Israel pede a civis que se retirem da cidade de Gaza após ataque fatal à escola

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As forças militares israelenses emitiram um apelo abrangente para que os residentes da Cidade de Gaza deixassem a área após dias de ataques aéreos em todo o enclave, o que indica que a intensa campanha de Israel contra o Hamas não acabou, mesmo com o risco de uma escalada na guerra após o grupo Hezbollah ampliar a presença na fronteira do Líbano com o país.

Um ataque aéreo no sul de Gaza ontem, que Israel disse ter sido direcionado a um militante do Hamas, matou pelo menos 25 pessoas ao atingir um prédio escolar onde milhares de pessoas estavam abrigadas, segundo autoridades de saúde palestinas. Isto evidenciou o impacto dos combates sobre os civis, apesar de Israel afirmar de que está em uma fase de menor intensidade da guerra.

Folhetos distribuídos na Cidade de Gaza - que fica no norte da faixa - e uma mensagem nas redes sociais dos militares israelenses apelavam aos civis para se deslocarem para áreas no centro de Gaza. Os alertas destacavam que a cidade, a mais densamente povoada do enclave antes da guerra, continuava a ser uma "zona de combate perigosa".

O aviso amplo contrastou com ordens de evacuação anteriores emitidas nos últimos seis meses, que normalmente diziam aos residentes para deixarem bairros específicos marcados em um mapa.

A mensagem chega em um momento em que as forças israelenses retornam às áreas de onde se retiraram, para combater os militantes do Hamas que teriam se reagrupado.

O ataque de terça-feira atingiu Abasan al-Kabira, perto de Khan Younis, uma cidade ao sul da Faixa de Gaza de onde Israel ordenou recentemente a evacuação de civis. O ataque deixou mais de 50 pessoas feridas, disseram autoridades palestinas.

Os militares israelenses afirmaram que estavam investigando relatos de vítimas civis na escola como resultado do ataque, que, segundo eles, envolveu uma "munição precisa" que tinha como alvo um local próximo à escola.

Imagens do ataque transmitidas pela Al Jazeera, o canal de notícias com sede no Catar, mostraram um pátio de escola lotado e uma explosão sacudindo o prédio. Gritos podiam ser ouvidos enquanto as pessoas corriam para cuidar dos corpos ensanguentados de feridos no ataque.

Os militares israelenses disseram que tinham como alvo um membro do Hamas que participou do ataque do grupo em 7 de outubro, quando militantes de Gaza invadiram Israel, matando 1.200 israelenses, a maioria civis, e fazendo cerca de 250 reféns, segundo autoridades israelenses.

Desde então, a guerra de Israel em Gaza já matou mais de 38 mil pessoas, a maioria delas civis, segundo autoridades de saúde palestinas. O número não especifica quantos eram combatentes. Os bombardeios israelitas deixaram uma grande parte da Faixa de Gaza em escombros e desalojaram de suas casas a maior parte dos 2,2 milhões de habitantes do enclave.

Separadamente, os militares israelenses disseram, na quarta-feira, que realizaram uma operação contra militantes do Hamas e da Jihad Islâmica na sede da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos na Cidade de Gaza. Uma porta-voz da ONU disse que a agência não opera mais nas instalações depois de abandoná-las em outubro. Os militares disseram que a operação ocorreu depois da abertura de rotas de evacuação para civis.

A postura de Israel em aceitar um elevado número de vítimas civis em ataques que visam líderes e combatentes do Hamas tem estado no centro do debate internacional sobre a guerra em Gaza. Desde o início, os líderes de Israel estabeleceram os objetivos de guerra: o de destruir o Hamas e trazer de volta todos os reféns de Gaza. Um ataque em 31 de outubro contra um comandante de batalhão do Hamas no norte de Gaza, que autoridades israelenses disseram estar comandando o combate nas proximidades, matou 126 pessoas em um dos ataques mais mortíferos da guerra. Esse ataque provocou protestos contra a guerra em todo o mundo e alimentou acusações de que a resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro foi desproporcional.

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Em meio ao debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a, pelo menos, seis pessoas sentenciadas por tentativa de golpe de Estado somente neste mês. As decisões se baseiam, principalmente, em laudos médicos que apontam condições graves de saúde ou no tempo de prisão preventiva já cumprido pelos réus.

O caso mais recente é o de Sérgio Amaral Resende, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Ele também foi condenado, solidariamente com outros réus, ao pagamento de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Resende cumpria pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, e teve a prisão convertida após sua defesa apresentar laudos que apontam sepse, necrose na vesícula e sequelas nos rins, pâncreas e fígado.

"O sentenciado no mês de fevereiro de 2025 teve alta do hospital do Paranoá, e não tem condições de permanecer no sistema prisional para tratar a sua saúde", diz o documento enviado ao STF.

A decisão favorável foi concedida na sexta-feira, 18. Ele é o terceiro nome da lista da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) a obter o benefício por razões médicas.

Antes dele, Jorge Luiz dos Santos e Marco Alexandre Machado de Araújo também tiveram a pena convertida. Jorge Luiz apresentou laudo que indicava necessidade de cirurgia cardíaca. A defesa informou que ele sofre de hipertensão arterial grave e sopro cardíaco de grau 6, com pressão arterial fora de controle. Moraes autorizou a prisão domiciliar em 15 de abril.

Marco Alexandre estava preso desde abril de 2023. Segundo a Asfav, ele desenvolveu transtornos psicológicos durante a detenção, foi internado na ala psiquiátrica do presídio e atualmente faz uso de medicamentos para depressão. O benefício foi concedido em 11 de abril.

Na mesma data, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior também obtiveram o direito à prisão domiciliar. No dia 13, a medida foi estendida ao indígena Helielton dos Santos.

As concessões de Moraes vêm acompanhadas de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a redes sociais (inclusive por terceiros), impedimento de contato com outros envolvidos nos ataques, veto à concessão de entrevistas - salvo autorização expressa do STF - e restrição de visitas a advogados, pais, irmãos e pessoas previamente autorizadas pelo Tribunal.

As decisões recentes ocorrem após a repercussão do caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos.

Ela foi presa por participação nos ataques e ganhou notoriedade após pichar, com batom, a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, imagem que viralizou nas redes sociais. Após dois anos na cadeia, a cabeleireira teve sua prisão convertida em domiciliar no mês passado.

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A comoção gerada por seu caso motivou manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a alegar desproporcionalidade na pena. Parte das críticas, porém, ignorava os crimes pelos quais ela foi efetivamente condenada, reduzindo sua participação ao gesto simbólico.