Biden permanece 'com certeza' na disputa, diz chefe de campanha democrata

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O presidente Joe Biden permanece "com certeza" na disputa presidencial nas eleições americanas deste ano, garantiu a presidente da campanha democrata, Jen O'Malley Dillon no programa Morning Joe, da MSNBC, nesta sexta-feira, 19. Em um momento em que a pressão para Biden desistir de tentar a reeleição cresce, O'Malley disse que ele é "a melhor pessoa para enfrentar Donald Trump".

A democrata foi questionada sobre a permanência da nomeação de Joe Biden dois dias depois de uma pesquisa eleitoral indicar que cada vez menos eleitores defendem a sua permanência. "Estamos olhando para as pesquisas. Estamos vendo o que muitas pessoas estão vendo, é claro, mas também estamos olhando para muitos números que importam, sobre o que está acontecendo no fundo", declarou Jen O'Malley.

Apesar da declaração, partidários democratas continuaram a pressão para que o presidente desista das eleições antes da Convenção Nacional Democrata no próximo mês. Nesta sexta, mais quatro deputados democratas endossaram os pedidos e se somaram a outros 20 parlamentares. Um recém-formado comitê de ação política do Partido Democrata, nomeado "Pass the Torch" (Passa o bastão, em tradução livre), também começou a lançar anúncios com pedidos para ele se afastar.

A pressão acontece com o apoio de nomes importantes dos Democratas, como o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer e o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries. Os dois encorajaram o Comitê Nacional Democrata (DNC, em inglês) a aguardar a convenção para nomear o presidente como candidato, rejeitando uma ideia de antecipar a data da votação nominal que formaliza a nomeação. Segundo membros democratas, isso daria mais tempo para convencer Biden a desistir.

Na entrevista para o Morning Joe, Jen O'Malley avaliou o movimento contra Biden, no entanto, como menor do que aquele que o apoia. "A ampla coalizão de pessoas que estão com o presidente é maior e mais ampla do que as pessoas que não querem que ele concorra", disse.

A democrata ainda afirmou que a campanha tem tempo de reverter o quadro de pessimismo em torno de Joe Biden, principalmente quando ele for colocado frente a frente com Donald Trump. "Quando os americanos veem esses dois frentes de frente e as visões que eles têm para este país, não há dúvida para mim de que o povo estará com Joe Biden", disse ela.

Apesar do otimismo, ela admitiu que as últimas semanas foram difíceis, mas insistiu que a campanha está pronta para o que pode acontecer. "Definitivamente vimos alguma diminuição no apoio, mas foi um movimento pequeno", disse. "acreditamos nesta campanha. Estamos prontos para a eleição apertada em que estamos e vemos o caminho a seguir."

Ela também informou que o presidente volta aos compromissos de campanha na semana que vem, depois de precisar interromper por causa do diagnóstico de covid na quarta-feira, 17.

Aliados dizem que Biden começou a aceitar desistência

Antes das declarações de Jen O'Malley, diversas pessoas próximas ao presidente disseram que acreditam que ele começou a aceitar a ideia de que pode não conseguir vencer as eleições presidenciais em novembro e ter que desistir da corrida, informou uma reportagem do The New York Times.

Uma das pessoas próximas ao presidente alertou que o presidente ainda não tinha decidido deixar a disputa depois de três semanas insistindo que quase nada o tiraria da corrida eleitoral. Mas outra pessoa disse ao New York Times que "a ficha está caindo" e que não seria uma surpresa se Biden fizesse um anúncio em breve apoiando a sua vice-presidente Kamala Harris como sua substituta.

O ex-presidente dos Barack Obama disse a aliados nos últimos dias que o caminho de Biden para a vitória está cada vez mais inviável e ele acha que o presidente precisa considerar seriamente a viabilidade de sua candidatura, segundo fontes ouvidas pelo Washington Post.

O posicionamento de Obama, que comandou a Casa Branca quando Biden era seu vice, entre 2009 e 2017, se junta à pressão de outros líderes democratas, como a ex-presidente Nancy Pelosi, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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