Irã lança mais de 180 mísseis contra Israel; atentado em Tel-Aviv mata 8

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O Irã disparou nesta terça-feira, 1º, cerca de 180 mísseis balísticos contra Israel, em uma perigosa escalada que ameaça levar os dois países a uma guerra direta. Sirenes de alerta soaram em várias regiões do país e moradores correram para abrigos.

Israel já estava em estado de alerta. Os sistemas de defesa antiaéreos foram acionados e interceptaram a maioria dos disparos - alguns caíram em áreas abertas no centro e no sul de Israel. Uma escola na cidade de Gedera foi destruída. Um palestino morreu em Jericó, vítima de estilhaços de foguete.

No momento do ataque iraniano, dois palestinos realizaram um atentado em Tel-Aviv, matando 8 e ferindo 12 pessoas com tiros e facadas. Os dois foram identificados como Mehmed Rajab e Hasan Tamimi, de Hebron, na Cisjordânia. Eles começaram a chacina em uma estação do metrô, e seguiram matando quem passava pelo Boulevard Jerusalém, a principal avenida de Jaffa, no sul da cidade.

Um carregava um fuzil. O outro, uma faca. Eles foram abatidos por um guarda municipal e civis armados. O atentado não tem relação direta com os ataques iranianos de ontem, mas foi um dos mais letais em Israel nos últimos anos. O ministro das Finanças, o extremista Bezalel Smotrich, defendeu que as famílias dos dois terroristas fossem "exiladas em Gaza" e suas casas, destruídas.

Resposta

Enquanto a polícia de Tel-Aviv investigava o caso, os céus da cidade eram iluminados por explosões de mísseis sendo interceptados em voo. O governo iraniano afirmou que o ataque era uma resposta às mortes de líderes de Hezbollah, Hamas e de um comandante da Força Quds, todos em operações de Israel.

A ordem foi dada pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e os mísseis teriam sido disparados pela Guarda Revolucionária, força de elite do Irã. O presidente do país, Masoud Pezeshkian, teria sido informado no último instante. Após o ataque, Pezeshkian afirmou que ele representa apenas uma parte da capacidade ofensiva do país - e fez um aviso. "Não entrem em confronto com o Irã."

Em comunicado, a Guarda Revolucionária fez uma advertência para que Israel não responda à ação, caso contrário haverá "mais ataques esmagadores e destrutivos". O texto cita os assassinatos de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, morto em Teerã, em julho, Hasan Nasrallah, líder do Hezbollah, e de Abbas Nilforoushan, comandante da Força Quds, ambos em um bombardeio israelense em Beirute, na semana passada.

O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o ataque "terá consequências". "Agiremos na hora e no local que escolhermos", disse. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que os iranianos "cometeram um erro grave". "O regime do Irã não entende nossa determinação de nos defender e de retaliar nossos inimigos."

O ex-premiê Naftali Bennett, hoje na oposição, apontado como principal alternativa a Netanyahu em caso de um nova eleição, defendeu um ataque que destrua a capacidade nuclear do Irã. "Israel tem a maior oportunidade em 50 anos para mudar o Oriente Médio", disse. "Temos de destruir o programa nuclear do Irã."

As reações internacionais foram imediatas. O premiê britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, condenaram o Irã. O presidente dos EUA, Joe Biden, reiterou seu apoio a Israel e disse que o ataque havia sido "frustrado e ineficaz".

Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, revelou que destróieres americanos ajudaram a abater os mísseis iranianos. Segundo ele, houve um "planejamento conjunto e meticuloso em antecipação ao ataque". O Pentágono havia soado o alarme durante o dia e coordenado a defesa de Israel.

Segundo militares americanos, o ataque de ontem teve "o dobro do alcance" do registrado em abril, quando os iranianos lançaram mais de 300 mísseis e drones contra Israel em uma noite de sábado. Os equipamentos disparados ontem, no entanto, eram mais poderosos, segundo o Pentágono.

A escalada de violência também ganhou a campanha eleitoral americana. Enquanto Kamala Harris, candidata democrata, apoiou Israel e chamou o Irã de "força desestabilizadora", o republicano Donald Trump criticou a Casa Branca. "O mundo está fora de controle. Temos um presidente omisso e uma vice ausente", disse. "Quando eu era presidente, o Irã estava completamente sob controle."

Líbano, Jordânia e Iraque fecharam ontem brevemente seus espaços aéreos em razão dos disparos de mísseis. O Irã suspendeu os voos no aeroporto de Teerã. Os preços do petróleo fecharam em alta. O tipo WTI, principal referência nos EUA, subiu 2,44%, fechando a US$ 69,83 o barril. O Brent aumentou 2,59%, fechando a US$ 73,56 o barril.

Líbano

Os disparos do Irã foram feitos menos de 24 horas depois de Israel ordenar uma invasão terrestre do Líbano para enfraquecer a estrutura militar do Hezbollah, milícia xiita libanesa apoiada pelo Irã. Desde os ataques do Hamas, em 7 de outubro, o grupo vem fustigando vilas e cidades do norte israelense com foguetes, provocando a fuga de milhares de moradores para o sul do país.

Os bombardeios israelenses continuaram ontem no sul do Líbano e em Beirute - 55 pessoas morreram. O Exército de Israel disse ter destruído 100 alvos do Hezbollah, a maioria locais de lançamento de foguetes e depósitos de armas. A ofensiva também prosseguiu em Gaza e na Cisjordânia. Autoridades palestinas registraram 21 mortos em ataques aéreos israelenses. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.