Bombardeio israelense mata 18 pessoas no centro de Gaza

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Um ataque israelense no centro da Faixa de Gaza neste sábado, 17, matou pelo menos 18 pessoas, todas da mesma família, incluindo menores de idade. O bombardeio ocorre um dia após Estados Unidos, Catar e Egito, os mediadores para um cessar-fogo no enclave, expressarem otimismo por um acordo iminente entre Israel e grupo terrorista Hamas.

O ataque aéreo atingiu uma casa e um depósito adjacente que abrigava pessoas deslocadas na entrada da cidade de Zawaida, de acordo com o Hospital Mártires de Al-Aqsa em Deir al-Balah, para onde as vítimas foram levadas. Entre os mortos estava Sami Jawad al-Ejlah, um atacadista que coordenava com o exército israelense para levar carne e peixe a Gaza. Os mortos também incluíam suas duas esposas, 11 de seus filhos com idades entre 2 e 22 anos, a avó das crianças e outros três parentes, segundo uma lista fornecida pelo hospital.

"Ele era um homem pacífico", disse Abu Ahmed, um vizinho que ficou levemente ferido. Mais de 40 civis estavam abrigados na casa e no depósito no momento, disse. Imagens da AP mostraram escavadeiras removendo escombros do depósito gravemente danificado.

O Exército israelense, que não comentou esta informação até o momento, anunciou neste sábado que eliminou vários "terroristas" em Rafah e Khan Yunis, no sul e no centro do território palestino.

Enquanto isso, outro deslocamento em massa foi ordenado para partes do centro de Gaza. Em um post no X, o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, disse que os palestinos em áreas dentro e ao redor do campo de refugiados urbanos de Maghazi deveriam sair. Ele afirmou que as forças israelenses irão operar nessas áreas em resposta ao disparo de foguetes palestinos.

Negociações em andamento

Na sexta-feira, 15, uma declaração conjunta dos mediadores afirmou que foi apresentada uma proposta para superar as divergências entre Israel e Hamas, e esperavam trabalhar nos detalhes de como implementar o possível acordo na próxima semana, no Cairo.

Os esforços de mediação visam não apenas garantir a libertação de dezenas de reféns israelenses e interromper os combates que devastaram Gaza, onde trabalhadores humanitários temem um possível surto de poliomielite, mas também acalmar as tensões regionais que ameaçam se transformar em uma guerra mais ampla, caso o Irã e o Hezbollah no ataquem Israel em retaliação pelas recentes mortes de líderes dos grupos terroristas.

Em um sinal de confiança, os mediadores começaram a preparar a implementação da proposta de cessar-fogo, mesmo antes de sua aprovação, disse um oficial americano, que falou sob condição de anonimato em conformidade com as regras da Casa Branca. O oficial disse que uma "célula de implementação" estava sendo estabelecida no Cairo para se concentrar na logística - incluindo a libertação dos reféns, fornecimento de ajuda humanitária para Gaza e garantia de que os termos do acordo sejam cumpridos.

No entanto, o Hamas lançou dúvidas sobre a proximidade de um acordo, dizendo que a última proposta divergia significativamente de uma versão anterior que eles haviam aceitado em princípio. Ambos os lados concordaram em princípio com um plano anunciado em 31 de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

No entanto, o Hamas propôs emendas, e Israel sugeriu esclarecimentos, levando cada lado a acusar o outro de tentar bloquear um acordo. O oficial dos EUA disse que a última proposta é a mesma de Biden, com alguns esclarecimentos baseados em negociações em andamento. A forma como está estruturada não representa risco à segurança de Israel, mas a fortalece, acrescentou./AP

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.