Zelenski pede que Otan suspenda todas as restrições de uso de armas ocidentais contra a Rússia

Internacional
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O presidente ucraniano Volodmir Zelenski, pediu aos líderes dos países da Otan nesta quinta-feira, 11, que eliminem "todas as restrições" aos ataques de Kiev em território russo com armas ocidentais, em paralelo à cúpula da aliança militar que acontece em Washington.

Embora Zelenski tenha agradecido publicamente pelo pacote e pela promessa dos líderes da Otan de que a Ucrânia está agora em um "caminho irreversível" para a adesão à aliança militar, ele também fez um alerta: a Ucrânia não pode vencer a guerra com a Rússia, agora em seu terceiro ano, a menos que os Estados Unidos acabem com os limites ao uso de suas armas para atacar alvos militares na Rússia.

"Se queremos vencer, se queremos prevalecer, se queremos salvar nosso país e defendê-lo, precisamos eliminar todas as limitações", disse Zelenski ao lado do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, nas horas finais da cúpula da aliança, que foi marcada por novos compromissos de ajuda militar para a Ucrânia. Mais cedo, o presidente Joe Biden anunciou um novo pacote de ajuda militar e prometeu a Zelenski: "Nós ficaremos com você, ponto."

O governo de Joe Biden permite que a Ucrânia use armas ocidentais em território russo apenas com o propósito de revidar contra forças russas que estão atacando ou se preparando para atacá-las. Os EUA temem que o uso mais amplo de armamento de fabricação americana possa provocar a Rússia a ampliar a guerra. Mas Zelenski tem pressionado por maior liberdade para que as armas dos EUA possam ser usadas para atingir bases militares críticas e instalações mais profundas no território russo.

Os apelos para retirar as restrições têm crescido nos últimos meses, após ganhos militares russos durante meses em que batalhas políticas nos Estados Unidos atrasaram apoio militar vital para a Ucrânia.

Stoltenberg e o presidente francês Emmanuel Macron têm defendido os esforços da Ucrânia para ganhar mais liberdade na forma como pode usar as armas fornecidas pelos EUA. Se dissermos aos ucranianos "vocês não têm o direito de alcançar o ponto de onde os mísseis são disparados, estamos de fato dizendo a eles que estamos entregando armas a vocês, mas vocês não podem se defender", disse Macron em maio.

Stoltenberg argumentou nesta quinta-feira que a guerra mudou desde os primeiros dias, quando os combates estavam mais profundos no território ucraniano. "Desde que a Rússia abriu uma nova frente... a única maneira de atingir alvos militares, lançadores militares ou aeródromos que atacam a Ucrânia é atingir alvos militares no território russo", disse.

A Ucrânia tem sido o foco principal para os líderes europeus e norte-americanos na cúpula da aliança militar de 75 anos, que tem sido sombreada por preocupações sobre o crescente apoio chinês e norte-coreano à invasão da Rússia, e também se desenrolou durante um ciclo político tumultuado nos EUA, com crescente ansiedade entre os democratas sobre a capacidade de Biden de servir mais quatro anos.

Em uma reunião individual com Zelenski mais cedo nesta quinta-feira, Biden elogiou o pacote de ajuda militar como seu oitavo desde que assumiu o cargo, com este último consistindo em US$ 225 milhões de apoio, incluindo um sistema adicional de mísseis Patriot para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia contra uma ofensiva mortal de ataques aéreos russos.

O sistema de defesa aérea Patriot, o segundo que os EUA forneceram à Ucrânia, é um dos vários anunciados esta semana na cúpula da Otan e faz parte de uma onda de compromissos para enviar armas à Ucrânia para ajudá-la a repelir os ataques russos, incluindo um dos mais mortais da guerra esta semana que atingiu um hospital infantil em Kiev. O devastador ataque de mísseis na véspera da cúpula que celebra o 75º aniversário da Otan sublinhou que o presidente russo Vladimir Putin pode não estar pronto para fazer as pazes por algum tempo.

Na quinta-feira, Zelenski também se juntou aos líderes aliados para uma reunião do Conselho Otan-Ucrânia, um fórum criado há um ano para os 32 aliados e Kiev se reunirem em igualdade de condições para compartilhar preocupações e informações.

Além das ofertas de mais apoio militar, a Otan lançou um novo programa para financiar entregas de equipamentos militares e coordenar o treinamento para as forças armadas abaladas da Ucrânia. Os membros da aliança também se comprometeram a manter os níveis atuais de ajuda militar - cerca de 40 bilhões de euros (US$ 43,5 bilhões) anualmente - por pelo menos um ano.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.