'Mutirão' cirúrgico em 17 hospitais públicos de diferentes estados no país, acontece na próxima quarta-feira (13/12); procedimento de ablação (remoção do tumor), minimamente invasivo, já é oferecido em alguns centros públicos por iniciativa própria das instituições
Médicos oncologistas e intervencionistas decidiram realizar um movimento pela inclusão, no SUS (Sistema Único de Saúde), de um tipo de cirurgias sem cortes para tratamento de câncer na rede pública.
O procedimento de ablação por radiofrequência ou micro-ondas, solução minimamente invasiva e altamente resolutiva, já é oferecido em hospitais da rede particular e em alguns centros públicos de saúde, por iniciativa própria das instituições. A ideia da mobilização é permitir a ampliação da oferta desse tipo de tratamento a outros pacientes com câncer atendidos no SUS.
No próximo dia 13 de dezembro, quarta-feira, 17 instituições públicas, localizadas em diferentes estados – a maioria em São Paulo - irão realizar uma espécie de "mutirão", realizando em um só dia 28 cirurgias para remoção de tumores malignos por ablação. Quatro desses procedimentos serão realizados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado ao Hospital das Clínicas da FMUSP, às 8h, 10h, 14h e 16h, respectivamente.
A ablação é uma solução minimamente invasiva, promissora no tratamento de alguns tipos de tumores malignos, proporcionado tratamento por meio de procedimentos pouco invasivos, sem cortes, que podem ser realizados em caráter ambulatorial na maioria das vezes. É indicada principalmente para o tratamento de pequenas lesões primárias de fígado e rim, assim como algumas metástases hepáticas e pulmonares (até 3 lesões com até 3 centímetros), algumas pequenas lesões primárias e metastáticas ósseas.
O método é aplicado sem a necessidade de incisões cirúrgicas, e representa um marco na abordagem terapêutica contra o câncer. Durante o procedimento, uma agulha ou sonda especial é posicionada no interior do tumor, guiada por um método de imagem (tomografia ou ecografia), e ondas de radiofrequência são aplicadas com precisão, visando à destruição das células cancerígenas. Essa abordagem inovadora oferece benefícios como menor tempo de recuperação e redução dos riscos associados à cirurgia tradicional.
"O objetivo dessa mobilização é informar a população e a comunidade médica sobre a ablação por radiofrequência e por micro-ondas, buscando não apenas compartilhar conhecimento sobre o procedimento, mas também ressaltar o compromisso dessas instituições com a oferta de tratamentos de ponta no enfrentamento do câncer. Essa iniciativa representa um avanço importante na Medicina, e a inclusão desse tipo de procedimento no rol do SUS poderá beneficiar um número cada vez maior de pacientes oncológicos", diz Marcos Menezes, médico radiologista-intervencionista do Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas da FMUSP (Icesp), um dos líderes do movimento.
Atualmente, a Comissão de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde analisa pedido feito pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista para inclusão do procedimento de ablação térmica para tratamento de câncer de cólon e reto com metástase no fígado. A proposta está em fase de consulta pública, que se encerra no próximo dia 13 de dezembro.
Médicos fazem movimento pela inclusão de cirurgia sem cortes para tratar câncer no SUS
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