidade que fazia dele o mais brasileiro dos argentinos", afirmou.

Lula também afirmou que, durante o papado de Francisco, iniciado em 2013, o bispo de Roma teve uma atenção maior com os excluídos. O petista também destacou os alertas feitos por ele sobre a crise climática, as ameaças de destruição do planeta e as recentes guerras.

"Francisco foi o papa de todos, mas principalmente o dos excluídos, os dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não tem voz, das vítimas da fome e do abandono", afirmou Lula.

Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, devem ir ao Vaticano acompanhar o velório do pontífice. Em testamento, Francisco pediu para ser sepultado na Igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma. A comitiva presidencial deve ser definida nesta terça-feira, 22, e a data da viagem depende dos protocolos do Vaticano.

Horas depois do Vaticano anunciar a morte de Francisco - que tinha 88 anos - o governo federal emitiu uma nota de pesar. Lula disse que o bispo de Roma foi uma "voz de respeito e acolhimento ao próximo".

"O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", disse Lula, que também decretou luto oficial no País de sete dias como homenagem ao pontífice.

O Vaticano divulgou que Francisco morreu na madrugada desta segunda devido a um acidente vascular cerebral (AVC) e um colapso cardiocirculatório. O novo papa deve ser definido nos próximos dias após um conclave - eleição interna entre os cardeais da Santa Sé.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, vão viajar a Roma para participar do velório do Papa Francisco.

A data da viagem ainda não foi definida, pois, segundo informações de interlocutores de Lula no Palácio do Planalto, depende do protocolo do Vaticano.

Lula deve fechar a comitiva que vai participar do evento nesta terça-feira, 22. Mais cedo, o presidente disse que Francisco foi uma "voz de respeito e acolhimento ao próximo".

"O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", disse Lula, que decretou um luto oficial no País de sete dias como homenagem ao pontífice.

A nota do governo brasileiro elogiou a "simplicidade, coragem e empatia" de Francisco. Lula relembrou no comunicado que ele e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, foram recebidos com "muito carinho" nas vezes em que se encontraram com o religioso.

O Papa Francisco, cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio, morreu na madrugada desta segunda-feira, 21. Ele ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.

O ex-presidente José Sarney está curado da covid-19 e liberado para participar de atividades pela equipe médica dele. O ex-presidente, diagnosticado com a doença na semana passada, vai completar 95 anos na próxima quinta-feira, 24.

Segundo o boletim médico divulgado pela assessoria do ex-presidente, Sarney teve uma boa evolução clínica e um exame realizado nesta quinta-feira, 21, atestou que ele não está mais com coronavírus.

"O ex-presidente José Sarney, diagnosticado com covid-19, apresenta evolução clínica favorável, com melhora importante de seu quadro geral. O exame para detecção do vírus SARS-CoV-2, realizado hoje, apresentou resultado negativo, reforçando a tendência de recuperação. Seguimos acompanhando de perto sua evolução e o liberamos para suas atividades", afirmou a equipe de Sarney.

Sarney foi diagnosticado com covid-19 na última quarta-feira, 16, e teve que cancelar agendas. Nesta segunda, ele participaria de uma cerimônia em Minas Gerais para lembrar os 40 anos da morte do presidente eleito Tancredo Neves, que morreu em 1985, antes de tomar posse do Executivo brasileiro.

Na semana passada, Sarney apresentou sintomas de resfriado e cansaço. Segundo os assessores do ex-presidente, ele também tossia e apresentava coriza.

"O ex-presidente está clinicamente estável, os exames estão dentro da normalidade, não foi necessário interná-lo, ele foi medicado e recomendado repouso por sete dias", dizia o boletim médico divulgado pela cardiologista Núbia Welerson Vieira na última quarta.