Chefes de CIA e MI6 alertam em artigo para maior ameaça à ordem mundial 'desde a Guerra Fria'

Internacional
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Em um artigo escrito para o Financial Times e publicado no sábado, 7, os chefes das agências de inteligência dos EUA e do Reino Unido dizem que estão "trabalhando incansavelmente" por um cessar-fogo em Gaza, usando uma rara declaração pública conjunta para pressionar pela paz. "Não há dúvida de que a ordem mundial internacional - o sistema equilibrado que levou a uma paz e estabilidade relativas e proporcionou padrões de vida crescentes, oportunidades e prosperidade - está sob uma ameaça que não víamos desde a Guerra Fria", diz um trecho do texto, assinado de forma conjunta pelo William Burns, diretor da CIA, e Richard Moore, chefe do MI6.

Eles afirmam que suas agências "exploraram nossos canais de inteligência para pressionar fortemente por contenção e desescalada", como é conhecida a redução progressiva das tropas e dos armamentos. Os dois líderes declararam que um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas "poderia encerrar o terrível sofrimento e a perda de vidas de civis palestinos e trazer os reféns de volta para casa após 11 meses de confinamento angustiante."

Burns tem participado ativamente dos esforços para mediar um término para os combates. Em agosto ele viajou para o Egito com o objetivo de alcançar um acordo de reféns e, ao menos, uma pausa temporária no conflito. Até o momento, não foi alcançado um acordo, embora autoridades dos Estados Unidos insistam que ele está próximo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, mencionou recentemente que "apenas mais algumas questões" permanecem sem solução. Contudo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os relatos de um avanço são "completamente imprecisos".

Os EUA e o Reino Unido são aliados firmes de Israel, embora Londres tenha divergido de Washington ao suspender algumas exportações de armas para Israel na última semana, devido ao risco de que pudessem ser usadas em violação ao direito internacional.

Burns e Moore também ressaltaram a força da relação transatlântica diante de "uma série sem precedentes de ameaças", incluindo uma Rússia assertiva, uma China cada vez mais poderosa e a constante ameaça do terrorismo internacional - tudo isso complicado pela rápida mudança tecnológica.

Eles destacaram a "campanha imprudente de sabotagem" da Rússia pela Europa e o "uso cínico da tecnologia para espalhar mentiras e desinformação projetadas para criar divisões entre nós".

Autoridades dos EUA acusam há tempos Moscou de interferir nas eleições americanas e, nesta semana, a administração Biden apreendeu sites controlados pelo Kremlin e acusou funcionários da emissora russa RT de financiar secretamente campanhas de mídia social para disseminar mensagens pró-Kremlin e semear discórdia em torno da eleição presidencial de novembro.

O artigo é a primeira declaração de opinião conjunta dos chefes das duas agências de espionagem. Os dois diretores apontaram para uma nova era de abertura em seu campo secreto, destacando que a CIA e o MI6 desclassificaram informações sobre o plano da Rússia de invadir a Ucrânia antes de Moscou atacar seu vizinho em fevereiro de 2022. "Nós previmos isso e conseguimos alertar a comunidade internacional para que todos pudéssemos nos unir em defesa da Ucrânia", afirmaram.

Após dois anos e meio em uma guerra sem um fim rápido à vista, os chefes de espionagem afirmaram que "manter o curso" no apoio à Ucrânia continua vital.

Eles disseram que o conflito trouxe uma combinação sem precedentes de armamento convencional, tecnologia de rápida evolução na forma de drones e satélites, guerra cibernética e operações de informação "em um ritmo e escala incríveis". "Este conflito demonstrou que a tecnologia, quando usada ao lado de uma coragem extraordinária e armamento tradicional, pode mudar o curso da guerra", disseram, elogiando "a resiliência, inovação e ímpeto da Ucrânia". /AP

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O PT disse nesta terça-feira, 14, que a sede do partido em Diadema (SP) foi invadida e vandalizada. Segundo o partido, dois computadores, três CPUs e uma impressora foram levados. Em imagens divulgadas pela sigla, é possível ver portas arrombadas e fotografias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) cobertas por tinta azul.

O partido registrou boletim de ocorrência no início da tarde, ao qual o Estadão teve acesso. A Polícia Civil confirmou que investiga o caso. "Foi requisitada perícia e coleta de impressões digitais no local para auxiliar na identificação dos envolvidos no crime", disse a instituição, em nota.

