Irã rejeita apelos por moderação em resposta a assassinato de líder do Hamas

Internacional
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O Irã rejeitou esforços dos Estados Unidos e dos países árabes para moderar sua resposta ao assassinato em Teerã do principal líder político do Hamas. Os promotores iranianos disseram no sábado, 3, que abriram uma investigação formal sobre o assassinato de Ismail Haniyeh, ocorrido horas depois de um ataque israelense matar um comandante sênior do Hezbollah em Beirute.

Os dois ataques, após ofensiva de foguetes em um campo de futebol nas Colinas de Golã controladas por Israel, intensificaram um ciclo recente de violência e ameaçam levar a região à guerra já que os líderes iranianos prometeram retaliar. No sábado, o Irã disse a diplomatas árabes que não se importava se a resposta desencadeasse uma guerra, segundo pessoas familiarizadas com as conversas.

Os EUA pediram aos governos europeus e outros parceiros que transmitissem uma mensagem ao Irã para não aumentar as tensões. Os EUA também alertaram que qualquer ataque significativo atrairia uma resposta e sinalizaram que os esforços do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, para melhorar o engajamento com o Ocidente teriam mais chances se o Irã demonstrasse moderação, segundo pessoas envolvidas nas discussões.

Os EUA disseram ainda em sua mensagem, que estavam pressionando Israel para moderar sua atuação.

Israel, por sua vez, disse estar preparado para defender e responder o país contra qualquer ataque. "Israel está agora em uma guerra multifrontal contra o eixo do mal iraniano", disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no domingo.

"Estamos prontos para qualquer cenário - seja defensivo ou ofensivo. Repito aos nossos inimigos: responderemos e cobraremos um preço alto por qualquer ato de agressão contra nós, de qualquer arena", acrescentou o líder de Israel. Com Dow Jones Newswires

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O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo, 16, contar com o apoio da bancada do PSD na Câmara dos Deputados para aprovar projeto de anistia aos presos e condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Bolsonaro disse que o alinhamento se deu depois de uma conversa com o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, atual secretário de Governo e Relações Institucionais do Governo de São Paulo. "Eu, inclusive, há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado, com a sua bancada, para aprovar a anistia em Brasília", afirmou Bolsonaro. Procurado diretamente e por assessoria de imprensa, Kassab não se manifestou até o momento.

A bancada do PSD na Câmara dos Deputados conta com 44 integrantes. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou neste domingo que vai pedir no colégio de líderes urgência na votação da proposta da anistia. O pedido, segundo ele, será feito pelos 92 deputados do PL e também por parlamentares de outros partidos, o que chamou de "surpresa".

Os bolsonaristas presos pelo 8 de Janeiro foram condenados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) estimou em 400 mil o número de participantes do ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, na capital fluminense.

Em postagem na rede social X, a PMRJ diz que acompanhou a manifestação, e que o 19º Batalhão de Polícia Militar (19BPM) acompanhou o evento em conjunto com o Comando de Operações Especiais (COE) e o 1º Comando de Policiamento de Área (1CPA). A postagem informa, ainda, que não houve o registro de ocorrências.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, em ato bolsonarista neste domingo, 16, insinuou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teme enfrentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 2026.

Pelo X, Gleisi afirmou que Lula disputou seis eleições ao Planalto e, quando não venceu, respeitou o resultado, não tramou golpes nem atacou as instituições. "Não é Lula que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão", escreveu a ministra.

Em ato bolsonarista na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Tarcísio questionou o motivo de a Justiça brasileira tornar o ex-presidente inelegível. "Qual razão para afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder eleição, porque sabem que vão perder?".

A manifestação deste domingo teve como pauta principal a defesa da anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo levantamento do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) da Universidade de São Paulo (USP), o ato reuniu 18,3 mil pessoas, menos de 2% do público de um milhão de pessoas que era aguardado para o ato.

Em discurso a apoiadores, Bolsonaro afirmou que, mesmo "preso ou morto", vai continuar sendo um "problema" para o Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente declarou já ter votos suficientes para emplacar a anistia, que também pode beneficiá-lo.

"Eu estava nos Estados Unidos [no dia do vandalismo em Brasília]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. Mas eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo", disse Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como "líder" do plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.