Segundo Josa Queiroz, vereador e presidente do PT local, a suspeita é que a invasão tenha ocorrido nesta madrugada pois vizinhos relataram que o portão estava trancado na noite de segunda-feira, 13. Não havia nenhum integrante do partido no local no momento do ocorrido.

Ele afirmou que é prematuro afirmar que a motivação foi política, mas acrescentou que as condições em que o diretório foi encontrado indicam que o objetivo da ação não era "um simples roubo".

"O espaço foi totalmente destruído. O cara que entra para roubar algo não vai perder tempo para poder quebrar uma pia. Os vasos sanitários e as louças também foram quebradas. Todos os arquivos foram jogados no chão", declarou Queiroz.

O PT governou Diadema, reduto histórico da sigla, até o final do ano passado com José de Filippi Júnior. O petista tentou se reeleger, mas foi derrotado por Taka Yamauchi (MDB).

A bancada do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo disse, em nota, que o incidente pode estar associado à violência política e cobrou a imediata apuração do caso e punição rigorosa aos envolvidos.

"Nós, deputadas e deputados estaduais do PT na Alesp, manifestamos total solidariedade aos companheiros e companheiras militantes e dirigentes petistas de Diadema e nos somamos à cobrança das autoridades competentes pela elucidação deste atentado", disse a bancada petista.

A Polícia Federal (PF) apontou que o ex-deputado federal Daniel Silveira levou o dobro do tempo previsto para chegar ao Hospital Santa Tereza, em Petrópolis (RJ), quando foi atendido em 21 de dezembro. O relatório, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, 13, detalha que Silveira gastou cerca de 1h30 no deslocamento, que deveria durar 43 minutos, considerando os 25 quilômetros de percurso.

Conforme registrado, Silveira deixou um condomínio às 21h32 e chegou ao hospital às 22h59, onde foi atendido por queixas de dor lombar irradiando para o flanco. Ele relatou ao plantonista histórico de insuficiência renal. Após permanecer no local até 0h37, retornou ao condomínio, trajeto que durou 54 minutos, e ficou no local até 1h55.

A defesa de Silveira sustentou que Silveira "foi buscar a esposa para acompanhá-lo ao hospital e, posteriormente, a deixou no mesmo local e foi para sua casa, onde está registrado no sistema". O advogado, Paulo Faria, afirma que o relatório da PF confirma as justificativas apresentadas anteriormente. "As diligências realizadas pela Polícia Federal, inclusive violando o sigilo médico, são a prova de que tudo que foi relatado é verdade", disse o advogado, que considerou a prisão do ex-deputado desproporcional.

Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e atacar ministros do STF, acumulou diversas passagens pela prisão desde 2021. Solto em 20 de dezembro sob liberdade condicional, ele deveria cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e permanência em casa entre 22h e 6h.

No entanto, o monitoramento apontou que, no dia seguinte à soltura, Silveira violou as restrições. Embora sua defesa tenha alegado urgência médica, ele passou mais de uma hora em um shopping antes de ir ao hospital. A PF concluiu que o tempo excessivo no trajeto merece explicações adicionais.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-deputado se manifestem sobre o relatório. A defesa reafirmou que Silveira buscou sua esposa para acompanhá-lo ao hospital e que todas as ações estavam registradas no sistema de monitoramento.

A Advocacia-Geral da União (AGU) fará na próxima semana uma audiência pública para discutir os efeitos da nova política implementada pela Meta. O dia e horário ainda serão definidos pelo órgão. A audiência estava agendada para a próxima quinta-feira, 16, mas a AGU disse em nota que "será necessário um tempo maior para organização e confirmação dos participantes". Poderão participar especialistas, acadêmicos, representantes das agências de checagem de fatos e órgãos do governo.

Na última sexta-feira, 10, a AGU enviou notificação extrajudicial à Meta cobrando explicações após anúncio de novas políticas de moderação de conteúdo pelo CEO da companhia, Mark Zuckerberg. Na resposta apresentada ontem, a Meta salientou que o encerramento do Programa de Verificação de Fatos por agências independentes de checagem de informação para dar lugar à política de "notas da comunidade", como é aplicada atualmente no X, valerá apenas para os Estados Unidos neste primeiro momento.